Como fazer suas roupas durarem mais?

Por Letícia Maria Klein •
28 janeiro 2020
Tá sabendo, né? Tendência de moda hoje é ser sustentável. A indústria do vestuário é a segunda mais poluente do mundo, além de ter como prática em alguns países o emprego de mão de obra em regime análogo à escravidão e outros problemas de igualdade de gênero, como diferença salarial entre homens e mulheres no mesmo cargo.

A boa notícia é que esse cenário está mudando aos poucos, com organizações como a Global Fashion Agenda mostrando o que está sendo feito em relação aos problemas e quais as metas para solucioná-los. A notícia melhor ainda é que você tem uma parte poderosíssima nessa cadeia de produção e consumo. Um dos pilares da moda sustentável é a maior durabilidade das peças. Quer saber como fazer as suas roupas durarem mais tempo? As dicas a seguir vão cair muito bem (adoro um trocadilho!).

Os símbolos falam
Quem aí corta etiqueta de roupa, levanta a mão! Pois é, já fiz muito isso também. Hoje, se faço, pelo menos tenho o cuidado de ver o que está escrito. Os símbolos de lavagem e manutenção da peça não estão lá para enfeite. Se diz que ela deve ser lavada à mão, colocá-la na máquina vai acabar danificando a roupa, e isso vai diminuir sua vida útil.

Então, meu bem, todas essas instruções da etiqueta para não misturar roupas brancas com coloridas, passar ou não passar, lavar no balde ou na máquina estão ali para te ajudar a ser mais sustentável e cuidar bem da peça para que ela dure mais. Dicas de mãe também são super úteis. Aqui vai uma da minha: para peças que soltam tinta, coloque sal na bacia em que ela está de molho para reter a cor.

Dê um pontinho
Quem não tem linha e agulha em casa, não é mesmo? (se não tem, faça o favor!). Um furinho ou rasguinho podem ser facilmente remendados aí no conforto do seu lar. Já costurei meia, mochila e até roupa íntima. Mas se você foi pego de surpresa por um baita buraco na barra do vestido (juro que não sei como fiz isso), o negócio é mandar arrumar.

Já perdi as contas de quantas vezes eu levei na costureira para trocar elástico de shorts de pijama, arrumar alças, apertar ou alargar roupas que eu compro usadas ou ganho usadas, trocar solado de sapato e fazer barra. A última leva teve o vestido, um pijama e calças de trabalho do meu noivo, que rasgam no interior da coxa por causa do uso constante.

Roupas que foram para a costureira
Roupas que voltaram da costureira como novas
Dê um up
O upcycle (ou em bom português, a customização), surge quando você transforma uma peça velha em nova, adicionando ou tirando elementos ou mesmo misturando duas ou mais roupas. Se você é daquelas que rasgava o colarinho da camiseta da gincana da escola para dar uma estilizada, sabe o que estou falando. Às vezes é algo simples, como aplicar um botão sobre uma mancha que não sai.

Existem muitas oficinas em eventos por aí e tutorais na internet que te ensinam a customizar peças que já não te servem mais como estão, mas podem ser legais e usáveis de novo se modificadas. Você pode inclusive colorir as próprias peças em casa usando chás! Um dos primeiros posts que eu publiquei aqui no blog foi sobre um grupo de amigas em Blumenau que transformava calças jeans em bolsas. Além de sustentável e uma forma criativa de ter peças novas sem gastar (quase) nada, pode ser a ideia de um negócio.

Melhor prevenir
A manutenção preventiva é a melhor aliada para aumentar a vida útil de alguma coisa, inclusive a nossa (é um dos papéis dos exercícios físicos e da alimentação saudável, certo?). O mesmo vale para roupas. Algumas práticas são importantes para fazer as peças ficarem bonitas e inteiras por mais tempo. Por exemplo:

  • Em dias muito quentes, abra as portas do guarda-roupa para arejar e retire peças de couro. O calor dentro do armário aumenta a umidade, que por sua vez aumenta a chance de aparecer mofo na peça. Dependendo do estado de mofo, não adianta passar só vinagre; você vai precisar mandar o casaquitcho para a lavanderia. Melhor cuidar do que gastar seu dinheirinho, né?
  • Pendure peças suadas para que elas sequem antes de colocar no cesto de roupa suja. Isso evita que as manchas de suor impregnem na roupa. Se possível, lave a região das axilas assim que chegar em casa, deixe a peça secar e depois lave normalmente com as outras roupas. Se alguma peça muita querida sua tem manchas persistentes, existe esperança! Aqui no blog tem esta receita de sabão líquido feito em casa e este outro sabão caseiro que são ótimos para remover marcas indesejadas.
  • Blusas e vestidos de alça feitos com determinados tecidos (geralmente elastano ou outro componente que estica) devem ser colocados pelo meio no cabide, e não pendurados pela parte cima. Isso evita que a peça esgace com o tempo.

Viu, nada de ir se desfazendo da roupinha por causa de um rasguinho à toa. Coitada dela, não teve culpa. Sabe o “lavou, tá novo”? Remendou, tá novo.

Um ecobeijo e até breve!
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Sabão líquido feito em casa para lavar roupa

Por Letícia Maria Klein •
21 janeiro 2020
Um dos produtos mais fáceis e baratos de fazer em casa é sabão para lavar roupa. Já postei aqui no blog uma receita de sabão líquido para roupas, que também pode ser usado para louças e bancadas (bem multiuso, mesmo). Este aqui é ainda mais fácil de fazer e tão bom quanto. É ótimo para manchas, dependendo do tipo. Manchas de suor ou que surgem com o tempo pelo contato com o corpo, como de travesseiro, por exemplo, costumam sair depois de deixar umas horinhas de molho e esfregar. Anote aí a receita caseira:

Ingredientes:
1 xícara de vinagre
½ xícara de álcool (de preferência acima de 70%)
1 colher de sopa de bicarbonato de sódio
1 ou 2 colheres de sopa de sabão em pó ou líquido

Modo de fazer:
Basta misturar todos os ingredientes até diluir bem o sabão. Eu uso sabão de coco por ser a opção mais natural do mercado, sem aqueles químicos nocivos presentes em outros modelos. Tem sabão de coco em pó e líquido no mercado, mas também dá para fazer com a versão em barra, basta ralar com um ralador comum. Só tome cuidado ao misturar o bicarbonato com o vinagre, pois eles reagem e a mistura efervesce. Ela sobe bem rápido, então é bom fazer devagar.



Para tirar manchas, eu deixo a peça em um balde com um pouco de água morna ou quente (o suficiente encobrir a roupa) e coloco de uma a duas colheres de sopa, dependendo de quantas peças são. Para manchas piores, sugiro colocar o sabão diretamente sobre a marca e deixar agir por algumas horas. Depois é só esfregar e lavar normalmente. Esse sabão deixa as tolhas bem macias, se deixá-las de molho por algumas horas no balde.

Fácil, né? Funciona certinho na máquina de lavar, como o outro sabão líquido caseiro, e fica pronto em menos de cinco minutos. Bora testar? Depois volte aqui para contar se deu certo.

Um ecobeijo e até breve!
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Mundo Sustentável 2, de André Trigueiro [Resenha]

Por Letícia Maria Klein •
14 janeiro 2020
"Mundo sustentável 2 - Novos rumos para um planeta em crise" é um livro que te pega pela mão e te leva pelos caminhos da sustentabilidade. Foi escrito pelo jornalista André Trigueiro e reúne artigos, entrevistas e comentários dele veiculados em rádio, televisão e mídia impressa, além de textos escritos por especialistas convidados pelo autor para comentar os assuntos. Alguns dos textos que mais gostei são as transcrições do programa Cidades e Soluções, apresentado pelo jornalista e exibido na Globo News. 

O livro segue a linha do primeiro, "Mundo sustentável – abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação" (que usei no meu trabalho de conclusão de curso sobre jornalismo ambiental). São oito capítulos, divididos por temática: consumo consciente, resíduos sólidos, urbanização, água, biodiversidade, energia, questões globais e mundo sustentável enquanto notícia.



O livro foi lançado em 2012 pela Editora Globo, e apesar de um ou outro tema precisar de uma busca na internet por parte do leitor para uma atualização, ele se mantém atual por conta dos diversos conceitos e panoramas que apresenta em relação à sustentabilidade e perspectivas futuras. Os textos mostram problemas socioambientais em nível regional, nacional e internacional e soluções que estão sendo aplicadas conforme cada contexto geográfico, político e econômico, no Brasil e em outros países. 

Como excelente jornalista ambiental que é, Trigueiro usa uma linguagem clara e didática para explicar conceitos, contextualizar problemáticas e apontar soluções para resolver a crise ambiental planetária que estamos vivendo e causando. Os especialistas convidados seguem a mesma linha, o que resulta em um livro de fácil compreensão e acessível para qualquer pessoa interessada em saber mais sobre causas, consequências e resoluções de problemas ambientais. Legal registrar que a obra foi impressa em papel reciclado, aplicando a sustentabilidade que prega – afinal, a parte mais forte de qualquer discurso é a sua prática.

O livro é cheio de números, como dados e estatísticas, mostrando a gravidade das mudanças climáticas, do aumento dos resíduos sólidos, do agronegócio, da falta de água potável, da poluição, do consumismo, da extinção de espécies e tantos outros. Apesar de alguns números estarem desatualizados, os problemas e soluções continuam não só atuais como mais urgentes. 


A ideia básica e central para compreender a necessidade de mudanças em prol de um mundo sustentável é a visão sistêmica e holística de mundo, a noção de que tudo no planeta (estendendo para o universo) está interligado e é interdependente. O livro explica e exemplifica esse conceito com maestria, relacionando ciência, política, economia, educação, tecnologia e saúde, entre outras correlações. Tem inclusive um texto sobre a complexa e multifacetada resposta para uma das grandes questões do século: afinal, o que é sustentabilidade? 

Entre muitas frases do autor, convidados e citações de terceiros dignas de registro e nota, uma coisa é certa: "Ou a economia se ajusta aos limites do planeta, ou não haverá planeta para suportar a economia", como escreve o jornalista. É fatídico, inevitável e requer um esforço grande e contínuo de todas as pessoas e todos os segmentos da sociedade. Aqui não cabe desespero. O que precisamos é de ação e vontade de mudar. Apenas comece. “Pois”, como disse Henry David Thoreau, “não importa que os primeiros passos pareçam pequenos: o que se faz benfeito, se faz para sempre”. 

Um ecobeijo e até breve.
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Minhas metas sustentáveis para 2020

Por Letícia Maria Klein •
07 janeiro 2020
Olá! Tudo bem? Um excelente ano novo para você! Pronto para tornar 2020 o ano mais sustentável da sua vida até o momento? Para eu conseguir fazer isso, decidi me propor algumas metas de  sustentabilidade neste ano. 



1. Pasta de dente caseira ou ecológica 
Durante um tempo eu usei uma pasta de dente que eu fazia em casa, com óleo de coco e bicarbonato de sódio. Acabei tendo um problema e voltei a usar uma opção tradicional do mercado, com aquela embalagem que é difícil de ser reciclada. Aqui na minha cidade a cooperativa de catadores não coleta, tanto que eu guardo os tubos em casa até encontrar um local ou empresa que aceite. Para evitar isso, vou testar outras receitas que encontrei na internet ou buscar opções a granel (já ouviu falar em pastas que vêm em formato de pastilha?). 

2. Ler seis livros com temática ambiental 
No dia 1º de janeiro eu comecei um projeto pessoal de leitura (quem me acompanha no Instagram já viu): quero ler 1 livro por semana em 2020. Entre eles, estão alguns com temática socioambiental, pelo menos um a cada dois meses (já que em 2019 eu não li nenhum! “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, foi o único com um contexto ambiental, mas não é sobre isso). Conforme for lendo, vou postando as resenhas aqui e atualizando o projeto lá. 

3. Manter uma horta em casa 
Eu já plantei verduras e ervas em vasos algumas vezes, mas devo estar fazendo algumas coisas erradas, porque as verdinhas não perduram. Costumo deixar as plantas na sacada, mas durante metade do ano não bate sol, então elas sofrem. Agora o sol voltou a aparecer lá e quero tentar plantar hortaliças diversas, como alface, couve e tomatinho. Assim, tenho alimentos orgânicos à disposição e economizo dinheiro na feira. 

4. Cultivar minha própria esponja 
O que também quero plantar é bucha vegetal, uma planta que pode ser usada como esponja de banho e cozinha. Aqui em casa eu uso para lavar louça. Não risca os utensílios, tem origem vegetal (ao contrário das tradicionais do mercado, que são feitas de plástico) e é compostável. Consegui sementes numa feira uma vez, mas algumas buchas à venda no mercado vêm com sementes no seu interior. Está na lista de tarefas para este mês de janeiro, pois leva um ano para o fruto chegar ao ponto de esponja. 

5. Comprar 75% usado 
Para cada quatro coisas compradas, só uma nova. Eu nunca fui consumista de forma geral, bem pelo contrário (afinal, tenho um lado nerd e leitora que eu preciso compensar). Roupas, celulares, livros e dvds são os que eu mais compro usados, há anos. Também costumo vender itens que não uso mais, contribuindo com os dois lados da economia circular. Mas como tem coisas que são difíceis ou muito difíceis de encontrar usadas, tentarei reduzi-las ao mínimo. E eu vou contar para saber se atingi ou não a meta ao fim do ano! 

6. Ver seis filmes com temática ambiental 
No ano passado, eu vi somente um documentário e isso definitivamente precisa mudar neste ano. Para acompanhar a meta dos livros, quero assistir pelo menos um filme ou documentário sobre ambiente ou sustentabilidade a cada dois meses. Se você é novo no blog, aqui eu escrevo resenhas de filmes e livros que consumo sobre esses assuntos. 

7. Diminuir em 30% a quantidade de embalagens 
Para calcular isso, eu vou pesar e quantificar meus resíduos em cada mês do ano, contando por semana. Eu prefiro fazer compras em feiras ou lojas e supermercados que têm alimentos a granel. Em 2020, quero aumentar essa frequência, para pelo menos duas vezes por mês. Assim, conseguirei reduzir a quantidade de embalagens que trago para casa. O objetivo é diminuir ao longo dos meses, identificando quais itens podem ser adquiridos com menos ou nenhuma embalagem. 

Será que eu consigo? Ao longo do ano, farei posts com atualização das metas. Você já listou suas metas para este ano? Tem alguma relacionada à sustentabilidade? 

Um ecobeijo e até breve.
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