Se tem uma classe de animais que me encanta, são as aves. Algumas pelo canto, outras pela plumagem, mas quase todas (me desculpem pinguins, avestruzes e galinhas) pela capacidade de voar. Deve ser maravilhoso sentir o vento passando pelas asas enquanto se voa livremente por todos os cantos da Terra. Um dia eu crio coragem e voo de asa-delta para experimentar a sensação.
Depois da temporada que passei com o Coave para fazer o trabalho, não participei de mais nenhuma observação de aves na natureza. Mas tenho muita vontade de começar a praticar a atividade. O Brasil é um dos três países com maior diversidade de aves, sendo mais de 1.800 espécies. E você, já praticou a observação de aves? Tem vontade? Confira abaixo o vídeo documentário para saber como foi minha experiência e conhecer mais sobre o Coave.
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Canários e um rolinha em Santo Amaro da Imperatriz.
Super legal fotografá-los!
Foi essa paixão por aves que me levou a fazer, como projeto experimental no curso de jornalismo em 2010, um vídeo documentário sobre um clube que também adora esses animais: o Coave – Clube de Observadores de Aves do Vale Europeu. A atividade de observar aves, conhecida em inglês como birdwatching, é mundialmente praticada por milhões de pessoas – dados apontam entre 80 e 90 milhões, sendo a maior parte delas nos Estados Unidos, onde surgiu no comecinho dos anos 1900. A observação de aves é uma ótima maneira de conscientizar as pessoas para a conservação da natureza em geral e, em particular, da avifauna.
No Brasil, a atividade só chegou entre as décadas de 70 e 80. Quem se interessa pela observação de aves, pode procurar os COAs (Clubes de Observadores de Aves) espalhados pelo país, entidades independentes não governamentais que reúnem pessoas interessadas na atividade, tanto em locais fechados quanto excursões em campo. Em Santa Catarina são três clubes: Coave, COA Joinville e Santa Catarina Birdwatching.
O Coave foi fundado em 2002, em uma parceria entre o curso de Turismo do Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi), a Organização Regional de Turismo e instituições movidas pela prática do ecoturismo na região do Vale do Itajaí. O Coave, considerado uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, realiza atividades em campo para observação de aves, cursos voltados ao comércio turístico, palestras nas escolas da região e projetos de educação ambiental em geral. Em 2004, o clube lançou um guia de aves da região. Depois de outras atividades, a partir de 2009 o Coave passou a fazer consultas populares para eleger aves símbolos ambientais em algumas cidades do estado. A de Blumenau, por exemplo, é o Aracuã, esse aqui embaixo.
Aracuã fotografada por Maicon Mohr, presidente do Coave
Em 2010 foi aprovado o primeiro projeto de pesquisa de campo do Coave com financiamento da Fapesc (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina). O que o projeto pretendia era fazer um levantamento da avifauna da 35ª Secretaria de Desenvolvimento Regional, que compõe os municípios de Ascurra, Benedito Novo, Dr. Pedrinho, Indaial, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó, além da criação de atividades turísticas em duas propriedades privadas que cederam espaço para realização da pesquisa em dois destes municípios. Ao final do projeto, seriam publicados livros sobre a avifauna pesquisada para distribuição gratuita nas escolas públicas da região.
Quando fiz o vídeo documentário para a faculdade, o projeto estava em andamento e eu acompanhei duas saídas de campo que o grupo fez para observar e catalogar as aves. Foi incrível, eu adorei! Todos do grupo, que me receberam de braços abertos e foram muito colaborativos com meu projeto, avistavam uma ave e já identificavam na hora. Impressionante, sério. Eu fiquei quase o semestre todo pra decorar a forma e o nome da rolinha (o fato de Blumenau ter muito desses bichinhos ainda ajudou, olha ela aqui).
Infelizmente, como me contou o presidente Maicon, o Coave perdeu todo o apoio que recebia do grupo Uniasselvi quando este foi comprado pelo grupo Kroton, em 2012, o que reduziu significativamente as atividades do clube. O pior é que não tem a menor chance da Kroton restabelecer o apoio: pelo que eu soube do Maicon, o grupo cortou todos os apoios socioambientais, não só da Uniasselvi, mas de todas as outras instituições adquiridas. E tem mais: sabe aquele projeto que cito acima? Parou por ali, os livros com todas as aves pesquisadas no projeto nem chegaram a serem impressos. A Fapesc não repassou o recurso necessário para impressão e distribuição do material.
Durante a saída de campo em Benedito Novo, para o documentário
Mas, há luz no túnel e não é do trem. Os membros do Coave estão pensando em alguns projetos para o segundo semestre, sendo que um deles é justamente para finalizar aquele que não deu certo e poder, finalmente, distribuir os livros das aves para as escolas da região. Assim que eu tiver novidades, trago aqui para o blog.
Contagem de votos em eleição em ave símbolo
Deixo aqui alguns links legais para quem se interessou pelo tema:
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