Quando era adolescente, eu queria ser bióloga para trabalhar no Projeto Tamar. Sempre achei o máximo poder cuidar de tartarugas e ajudar a preservar a espécie! Tive a oportunidade de visitar a unidade do Projeto Tamar em Florianópolis e comprovei que é mesmo o máximo. O pessoal faz um ótimo trabalho de educação ambiental e de preservação das tartarugas marinhas. Eles ajudam na hora da desova, cuidam das que não conseguiram sair do ninho e reabilitam aquelas que se machucam em redes para que possam voltar ao mar, entre outras atividades. E eu ainda quero trabalhar no Tamar!
Existem três tipos de tartarugas: as que vivem na terra (jabutis), as que vivem em aquários (cágados) e as que vivem no mar (marinhas). O Projeto Tamar se dedica às espécies marinhas, que são cinco no Brasil: tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-verde (Chelonia mydas) e tartaruga-gigante (Dermochelys coriacea).
Todas as cinco espécies, em seu tamanho real
Adivinha por que a tartaruga-de-pente tem este nome? Porque o casco dela era utilizado para fazer pente, de cabelo mesmo. Imagina! Matar uma tartaruga pra fazer pente!? Usa um garfo, oras, estilo à la Ariel.
Garfo pra pentear, genial!
O que chama a atenção mesmo são as tartarugas nos tanques. Durante a desova, alguns filhotes que estão no fundo do ninho (as tartarugas marinhas fazem ninhos na areia da praia) não conseguem subir a pilha de ovos e acabam morrendo. Para evitar que isso aconteça, o Projeto Tamar recolhe estes indivíduos e cuida deles por toda a vida. Há quatro tanques na unidade, sendo que um está com filhotes no momento. A maioria das espécies atinge a fase reprodutiva entre os 20 e 30 anos de idade. A diferença entre machos e fêmeas está no rabo (o deles é maior) e nas nadadeiras (os machos têm unhas para poder segurar as fêmeas na hora do acasalamento).
Este é um filhote de tartaruga-de-pente
O espaço do Tamar em Floripa é muito bacana. Além dos aquários, tem sala de vídeo, onde você assiste a um vídeo de 15 minutos sobre o projeto. Segue o modelo de um telejornal, apresentado por duas tartarugas. Ao longo dos caminhos entre os aquários, há várias placas informativas, objetos e cascos de tartarugas. Tem até uma ossada de golfinho!
As placas dão várias informações sobre as tartarugas marinhas, incluindo os perigos que algumas atividades humanas representam para elas. A pesca e a poluição dos mares são os dois grandes vilões na vida destes animais. As tartarugas acabam se enroscando nas redes de pescas ou ficam presas em anzóis. Para contornar este problema, o Tamar, por meio de campanhas educativas, sensibilização e conscientização ambiental das comunidades locais, promove a busca de alternativas de subsistência não predatórias para os pescadores e suas famílias.
O problema do lixo é grande, principalmente o plástico. Como a tartaruga não tem dente, ela não identifica que está comendo um pedaço de plástico, por exemplo. Ela vai engolindo. Os plásticos no estômago da tartaruga vão ocupando espaço e criando bolsas de ar. A tartaruga, para se alimentar, sobe à superfície para respirar e depois retorna ao fundo do mar. Se o estômago dela está cheio de ar, ela não consegue descer para procurar comida e acaba morrendo de fome.
Gostou? Já conhecia? Já visitou alguma unidade do Tamar pelo Brasil? São mais de 20 unidades ao longo do litoral brasileiro. Se tiver a oportunidade de visitar, visite, vale muito a pena! Veja também outras opções maravilhosas de passeios na natureza ou relacionados às questões ambientais que você pode fazer no Brasil.
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