11 livros sobre meio ambiente que mudaram minha visão de mundo

Por Letícia Maria Klein Lobe •
29 outubro 2019
Os livros são parte de mim. Sinto até uma necessidade física quando fico alguns dias sem ler, nem que seja uma página. Para comemorar o Dia Nacional do Livro, celebrado em 29 de outubro, selecionei algumas obras com temática ambiental que li ao longo da vida e que mudaram minha forma de ver o mundo e viver nele (os que têm resenha aqui no blog tem o link no título).

Walden ou A Vida nos Bosques
Com toda a certeza um dos meus livros favoritos da vida! Henry David Thoreau faz um relato autobiográfico inspirador, profundo e verdadeiro da jornada de um ser humano em busca da essência da vida. Thoreau narra o período de pouco mais de dois anos em que viveu em um bosque, às margens do lago Walden (nos Estados Unidos), numa casa que ele mesmo construiu. Irônico, provocador, questionador e filósofo, Thoreau não fala meias verdades e toca em muitas feridas, escancarando hipocrisias da sociedade capitalista do século 19, com seu comercialismo e industrialismo crescentes (algo ainda mais verdadeiro hoje). Daquelas leituras para fazer refletir e encarar pré-conceitos.

Mundo sustentável – Abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação
Foi um dos primeiros livros que eu li com temática ambiental, ainda na faculdade. O livro reúne entrevistas, artigos e comentários do jornalista ambiental André Trigueiro sobre assuntos relacionados a resíduos sólidos, energia, mudanças climáticas, água e padrões de produção e consumo, além de soluções para uma vida sustentável. No momento, estou no meio da leitura do segundo volume: Mundo Sustentável 2 - Novos rumos para um planeta em crise.

A teia da vida – Uma nova compreensão científica dos sistemas vivos
Fritjof Capra é um físico austríaco e ambientalista que consegue trazer temas científicos para o nosso dia a dia, com uma linguagem acessível. Neste livro, ele aborda a visão sistêmica da vida (a noção de que tudo está inter-relacionado), mostrando a riqueza e a fragilidade da teia de vida existente no planeta Terra e no universo. Ele explica ecologia profunda, pensamento sistêmico, teorias da complexidade e do caos, além de vários outros estudos e linhas de pesquisa que comprovaram a interligação e a interdependência entre os seres vivos, estruturas e elementos terrestres e universais.

O tao da física – Um paralelo entre a física moderna e o misticismo oriental
Esse foi o primeiro livro que Capra escreveu (e o segundo dele que eu li). Ele diz no livro que “a ciência não precisa do misticismo e o misticismo não precisa da ciência, mas o ser humano precisa de ambos”. Durante a narrativa, ele vai explicando sobre física quântica e as bases do pensamento filosófico indiano e chinês (budismo, hinduísmo e taoísmo), estabelecendo um paralelo entre os dois. É incrível o que ele consegue fazer, mostrando como, na realidade, ciência e espiritualidade se complementam.

A sexta extinção – uma história não natural
Um dos melhores livros ambientais que eu já li, escrito pela jornalista Elizabeth Kolbert. O livro tem 13 capítulos que contam a história das últimas cinco grandes extinções em massa ocorridas no planeta e mostram indícios do sexto episódio que pode estar em curso, provocado pela espécie humana nesta era de Antropoceno. A extinção é um fenômeno natural, mas a humanidade está intensificando-o em milhares de vezes, tornando-o massivo. Leitura recomendadíssima para quem quiser entender esse processo de uma maneira fácil, didática e envolvente. 

Livros com temática ambiental
Livros com temática ambiental 

O homem que salvou Nova York da falta de água e outros 11 mestres da sustentabilidade
Um livro muito interessante e inspirador. Com uma escrita fluida e envolvente, o autor Rafael Chiaravalloti descreve trajetórias de vida, desafios e conquistas de pessoas no Brasil e em outros países que fizeram ou fazem a diferença em termos de conservação, preservação e vida sustentável. As histórias são contadas em meio a contextos sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais, oferecendo ao leitor uma visão sistêmica sobre os problemas e as soluções que os 12 mestres encontraram. Um ótimo exemplo do que podemos fazer com o nosso poder.

Espiritismo e Desenvolvimento Sustentável
Carlos Orlando Villarraga questiona como será o futuro da espécie humana na Terra diante do modelo atual de desenvolvimento e do consumismo, trazendo indicadores sociais e ambientais, as bases do modelo de desenvolvimento sustentável, a diferença entre consumo e consumismo, a importância das religiões para o desenvolvimento sustentável, os princípios da sustentabilidade, exemplos de ações para um futuro sustentável e como o Espiritismo pode ajudar nesse processo.

Espiritismo e Ecologia
Esse é outro livro espírita que aborda a temática ambiental, escrito por André Trigueiro. Ele faz um paralelo entre as duas ciências que nasceram na mesma época, o Espiritismo e a Ecologia, e que compartilham princípios, como o uso sustentável dos bens naturais, o consumo consciente, a coletividade em detrimento do individualismo e a visão sistêmica da biodiversidade. Rápido de ler, com uma escrita objetiva, agradável e cativante.

Colapso – Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso
Esse livro é uma viagem no tempo e um mergulho na história de civilizações que desapareceram ou triunfaram por causa da relação que tinham com o meio onde viviam. O autor Jared Diamond explica contextos sociais, econômicos, políticos e culturais de cada sociedade e como eles se inter-relacionam ao longo do tempo para levar essas comunidades à extinção ou à prosperidade. Tem uma linguagem clara e envolvente que revela a intrincada rede de relações entre os indivíduos de um povo e entre este e seu habitat.

Diário do clima – Efeitos do aquecimento global: um relato em cinco continentes
Foi escrito pela jornalista Sonia Bridi como resultado das reportagens para o quadro “Terra – que tempo é esse”, produzido em 2010 para o programa Fantástico, da Rede Globo. Ela e o cinegrafista Paulo Zero, seu marido, viajaram pelo mundo para mostrar os efeitos e explicar as causas das mudanças climáticas, geradas a partir da emissão acelerada e intensificada de gases de efeito estufa na atmosfera, decorrentes de atividades humanas. Apesar de já terem sido lançadas muitas outras obras (livros, programas de TV, documentários etc) sobre a crise climática na última década, vale a leitura por ter uma abordagem clara e didática do tema. Se você conseguir a edição do livro que vem com os episódios da série, melhor ainda.

O pequeno príncipe
O famoso livro do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, camuflado de infanto-juvenil, é uma das histórias mais lindas sobre humanidade e trajetória de vida de um ser humano. É um livro profundamente filosófico e poético que aborda qualidades e defeitos, desafios e aprendizados, ganhos e perdas, sentimentos e emoções, cuidado e destruição. A sustentabilidade se baseia nos atos simultâneos e interdependentes de cuidar de si, do outro e do ambiente, mensagens que esse livro tão belo nos mostra por meio de seus personagens, dos vários planetas, dos relacionamentos e da viagem do príncipe.

Já leu algum desses? Recomenda outros?

Um ecobeijo e até breve.
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Tela na caixa coletora do minhocário e um balde cheio de adubo – Meu santo composto #9

Por Letícia Maria Klein Lobe •
09 outubro 2019
Reservei duas horinhas nesta semana para fazer algo que estava há tempos precisando: limpar e melhorar meu minhocário. Na questão limpeza, tirei praticamente um balde inteiro de adubo, que estava há seis meses na caixa digestora debaixo. A de cima está lotada e eu precisava inverter as duas, para deixar a que está cheia em processo de decomposição dos orgânicos. A melhoria foi colocar uma redinha presa na tampa da caixa coletora, para evitar que minhocas caiam no biofertilizante e morram afogadas. Também retirei cinco litros de biofertilizante concentrado, que ainda precisam ser diluídos. 

Adubo e caixa digestora vazia
Adubo recolhido e caixa digestora vazia
O adubo estava com odor fraco de terra molhada, numa consistência pastosa, nem esfarelenta nem líquida. Ótimas condições! Para retirá-lo, deixei a caixa no sol e fui pegando aos poucos a camada de cima, conforme as minhocas iam descendo (elas fogem da claridade). Quase não tinha mais minhocas neste balde, estão quase todas na outra caixa digestora que está cheia, então foi fácil tirar o adubo sem encontrar as bichinhas. Usei uma pazinha e um garfinho de jardinagem, mas pode ser qualquer colher e garfo que você tiver em casa.

Adubo retirado do minhocário
Adubo retirado do minhocário. Só dá para reconhecer as cascas de ovo.
Agora eu tenho bastante adubo para usar nas minhas plantas, que estão precisando de nutrientes e de reposição de terra. Vou colocar também nas plantas do prédio. O biofertilizante, depois de diluído, pode ser aplicado semanalmente nas verdinhas.

Já comecei a colocar resíduos orgânicos na caixa digestora que tinha o adubo. Ainda ficaram alguns resíduos lá: deixei algumas cascas de pinhão, sementes de abacate e caroços de pêssego, que demoram muito tempo para se decompor. O que também não decompôs foram as cascas de ovos, mas tirei junto com o adubo, para ir decompondo nos vasos das plantas. 

Restou um fundo de resíduos orgânicos na caixa digestora, com algumas minhocas
Restou um fundo de resíduos orgânicos na caixa digestora, com algumas minhocas


Caixa digestora cheia
Caixa digestora cheia

Minhocário arrumado
Minhocário arrumado, com as caixas digestoras invertidas.
A cheia está embaixo, para os resíduos orgânicos se decomporem.
A redinha é uma solução prática e barata para o problema de morte de minhocas no biofertilizante. Ela é vendida em metro e custa menos de R$ 5,00. Usei só um quarto. Cobri a caixa coletora, afundei um pouco para permitir o encaixe do balde digestor que vai em cima e prendi com a tampa (que é recortada no meio para encaixar o balde superior). Assim, se alguma minhoca cair pelo buraco da caixa digestora, ela pode voltar facilmente e não afundará no líquido. 

Redinha no topo da caixa coletora
Redinha no topo da caixa coletora para as minhocas não caírem.
Agora me conte, como anda a sua compostagem doméstica? 

Um ecobeijo e até breve.
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Alternativas ao uso da sacola plástica para colocar o lixo

Por Letícia Maria Klein Lobe •
01 outubro 2019
“Mas daí eu vou ter que comprar aqueles sacos de lixo se eu não usar a sacolinha”. Essa é uma das frases que eu mais escuto quando digo que não pego sacola de plástico no mercado nem em lojas. Olhe a resposta linda: não, você não precisa comprar! “Mas o que tu usas na lixeira?” vem logo depois. Mais lindo ainda: alternativas sustentáveis, é claro. Quais são? Como fazer? Leia até o fim e abandone de vez essas pragas plásticas.

Faz alguns anos que eu sou adepta das sacolas reutilizáveis. Tenho uma de pano que fica bem pequenina na bolsa. Quando vou ao mercado ou à feira, levo outras, grandes, para trazer as compras. Com isso, deixei de usar sacolas plásticas para colocar o lixo do banheiro, os resíduos orgânicos (que vão direto para meu minhocário) e os materiais recicláveis. 

Como nós precisamos de alguma coisa para colocar os resíduos dentro, comecei a utilizar as próprias embalagens de alguns produtos como saco de lixo. Para os resíduos recicláveis, eu uso embalagens plásticas de pão, arroz, feijão, macarrão, batata frita congelada, entre outros, que são grandes o suficiente para acondicionar os resíduos, cuja maioria são outras embalagens. 



O que eu também uso, especialmente para colocar vidros, é caixa de papelão. Muitos mercados já disponibilizam caixas para os clientes colocarem suas compras. Elas também são boas para colocar papéis e embalagens de papelão para a reciclagem. Assim, tanto a embalagem quanto o conteúdo são do mesmo material, o que facilita na hora da triagem. Outra solução para embrulhar vidros é folheto de mercado ou jornal, especialmente se houver cacos. Eu também já usei embalagem metálica de entrega de comida, tipo marmita.

Para os resíduos orgânicos, a solução é a compostagem! Não manda para o aterro sanitário, não, pessoa linda. Tenho conhecidos que batem os restos de alimento no liquidificador com um pouco de água e dão como adubo para plantas. É uma alternativa se você ainda não tem um minhocário ou composteira. 

De qualquer forma, quando precisar de embrulho para os resíduos orgânicos, a melhor saída é o saco de papel, que decompõe muito mais rápido no aterro do que o plástico e tem uma origem renovável. Podem ser sacos de pão da padaria ou embalagens de papel de alguns alimentos. No site do Instituto Akatu, tem um passo a passo de como fazer um saquinho de lixo com jornal; encartes ou folhetos de mercado também servem. Tem lojas que dão sacolas de papel, outra alternativa.

Para o lixo do banheiro, que inevitavelmente vai para o aterro sanitário, eu geralmente uso saco de pão ou de entrega de comida, que tem um tamanho compatível com a minha lixeira. Além de ser mais sustentável, o uso do papel para acondicionar os resíduos sanitários diminui o odor, então é outra vantagem.

Gostou? Já faz algo assim? Faz diferente? Comente aqui embaixo.

Um ecobeijo e até breve.
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