Conto de fadas no Bosque Alemão em Curitiba

Por Letícia Maria Klein Lobe •
26 fevereiro 2019
No último fim de semana estive em Curitiba para um casamento e aproveitei para conhecer dois parques: o Bosque Alemão e o Tanguá (tema do próximo post). Fiquei encantada com o Bosque Alemão, um local quase mágico que homenageia a literatura alemã de Goethe, Schiller, Thomas Mann e Brecht, entre outros poetas e escritores.

Caminho que leva ao lago no Bosque Alemão
Caminho que leva ao lago

O parque tem duas entradas, uma de cada lado do terreno, e a trilha entre elas, chamada Caminho dos Contos, é pontuada por quadros que retratam o conto de João e Maria (Hänsel und Gretel, no original), adaptado para poesia por Mila Behrendt. No meio do caminho tem a Casa da Bruxa, uma biblioteca administrada pela Secretaria Municipal de Educação que oferece contação de histórias para crianças em horários determinados.

História de João e Maria ilustrada e contada em poesia
História de João e Maria ilustrada e contada em poesia

Casa da Bruxa
Casa da Bruxa

O parque é cortado por córregos e tem lagos com peixes. Entrei pela parte de cima do parque, onde tem um mirante com uma linda vista da cidade e da floresta abaixo.

Outro lago no Bosque Alemão
Outro lago

Uma carpa no lago no Bosque Alemão
Uma carpa

Vista do mirante da Torre dos Filósofos
Vista do mirante

O caminho que liga as duas entradas do parque é pavimentado com pedras, então é bom tomar cuidado ao andar. A temperatura é fresca dentro do bosque, pois as florestas são reguladores de temperatura (as árvores transpiram oxigênio e geram sombra). Tem muitas espécies de árvores, arbustos, animais e fungos.

Duas espécies de fungo e duas vegetais
Duas espécies de fungo e duas vegetais

Ponto de vista de um abraço com a árvore
Ponto de vista de um abraço

Encontro com uma árvore
Encontro com uma árvore

Encontro com outro árvore
Encontro com outro árvore

De acordo com informações do site da cidade de Curitiba, o parque está numa área de fundo de vale com 38 mil metros quadrados no Jardim Schaffer, que tem seu nome herdado da família que ali morou no século 20. O bosque é uma homenagem à cultura germânica e à etnia que se estabeleceu na cidade a partir de 1833.

Início do Caminho dos Contos
Início do Caminho dos Contos

Uma curva no Caminho dos Contos
Uma curva no Caminho dos Contos

Na entrada alta do parque está o Oratório de Bach, uma réplica de igreja presbiteriana neogótica que tem uma sala de concertos, lanchonete com produtos típicos, guarda municipal e banheiros. Do jardim em volta, uma passarela segue até o mirante situado sobre a Torre dos Filósofos, com 15 metros de altura.

Torre do mirante
Torre do mirante

Réplica da igreja e escada de água
Réplica da igreja e escada de água

A descida da torre leva até o caminho que termina no outro lado do parque, que fica na parte baixa do terreno. Aqui tem um pórtico que reconstitui o frontão da Casa Milla, construída no início do século na Rua Barão do Serro Azul, e representa um dos principais estilos arquitetônicos da imigração alemã, sendo que a varanda presente no pórtico é a original.


Pórtico alemão
Pórtico alemão

Serviço:
Localização: Rua Francisco Schaffer, Rua Nicolo Paganini, Rua Franz Schubert
Bairro: Vista Alegre, em Curitiba
Ano de inauguração: 1996
Acesso: gratuito
Algumas espécies animais: morcego, gambá, sabiá, beija-flor, pula-pula, bispo, limpa-folhas.
Algumas espécies vegetais: canela, espora-de-galo, guabiroba, açoita-cavalo, miguel pintado, timbó, pitangueira, paineira e algumas espécies introduzidas, como o pinus.
Contatos: 41 3568-1087, fsbosquealemao@sme.curitiba.pr.gov.br

Mapa do Bosque Alemão
Mapa do Bosque Alemão
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Ensinamentos de um minhocário – Meu santo composto #2

Por Letícia Maria Klein Lobe •
22 fevereiro 2019
Sabia que as minhocas ensinam muito? Na verdade, todo o ecossistema de um minhocário é uma grande escola. Nos meus últimos dois anos mantendo e cuidando de um minhocário, tenho aprendido muitas coisas. Algumas delas são:

Ser paciente: como existe um tempo para os alimentos se decomporem, é preciso esperar esse processo acontecer. Tudo tem seu tempo. Acompanhar isso ajuda a exercitar a paciência.

Cuidar do outro: são as minhocas, insetos e micro-organismos que fazem o trabalho de decomposição dos alimentos, mas sou eu que preciso alimentá-las e cuidar do sistema para que ele fique em equilíbrio. Mesmo que eu não tenha resíduos orgânicos para colocar no minhocário naquele dia, eu sempre abro a tampa para verificar se está arejado e se não está com cheiro estranho.

Diversidade alimentar: não são só as pessoas que precisam de uma alimentação diversificada, as minhocas também. A coloração delas muda conforme o que comem, então não dá para dar sempre a mesma coisa porque o sistema entra em desequilíbrio.

Conexão com a natureza: estar em contato direto com a terra, as minhocas e outros animaizinhos me aproximou do meio natural. Eu aprendi a gostar e a admirar mais esses bichinhos depois que adquiri o minhocário. O fato de eu usar o composto e o biofertilizante nas minhas plantinhas também me conecta com a mãe natureza.

Novo passatempo: o momento de cuidar do minhocário virou um lazer. São só alguns minutos por dia, mas que eu gosto desse tempo e me faz bem. Voltando ao benefício anterior, é um momento de conexão inclusive comigo mesma.

Teia da vida: a pequena fauna do minhocário tem muito a ensinar! Lições sobre a importância da biodiversidade, relações num ecossistema, ciclos naturais, cooperação entre espécies e vida em comunidade são alguns temas que surgem a partir da manutenção do sistema de compostagem doméstica.

Dá para ver que tem muita banana, né? Eu percebi que as minhocas ficaram mais escuras depois que diminuí a colocação de outros resíduos orgânicos nas últimas semanas (por isso é bom diversificar). Minhocas na tampa são sinal de que está quente dentro do minhocário. Ele está cheio (sim, está na hora de inverter os baldes) e a pessoa que limpa aqui em casa fechou a tampa à tarde (eu deixo somente encostada), então à noite, quando fui ver, elas estavam bem à vista. Quase nem tem cheiro.

Com certeza tem muitos outros ensinamentos vindo por aí! Um ecobeijo e até breve.
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Por que querem nos vender felicidade?

Por Letícia Maria Klein Lobe •
19 fevereiro 2019
* Por Chirles de Oliveira
Chirles é autora do site Felicidade Sustentável; este post foi escrito exclusivamente para o Sustenta Ações.

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Será que conseguimos datar a partir de quando a felicidade virou uma espécie de mercadoria vendida para nós como um estilo de vida baseado no consumo das coisas? Ou melhor, no consumismo exacerbado de coisas que não atendem apenas nossas necessidades, mas muito mais nossos desejos desenfreados pelo prazer?

Nos contaram que se tivéssemos dinheiro, status, fama ou boa aparência, seríamos mais felizes; que se abríssemos uma garrafa de refrigerante, seríamos mais felizes; que se comprássemos determinadas marcas seríamos felizes; que se usássemos certo perfume atrairemos o par perfeito.

Por muitas décadas, ou mais precisamente no século XX, a virtude da felicidade foi transformada em mercadoria, muito bem trabalhada nas campanhas publicitárias, influenciando nossa cultura do consumismo e propagando um comportamento baseado na ostentação, com foco exclusivo nos bens materiais.

É verdade que somos envolvidos desde criança pela cultura do consumismo, no universo de shopping, lojas, moda, modismo, gostos e não gostos. Influências vindas de nossa casa, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação, do cinema, enfim, de todos os tipos de estímulos. Mas eis que chega um momento em que fazemos outras conexões, reflexões e opções.


E quando me pergunto o que me faz feliz? Certamente, respondo que não é o poder das compras, isso é prazer ou satisfação momentânea, que também tem algum benefício em algum momento dessa jornada.

Mas felicidade não tem a ver com possuir coisas. Ela é uma consciência, um estado de espírito, um apreço pela jornada, na qual podemos sentir e apreciar a beleza nas artes, na natureza, no banho de chuva, no simples encontro com os amigos verdadeiros.

Felicidade tem a ver com paz de espírito, com alegria, com serenidade, com gratidão, com realização, com crescimento pessoal, espiritual e profissional. A felicidade vem do nosso interior e da expressão das nossas forças de caráter, de viver uma vida com propósito, ou seja, uma vida significativa, conforme afirma Martin Seligman, pai da Psicologia Positiva.

A felicidade está no poder das nossas escolhas. E, sim, podemos fazer boas escolhas, escolhas conscientes pensadas holisticamente por meio da tríade do cuidar de si, do outro como comunidade e do planeta. Isso para mim é felicidade sustentável.

Abraço fraterno! 

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Chirles de Oliveira criou o portal Felicidade Sustentável em 2015 com a missão de inspirar pessoas e desenvolver organizações que mudam o mundo. A Mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pela ESPM/SP é também certificada em Ciências Holísticas e Economia para Transição pela Escola Schumacher Brasil, em Psicologia Positiva pelo IBCoaching e em Felicidade Interna Bruta, pelo Instituto Feliciência. Além disso, é praticante e professora de yoga e também colabora como colunista para o portal Eu Sem Fronteiras.

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4 dicas de consumo consciente na cozinha

Por Letícia Maria Klein Lobe •
15 fevereiro 2019
Ser um consumidor consciente começa com alguns hábitos no dia a dia e vai se transformando em um estilo de vida. Significa pensar em toda a cadeia de produção, desde a extração até o descarte, passando pelos impactos e consequências das suas ações de consumo. Tem muitas ações que podemos fazer na rotina para tornar nossa vida sustentável. Abaixo estão quatro dicas para praticar o consumo consciente na sua cozinha.

Coma bem e localmente
Uma economia de baixo carbono, fundamental para combater as mudanças climáticas, inclui o incentivo a fontes renováveis de energia e à busca de fornecimento local. O consumo de alimentos produzidos na sua região produz menos gases de efeito estufa, pois a comida percorre menos quilômetros para chegar até você. Assim, quanto mais próxima for a região de produção dos alimentos que você consome, melhor. Uma boa forma de praticar isso é frequentar alguma feira de produtores locais na sua cidade, o que também incentiva a geração de renda na região.

Na feira também é mais fácil encontrar frutas e hortaliças orgânicas, sem veneno. Os agrotóxicos poluem o ar e o solo, se infiltra até chegar aos lençóis freáticos e contamina os trabalhadores do campo, além de todos nós que consumimos esses alimentos (a incidência de problemas de saúde em trabalhadores do campo é maior, pois eles têm contato direto com o veneno e em grande quantidade). Quando você consome alimentos orgânicos, que costumam ser mais baratos na feira do que no mercado, está contribuindo com a preservação dos bens naturais e cuidando da sua saúde.

Evite o pacote
A feira também é um ótimo local para comprar suas comidinhas sem embalagem e a granel. Para evitar os saquinhos de plástico, leve suas próprias sacolas de pano ou potes. Eu geralmente levo as sacolas e coloco tudo dentro sem embalagens individuais; quando chego em casa coloco as verduras, legumes e frutas na fruteira ou na geladeira, dentro de potes ou em embalagens plásticas de outros produtos que eu reutilizo. Você também pode levar para a feira os potes e sacos que depois vão direto para a geladeira.



Aproveite tudo
Um dos grandes problemas quando se fala de alimentação é o desperdício. Entre 30% e 40% dos alimentos se perdem ao longo do trajeto, desde a colheita até o apodrecimento ou o puro descarte. Quando deixamos restos de comida no prato e compramos ingredientes que não usamos porque venceram ou apodreceram estamos contribuindo para esse dado alarmante num mundo cada vez mais avassalado por obesidade, de um lado, e desnutrição, de outro.

Para evitar jogar comida no lixo (aliás, já conhece o minhocário?), aqui vai um passo a passo legal para a semana:
1º - Faça um planejamento do cardápio e compre somente aquilo que vai usar, na quantidade necessária, principalmente se os alimentos forem frescos. Se cozinhar para mais dias, pense em congelar em pequenos potes o que for usar mais no fim da semana.
2º - Aproveite cascas, sementes e talos para fazer receitas, especialmente se forem orgânicos. Cascas de cebola e de beterraba e folhas da cenoura podem ser fervidas para um caldo de legumes; folhas de beterraba e cascas e sementes de abóbora dão aperitivos saborosíssimos quando assadas.
3º - Aquilo que realmente sobrou, como as cascas que foram fervidas ou partes sem aproveitamento, pode ser usado para fazer compostagem.

Vá de transparente
Uma dica interessante é colocar as sobras da refeição em potes de vidro ou transparentes, assim fica mais fácil identificar o que tem na geladeira para você aproveitar. Além disso, evite colocar esses potes no fundo da prateleira, assim você não esquece que tem comida boa lá. Use e abuse da sua criatividade na hora de usar o “restôdontê” para inventar novos pratos. Conforme os alimentos forem diminuindo dentro dos potes, troque para recipientes menores. Quanto menos espaço livre tiver dentro do pote, mais a comida vai durar.

Se você já adota essas práticas ou se conhece outras, comente aqui embaixo. Vamos espalhar o consumo consciente de alimentos e ajudar a reduzir os impactos ambientais na Terra. Um ecobeijo e até breve.
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Benefícios de um minhocário ou composteira - Meu santo composto #1

Por Letícia Maria Klein Lobe •
12 fevereiro 2019
É só vantagem, viu? Ter uma composteira ou minhocário em casa traz tantas coisas boas que eu tive que listar para não perder a conta. Se você ainda não tem um sistema de compostagem doméstico, pare aqui rapidinho para saber por que você deve sair correndo (depois de ler, claro) para providenciar o seu para ontem!

Benefícios da compostagem

- Transforma quase todos os seus resíduos orgânicos, que é a maior parte do que as pessoas produzem diariamente, em terra fértil e nutritiva para sua horta ou jardim.

- Não tem vasinho nem terreno? Você pode doar para algum familiar ou amigo e até vender para a floricultura. Olha a sua rede de relacionamentos se fortalecendo aí. Ou você pode começar a ter plantinhas em casa.

- Além do composto, que é o solo rico derivado da compostagem, o sistema também produz biofertilizante, aquele líquido escuro resultante da decomposição dos alimentos (é escuro porque passa pela terra). Ele é fortíssimo e riquíssimo para as plantas. Precisa ser diluído na proporção de 1 para 10 partes de água. Já falei que é forte?

- Você deixa de enviar ao aterro sanitário mais de 50% da sua produção diária de resíduos sólidos. No aterro, esses resíduos virariam lixo, onde não têm utilidade alguma e ainda são maléficos para o ambiente, produzindo gases de efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas e chorume tóxico que pode vazar pelo solo até os lençóis freáticos (é tóxico por causa da mistura de todos os tipos de resíduos que há por lá).

- É uma ótima forma de você perceber o quanto de resíduos orgânicos produz e como pode evitar desperdícios. Cascas e sementes de algumas hortaliças costumam dar bons aperitivos quando assadas e cascas de frutas viram ótimas geleias, por exemplo.

Minha composteira. Pintei um dos digestores (onde ficam as minhocas) de preto porque elas gostam de lugares escuros, mas às vezes acho que fica mais quente, então não pintei o outro. O balde de base é o coletor de biofertilizantes. Já está na hora de trocar os baldes de lugar e retirar a terra do que está no meio. 

- Tem para todos os gostos e bolsos. São dois métodos de compostagem em casa (composteira e minhocário - sem e com minhocas e outros bichinhos), de vários tamanhos, modelos e cores para escolher. Você pode inclusive fazer o seu próprio sistema, é divertido.

- Fazer compostagem em casa acaba virando um passatempo e um momento de tranquilidade na sua rotina. Só você, suas casquinhas e suas minhocas. Ou sem minhocas, mas garanto que depois de tê-las você não vai mais querer ficar sem.

- Uma mini escolinha em casa, com certeza. Se você tem filhos, eles vão adorar acompanhar os bichinhos e o processo de decomposição dos alimentos. Para a família toda ou só para você, muitas aulas sobre biodiversidade, ecossistema, ciclos naturais, cooperação, comunidade e teia da vida. Pois é, a pequena fauna do seu sistema tem muito a ensinar!

- Te torna uma pessoa melhor, sabia? No mínimo, mais empática. Sou franca em dizer que antes de ter meu minhocário, eu não nutria aquele amor pelas minhocas. Hoje, eu não passo um dia sem dar um oi, verificar se está tudo bem, se não está quente, se preciso revirar os orgânicos para refrescar o ambiente, se tem variedade de alimentos. Seres tão pequenos mudando sua percepção de vida, é tão lindo isso!

- Só o fato de não ter que sair de casa ou do apartamento para levar os resíduos orgânicos para a rua já é uma vantagem, concorda? Economiza tempo.

Nem eu sabia que tinha tantos benefícios antes de começar a escrever! Agora pode ir lá aquirir a sua ou providenciar as peças para fazer uma. Vai logo, tá? Tipo correndo. Depois me conta aqui se sentiu outras vantagens. Se você já tem, escreve aqui também o que mais gosta na sua composteira ou minhocário. Um ecobeijo e até breve.
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Como eu faço para não usar papel higiênico no banheiro

Por Letícia Maria Klein Lobe •
08 fevereiro 2019
Conseguimos aproveitar quase todos os resíduos gerados no dia a dia. A maioria das embalagens é passível de reciclagem e os orgânicos podem ser compostados. Mas ainda sobram os rejeitos, que não tem potencial de aproveitamento. Em casa, o papel higiênico usado no banheiro ocupa posição de destaque nessa categoria. Não tem jeito, vai para o aterro sanitário. Qual a solução? Não use!

Como assim? Como vou me limpar no banheiro sem o bendito papel higiênico? É simples, na verdade. Use água e um paninho. Como se fazia antigamente (aliás, os rolos de papel higiênico só passaram a ser comercializados no século 19). Em casa, nós instalamos uma duchinha ao lado do vaso sanitário e eu deixo uma toalhinha pendurada no suporte do papel higiênico, que tem duas hastes (uma delas continua sendo para o papel, pois meu noivo usa normalmente). Então, quando faço uso do vaso sanitário, lavo e seco com a toalhinha. A cada dois ou três dias eu troco, deixo aquela de molho e lavo depois com as roupas.

Ah, mas assim gasta mais água! A fabricação do papel higiênico gasta muito mais. A árvore utilizada para fazer papel é o eucalipto, proveniente de grandes plantações. Essa espécie consome tanta água que é usada para drenar pântanos! Cada rolo demanda 140 litros de água para ser feito! Tem ainda outros impactos no processo, como emissão de gases de efeito estufa com o transporte das árvores, branqueamento, poluição por produtos químicos e desmatamento de áreas de vegetação nativa para plantio de eucalipto.

Neste artigo sobre o uso do papel higiênico no mundo, impactos e soluções (em inglês), se o papel higiênico fosse substituído por água para higienização, o consumo do produto cairia entre 50% e 90% somente nos EUA. Lá, isso evitaria o corte de 54 milhões de árvores por ano e reduziria o consumo de água: a média de uso do estadunidense é de 57 folhas de papel higiênico por dia, o equivalente a 3,7 litros de água. Se usar somente a duchinha, o uso de água diário cai para 110 ml.

Não tenho ducha, não tem como instalar, não tenho dinheiro agora, como faço? Você pode deixar uma garrafinha de água ao lado do vaso sanitário. Vai servir da mesma forma. Algumas casas ou apartamentos mais antigos talvez tenham bidê (quase um vaso sem descarga e sem tampa, com torneiras e esguichos de água), que é usado para lavar partes íntimas e pés.

Talvez você leve uns dias para pegar o seu jeito, mas depois vai perceber que o tempo usado nos dois processos é praticamente o mesmo; às vezes é até mais rápido usar água e pano do que ficar usando várias vezes o papel higiênico, especialmente depois do número dois. Prático, rápido, sem lixo e sustentável. Que tal testar? Depois comente aqui se deu certo. Um ecobeijo e até breve!

Ducha higiênica e toalhinha no banheiro
Ducha higiênica e toalhinha no banheiro. Dentro do lixeiro, um saco de papel.

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O que fazer com as embalagens do seu delivery?

Por Letícia Maria Klein Lobe •
05 fevereiro 2019
Quando bate a fome e não tem nada na geladeira ou se dá aquela vontade de comer pizza sem sair de casa, você já passa a mão no telefone para fazer o pedido. Praticidade e comodidade são duas vantagens de pedir comida em casa, mas depois sobram as embalagens. Sacos de papel, caixas de papelão, potinhos e sacos de plástico formam os restos do seu pedido de entrega. O que fazer com elas? Veja abaixo dicas de como aproveitá-las, dar o destino correto e até evitá-las.

Caixas de pizza podem ser recicladas, mesmo com gordura (restos de comida devem ser tirados). Algumas cooperativas ou empresas não pegam porque a gordura pode alterar a qualidade do produto final, o que interfere no preço de venda do papel reciclado. Por isso, entre em contato com o sistema de coleta seletiva da sua cidade para confirmar. Se disserem que não pegam, você pode retirar os pedaços gordurosos (as partes intactas podem ser separadas para a reciclagem) e compostá-los no minhocário ou na composteira ou mesmo enterrá-los no jardim.

Aqui em casa, eu tenho reutilizado sacos de papel na lixeira do banheiro. Como o papel higiênico ainda não tem destino que não seja o aterro sanitário, é melhor envolvê-lo em um saco de papel do que em uma sacola de plástico, que leva séculos para se decompor – se você quiser ir além e deixar de usar papel higiênico, pode usar toalhinhas, mas isso é assunto para outro post. Os sacos também podem ser compostados, se não tiverem plástico na composição.

Os sacos de papel vão para a lixeira do banheiro e o potinho de plástico eu vou guardar para uso futuro.
A embalagem das batatas e a caixa vão para a reciclagem sem as partes gordurosas, destinadas ao minhocário.

Potes e sacos de plástico podem ser reciclados também, mas precisam estar limpos e secos. Você pode deixá-los na pia enquanto lava a louça e deixar secar ou passar um pano úmido. Depois de limpo, pode ser encaminhado para reciclagem ou você pode reutilizar para vários fins na sua casa: guardar alguma coisa (até aqueles potinhos pequenos servem), fazer brinquedos com as crianças ou usar como marmita quando você recebe visita e sobra comida que a pessoa pode levar. Eu tenho uma pequena coleção desses potinhos em casa. Se enviar para a coleta seletiva, coloque uma embalagem dentro da outra ou amasse para otimizar o espaço.

O isopor já é mais difícil de aproveitar. Existem poucas indústrias de reciclagem desse material no Brasil devido à baixa viabilidade econômica, visto que o isopor é leve e volumoso. Assim, se não houver coleta seletiva de isopor onde você mora e não tem como evitar usar, o jeito é aproveitá-lo de alguma forma. Depois de limpo, pode ser usado como estofamento de almofada, por exemplo, ou pode ser guardado para outro uso. É comum encontrar bandejas de isopor em restaurantes para fazer marmita. Tem como escapar? Tem sim. Dê uma lida neste post sobre a melhor alternativa de embalagem de marmita para saber como.

Existem várias formas de aproveitar as embalagens que entram na sua casa. Mas, como prevê a ordem de prioridade quando se fala de resíduos sólidos, antes de reciclar e reutilizar devemos tentar evitar a produção. Assim, aqui vão algumas sugestões:

- Se você não se importa de ir buscar a comida que pediu, pode levar seus próprios recipientes para colocar o lanche ou a pizza.

- Você pode pedir para que usem menos embalagens quando fizer seu pedido e pedir para que não enviem coisas extras que você não consome, como molhos e guardanapos (você pode usar os que já tem em casa, de papel ou, melhor ainda, de pano).

- Por fim, sugira ao restaurante, lanchonete ou pizzaria formas melhores, mais econômicas e sustentáveis de embalar as comidas para viagem. Eles podem trocar o material, reduzir o tamanho, modificar o sistema de atendimento para os clientes começarem a prestar atenção nessas questões. Eu tenho o costume de fazer isso e, junto com as sugestões de outras pessoas, já acompanhei mudanças em prol da redução de produção de lixo em pelo menos dois restaurantes que frequento. Então, fale mesmo!

Quando você muda suas atitudes, está contribuindo para um mundo melhor e inspirando outros a fazerem o mesmo. Um ecobeijo e até breve!
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6 dicas para reduzir o consumo de energia elétrica no verão

Por Letícia Maria Klein Lobe •
02 fevereiro 2019
Se você tem aparelho de ar condicionado em casa, a sua fatura de energia elétrica deve ter sido maior nestes meses de verão. O consumo é alto devido ao calor escaldante que está fazendo, mas não tem como não usar, a peça já virou necessidade e sinônimo de bem-estar (especialmente se você mora no Vale do Itajaí, onde passa dos 40ºC e quase não tem vento). Então, o que você pode fazer para economizar dinheiro na fatura nesta estação do ano? Vamos às dicas!


Portas e janelas fechadas
Fechar o ambiente enquanto o aparelho de ar condicionado estiver ligado reduz o consumo de energia elétrica, pois a máquina atinge a temperatura programada mais rápido e opera numa faixa de estabilidade. Se você utiliza o ar condicionado à noite para dormir, mantenha o seu quarto fechado durante o dia também. Você vai perceber que o ambiente mantém um pouco do frescor e assim, será mais fácil para o aparelho refrigerá-lo na noite seguinte, o que vai economizar energia. Fechar cortinas e persianas também ajuda a manter o calor do lado de fora da casa e a temperatura amena no lado de dentro.

Aparelhos eficientes
Quanto mais perto do começo do alfabeto estiver a classificação do eletrodoméstico pelo Inmetro, melhor. Um aparelho com Selo Procel A é mais eficiente e econômico do que B e assim por diante. O selo foi instituído no país por Decreto Presidencial em 08 de dezembro de 1993 e indica os produtos com melhores níveis de eficiência energética em cada categoria. Assim, quando precisar comprar qualquer eletro leve em consideração a classificação. O investimento inicial pode ser maior, mas compensa pela economia que vem depois e que em poucos anos se paga. Alguns aparelhos, como geladeira e condicionador de ar, possuem uma tecnologia chamada inverter, que economiza energia.

Temperatura ideal
Quanto mais quente no lado de fora, mais energia o aparelho utiliza para tentar atingir a temperatura programada. Por isso, selecione sempre a temperatura de conforto, que é em torno de 23ºC. Colocar o condicionar de ar em 17ºC não fará com que ele refrigere o ambiente mais rápido. O que acontece é que ele vai trabalhar em potência alta por mais tempo até atingir a temperatura. Ou seja, vai gastar mais energia. Independentemente da temperatura selecionada no controle remoto, o aparelho sempre vai trabalhar em potência máxima até atingir aquela marca. Depois que atinge, a máquina consome menos energia para manter o ambiente refrigerado.

Programação no controle
Aparelhos de ar condicionado costumam ter uma função que permite você programar horários para a máquina ligar e desligar, o que pode ser um aliado na economia de energia. Você pode programar o desligamento dele, por exemplo, de 15 a 30 minutos antes de acordar. A mesma regra vale para quando sair do trabalho, por exemplo. Desligue o ar um tempinho antes, pois o ambiente mantém a temperatura até o momento de você ir embora.

Telhado verde
Se você mora em casa, que tal cobrir seu telhado com plantas baixas e flores, se for plano, ou gramíneas, se for inclinado? Uma pesquisa da Universidade de São Paulo revelou que telhados verdes reduzem a temperatura em até 5º C dentro da construção e aumentam a umidade relativa do ar em até 15% em relação às construções com cobertura de concreto, o que aumenta a eficiência energética. Se o ambiente interno está mais fresco, o aparelho de ar condicionado precisa trabalhar menos para resfriar os cômodos, o que economiza energia. Dependendo da temperatura, você nem precisa usar o condicionador de ar ou o ventilador.


Lâmpadas LED
Um dos objetivos do horário de verão é fazer as pessoas aproveitarem mais a luz solar e assim reduzir o consumo de energia elétrica. Aliado ao uso de lâmpadas LED (um diodo emissor de luz), a economia é maior ainda. Essas lâmpadas são mais econômicas e sustentáveis do que incandescentes e fluorescentes. Somente 10% da eletricidade que passa pela incandescente vira luz, enquanto os 90% são perdidos na forma de calor, por isso ela esquenta muito. As fluorescentes são mais econômicas, mas têm mercúrio na composição, o que as torna perigosas. Já as LEDs produzem a mesma quantidade de luz utilizando menos energia e praticamente não gerando calor, por isso são sinônimo de eficiência energética. Uma lâmpada LED é, pelo menos, três vezes mais econômica do que uma incandescente, além de mais resistente.

Você já segue alguma dessas medidas para reduzir o valor da sua conta de energia elétrica no verão? Tem alguma outra dica? Comente aqui para aumentarmos lista. Um ecobeijo e até breve!
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