O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida, de Chris Renaud [Resenha]

Por Letícia Maria Klein •
31 julho 2013
Theodor Seuss Geisel, mais conhecido como Dr. Seuss, escreveu mais de 60 livros infantis. Ele não é tão famoso no Brasil, mas você deve conhecer pelo menos uma de suas obras adaptadas para a TV e o cinema. Quem nunca viu o filme O Grinch ou a animação Como Grinch roubou o Natal durante as festividades de fim de ano? Outro livro deste escritor e cartunista estadunidense adaptado para as telonas foi Horton e o Mundo dos Quem, dos mesmos criadores de A Era do Gelo. A obra mais recente do autor a virar filme de animação foi The Lorax. Em português, O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida. Se você ainda não viu, já tem uma opção de programa para o fim de semana! Com certeza, um dos melhores desenhos animados sobre preservação ambiental. 




Na cidade de Sneedville, o artificial toma conta. As árvores são feitas de balão ou algum material parecido. Ar puro é vendido em garrafas, porque com o que tem por aí não dá pra ser feliz. Mas os habitantes tentam. Os olhos de Ted, um jovem morador, brilham toda vez que ele encontra Audrey, outra jovem moradora. Audrey tem o sonho de conhecer uma árvore de verdade, melhor dizendo, uma Trúfula. Dá vontade de amassar de tão fofa. Dr. Seuss foi muito feliz ao criar esses seres coloridos e super mega macios. E inexistentes em Sneedville. Para agradar Audrey, Ted deixa os muros da cidade em busca de Trúfulas. Mas o que ele encontra não tem nada de fofura colorida. 



Em busca da verdade, e da Trúfula perdida como diz o nome do filme, Ted encontra Umavez-ildo, um empreendedor ganancioso que, assim como Audrey, também adorava as árvores. Em forma de roupas, ou melhor, sneeds. Umavez-ildo conta a Ted sua história e como Lorax tentou alertá-lo sobre sua obsessão por transformar Trúfulas em sneeds. Lorax é um porta-voz da floresta, um bichinho laranja e bigodudo muito carismático. Ele tenta dissuadir o empresário da ideia de desmatar a floresta, mas como o dinheiro é capaz de cegar, o rapaz não conseguiu enxergar as consequências dos seus atos. 

De forma divertida e trabalhando muito bem com as cores, o filme fala sobre o poder destruidor da ganância e a importância de preservar o meio ambiente. Por meio de criaturas fofas, alegres e que dá muita vontade de pegar no colo, a animação cria um laço de afeição com as crianças para passar a ideia de que precisamos cuidar do nosso planeta e que todas as espécies têm o seu espaço. 



Mas o filme não fica só no engraçadinho. Mostrando como a sociedade industrial funciona, ele deixa claro como a natureza é impactada pelas ações egoístas e mesquinhas dos homens, que se deixam cegar pelo material e não conseguem olhar além, como se usassem aquelas viseiras que se coloca em cavalos para eles só olharem para frente. De certa forma, é isso que representa a cidade murada de Sneedville, que não permite aos seus habitantes conhecer o que está além do que a vista alcança, no caso, toda a devastação causada pela ambição humana. E assim como da semente nasce uma nova vida, Ted se torna a esperança de uma mudança nos padrões de vida dos habitantes de Sneedville, que representam, adaptando o filme para a realidade, toda a população humana e a urgência em revermos nossos hábitos. 



O filme, produzido pelos estúdios Illumination Entertainment e Universal Pictures, os mesmos de Meu Malvado Favorito, estreou no dia 2 de março de 2012, data do aniversário do Dr. Seuss, que morreu em setembro de 1991. Uma homenagem a esse escritor que conhecia a importância de boas histórias para crianças (e adultos, por que não?) e a necessidade de colecionar relacionamentos e boas ações, não pilhas de roupas nunca usadas no armário. O Lorax é o exemplo perfeito de que as ações que fazemos hoje terão reflexo tanto na nossa vida quanto na de outras pessoas, de futuras gerações. Não importa o quanto você tem de dinheiro ou de bens materiais, mas sim que tipo de pessoa você quer ser e o que você quer deixar de lembrança para quem fica depois que você se for, levando nada de dinheiro e nada de material, apenas suas experiências e histórico de atitudes. 

Deixo o trailer abaixo para dar um gostinho dessa deliciosa aventura em busca da Trúfula derradeira. Se já viu o filme, fique à vontade para comentar o que achou. Se ainda não viu, bom filme!



Além desta, aqui no blog tem outras resenhas de livros e filmes socioambientais, inclusive animações. Falando sobre a indústria da moda, que é citada no desenho animado, saiba neste post o que levar em consideração quando comprar roupas.

5 comentários:

  1. Anônimo10/29/2014

    Legal,mas gostaria falasse mais sobre a conservação da natureza com base nesse filme. :-)

    Genívea

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    1. Olá, Genívea!
      O filme deixa bem claro que uma vida sem natureza é uma vida artificial. Na prática, mesmo, não é possível viver sem a natureza, pois ela é que nos dá todos os bens dos quais dependemos (água, matéria-prima, alimentos, etc) e as florestas são as grandes responsáveis por manter o ciclo da água em pleno funcionamento. O filme ameniza este lado, mas ainda assim mostra como é importante conservar os bens naturais para que eles nunca se esgotem. As árvores também purificam o ar e isso é evidenciado no filme, em que os habitantes da cidade precisam comprar ar puro porque não existem mais florestas que o purifiquem. É um filme muito legal para se abordar em sala de aula com crianças, pois trata a questão ambiental de forma lúdica e atraente aos pequenos, mas é muito importante enfatizar todas as relações de causa e efeito que o filme traz. Outra questão importante que ele aborda é a importância das ações individuais em prol da preservação ambiental, da vontade de mudar e de nunca desistir do que é certo.
      Obrigada pelo comentário! =)

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    2. Anônimo5/26/2015

      Eu acho que poderíamos trabalhar também o papel da mulher na família

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  2. Anônimo1/05/2015

    Tem a versão em português do livro ?

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    1. Olá. Eu não encontrei em português, apenas em inglês e espanhol. =/

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