Diário de bordo #19 – Desapegando na marra

Por Letícia Maria Klein Lobe •
20 fevereiro 2015

Entrei em contato com o minimalismo alguns meses atrás, inclusive já falei dele aqui no blog, e me identifico muito com o estilo de vida minimalista, dando mais valor às experiências, relações e memórias do que às coisas materiais. Mudei algumas formas de pensar e agir e venho incorporando cada vez mais o minimalismo na minha rotina e estilo de ser, o que tem me deixado mais leve e feliz. Esta viagem me ajudou muito neste quesito, mostrando como é preciso pouco para viver bem e confortavelmente. O que a gente pensa ser indispensável muitas vezes é apenas comodismo. Não tenho máquina de lavar, por exemplo, então lavo tudo à mão e não vejo problema. Aconteceu um acidente de percurso quando eu cheguei aqui e tive que me desapegar, digamos, à força, da minha mala. Sabe o mais curioso? O que me incomodou não foi o desapego.


Foi o lixo que eu gerei. Ou melhor, que a companhia aérea (Swiss) gerou. Não faço ideia de como, mas eles quebraram as duas rodas da minha mala, que estava nova, eu tinha usado apenas uma vez alguns anos atrás. Por isso, fui obrigada a comprar outra, cujo valor a Swiss me ressarciu em pouco tempo (pelo menos neste ponto eles foram eficientes). Comprei uma mala bem resistente, justamente para que dure mais e seja bem difícil da companhia danificar, e o preço ficou dentro do orçamento que me ofereceram. 


Mas não joguei a mala quebrada no lixo, não! Tá doido, não consigo. Falei com algumas pessoas do meu time e consegui convencer o presidente da AIESEC a aceitar a mala no escritório da ong, onde ela pode servir como armário. A caixa de papelão em que a mala veio também foi para o escritório, onde pode ter serventia. O negócio é aplicar os Rs da sustentabilidade no nosso dia a dia. Afinal, não existe nenhum “fora” para jogar as coisas que achamos ser lixo.
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Diário de bordo #18 – Muitas risadas e hora extra na última sessão do projeto Arges in Green

Por Letícia Maria Klein Lobe •
18 fevereiro 2015

Os estudantes gostaram tanto de fazer os fanzines (tínhamos as revistas desta vez) que ficaram quase uma hora a mais na sessão! O resultado foi ótimo, eles fizeram fazines super criativos. O jogo de mímica também foi divertido e rendeu muitas risadas. Eu esperava que mais jovens fossem aparecer, mas os sete que participaram com certeza gostaram e devem lembrar por bastante tempo a última sessão do projeto de educação ambiental Arges in Green. O que eu mais gostei foi que dois meninos que eram bem bagunceiros no começo continuaram até o final e melhoraram o comportamento e uma estudante recomendou o projeto para uma amiga dela, que foi nas duas últimas aulas e disse pra mim que foi “awesome”! No fim, o que importa é a qualidade e conseguir tocar nem que seja apenas uma pessoa. Pelas mensagens que eles me deixaram, fico com a sensação de que consegui cumprir meu propósito aqui na Romênia. =)

Da esquerda para direita: Vlad, Arina, Ana, eu, Vlad e 
Daniela (a menina que veio convidada pela amiga)

Segui a mesma estrutura que na sessão anterior, com uma rápida teoria acompanhada de vídeos sobre pegada ecológica, o teste que revela sua relação com as questões ambientais, o jogo de mímica e a montagem do fanzine. Bem curioso: o resultado do teste foi muito parecido com o do grupo 1. Dos sete, seis ficaram no meio do caminho, cujo resultado diz que eles se preocupam com o meio ambiente, mas não partem para a ação. O outro menino teve o resultado abaixo dos outros, que mostra que ele tem pouca preocupação com as questões ambientais e precisa rever seus hábitos. Eles falaram que o resultado do teste bateu bem certinho com o estilo de vida que levam hoje. Quem sabe o teste e as aulas ajudem-nos a rever algumas atitudes?

Vendo um vídeo no começo da aula

Eles adoraram o jogo de mímica, foi bem engraçado. Pensei que este jogo seria uma ótima forma de ajudá-los a gravar e interiorizar algumas atitudes sustentáveis que podemos ter no nosso dia a dia. Aprender brincando sempre funciona e é uma ótima ferramenta de educação ambiental. Na verdade, de educação no geral. Em seguida, eles exercitaram a imaginação e montaram fanzines muito interessantes, dê só uma olhada.

Mensagens sobre vários tópicos que vimos nas sessões

It's a circle for a reason! (É um círculo por uma razão).
Feito com colagens de pedacinhos e letras de revista

No sábado, será a  cerimônia de encerramento. Eu mostrei o vídeo do flashmob que pretendo fazer e eles gostaram da ideia. Pensei em fazer durante o Global Village, um evento em que os intercambistas apresentam coisas típicas de seu país. Também haverá uma competição envolvendo todos os jovens que participaram dos projetos de inverno da AIESEC Pitesti. Será em um hipermercado, no domingo, o que é ótimo, pois mais estudantes podem ir e a gente poderia pedir a colaboração dos que participaram dos outros projetos. Terei a confirmação até o fim da semana. Estou torcendo para que dê certo!!! Abaixo, vídeo com um pouco do jogo de mímica com os dois grupos.



Para muito mais fotos das sessões, confira o álbum na página do blog no Facebook.
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Diário de bordo #17 – Teste, mímica e cartaz para marcar a última sessão para o grupo 1

Por Letícia Maria Klein Lobe •
16 fevereiro 2015

Hoje foi a última sessão do projeto Arges in Green para o grupo 1. Como último tema, achei legal falar sobre pegada ecológica e focar as ações e atitudes que podemos ter em prol da sustentabilidade. A aula foi bem dinâmica, divertida e rendeu risadas com o jogo de mímica, em que eles tinham que sortear um papel e mostrar a ação sustentável descrita através de gestos. Antes disso, fiz um teste com eles para saber como é a relação de cada um com as questões ambientais e, para finalizar, cada dupla fez um cartaz com mensagens ambientais. Pedi para que eles deixassem mensagens no meu caderno e gostei muito do que li! Apesar da turma ter ficado pequena no final, os que continuaram aprenderam e se divertiram bastante. 



Como apenas um deles levou um livro para trocar e as duas meninas que foram hoje tinham faltado na semana passada, e portanto não sabiam da troca, não fizemos a feira de troca como programado. No começo da aula eu falei sobre o que é pegada ecológica, mostrei um curta ambiental que foca esse tema, chamado “Man”, mostrei o resultado do teste da minha pegada ecológica e um outro vídeo sobre sustentabilidade. Também falei sobre a diferença entre Eco x Ego e acho que a imagem marcou os alunos pelas expressões deles. 


Foi bem interessante fazer o teste com eles. É um teste que analisa rapidamente o nível de envolvimento pessoal com a questão ambiental. Dos quatro estudantes, três ficaram bem no meio do caminho, o que mostrou que eles têm preocupação com as questões de meio ambiente, mas não incorporam ações sustentáveis na rotina deles. O resultado do quarto jovem foi um pouco abaixo, mostrando que ele tem pouca preocupação ambiental em termos de atitude e precisa rever seu estilo de vida. 


Gabriela (esquerda) e Alexandra Stan deixaram mensagens de 
preservação ambiental ao redor do desenho do Planeta Terra

Save the world, you can!

O jogo de mímica foi bem divertido e eles riram bastante, mas não conseguimos fazer todas as ações por falta de tempo. Achei melhor parar na metade para que eles pudessem fazer os cartazes com mensagens ambientais, o que eles também gostaram bastante. A ideia, na verdade, era que eles fizessem fanzines, tipo um pôster com recortes de revista, mas meu time não levou as revistas, então ficamos apenas com lápis de cor e canetas coloridas. O resultado ficou bem legal também. 


Baseado em um dos vídeos da campanha "The Animals
save the Planet", do canal Animal Planet, Vlad (esquerda) 
Ionuts falaram sobre poupar energia elétrica

Don't waste electricity

No fim da aula, eles escreveram mensagens no meu caderno sobre mim e o projeto (muito fofos, adorei ler o que eles escreveram) e gravamos um vídeo em que uma das meninas falou o que achou das sessões. Abaixo, um pouco do jogo de mímica com os dois grupos.

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Diário de bordo #16 – O que fazer com o meu lixo aqui na Romênia?

Por Letícia Maria Klein Lobe •
12 fevereiro 2015

Desde que eu cheguei aqui na Romênia, em primeiro de janeiro, venho guardando os resíduos sólidos recicláveis que eu gero. Pelo menos, mais de 90% deles. Como eu convivo com mais três colegas no quarto, muitas coisas recicláveis elas acabam jogando no lixeiro. Não tem latões de coleta seletiva aqui no campus onde vivemos, então eu levei meus resíduos acumulados para o campus onde são as sessões do projeto Arges in Green, pois lá tem latas de separação do lixo (só não para vidro, apenas papel, plástico e metal). Restos de comida eu tenho que jogar no lixo comum, pois não tem como fazer compostagem aqui. Consegui guardar algumas cascas, guardanapos e pão mofado (que as meninas compraram e não comeram) para fazer a compostagem experimental com os alunos, sendo que depois nós enterramos os resíduos no jardim. Quer ver do que é composto meu lixo?


Não temos uma cozinha decente aqui para preparar pratos, então comemos muito fora. Eu compro muita comida pronta, do tipo doces e salgados que encontramos na padaria, para comer no dormitório no café da manhã e às vezes à noite. Reutilizo os sacos de papel (que já estão bem amassados e engordurados, mas eu continuo usando) quando vou às padarias. Pão, por exemplo, eu compro o que a padaria faz e coloco na embalagem que eu levo. Mas nas três primeiras semanas eu comprei pão que vem na embalagem de plástico no mercado.


Como as minhas malas chegaram um dia depois de mim, elas vieram embaladas em dois grandes sacos de plástico. Outros resíduos plásticos são de um chocolate romeno que eu comprei para experimentar, embalagens de balas e outros alimentos que os colegas daqui me deram, pratos de bolo de um encontro que eu fiz com meu time aqui no dormitório. As duas embalagens de isopor são de duas vezes que eu fui a pubs, pedi pizza, sobrou e eu trouxe para o dormitório. Isso foi bem no começo, logo depois eu achei uma outra pizzaria, boa e barata, e guardei a embalagem de papelão, que eu levei comigo nas outras vezes em que fui lá para trazer as sobras pra casa.


Os resíduos de papel incluem rolinhos de papel higiênico, embalagens das padarias (algumas vezes eu pedia alguma coisa e quando eu ia dar a minha embalagem para a atendente, ela já estava me dando o produto embalado, então eu acabei tendo papéis demais), tickets do ônibus (que desperdíciooooo), sacos do McDonald’s (não gosto, mas tínhamos que ser rápidos naquele dia), a caixa de papelão do par de botas que eu comprei em Bucareste para poder encarar o frio daqui (comprei somente este par e uso todos os dias).


Tem também potes de vidro de geleias e molhos que todas nós, moradoras temporárias do dormitório, compramos, que eu estou separando e vou entregar para a Oana, uma menina do meu time, cuja mãe utiliza estes potes para guardar comida em casa. 


Todos estes resíduos eu coloquei nas latas de papel e papelão e metal e plástico (que são uma só aqui) lá na universidade. Os alunos tinham falado que é fachada, que não existem empresas que recolhem só o lixo reciclável. Mas a Oana pesquisou e achou um site que lista todas as empresas que fazem reciclagem aqui na Romênia e ela também disse que viu o caminhão de lixo comum pegar apenas o lixo comum. Então, eu quero acreditar que o lixo reciclável é coletado e levado para indústrias que fazem a reciclagem. 

Terça-feira que vem será meu último dia na universidade para dar a sessão. Depois disso, o lixo reciclável que eu acumular até a segunda-feira seguinte, dia da minha partida para o Brasil, vou levar comigo para Bucareste e colocar nas latas de coleta seletiva no aeroporto. Eu não consigo jogar os resíduos recicláveis no lixo comum, sério mesmo, não consigo. Procuro reduzir ao máximo o lixo que eu gero, afinal, eu vim aqui para causar um impacto positivo na comunidade e não negativo. A ideia, desde o princípio, foi tornar esta viagem o mais sustentável possível.
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Diário de bordo #15 – Alguns dias são melhores que outros

Por Letícia Maria Klein Lobe •
11 fevereiro 2015

Sabe quando parece que as coisas não vão bem? Hoje foi um desses dias. A maioria dos alunos do segundo grupo continua vindo, mas tem uns dois ou três que falam por todo o resto e isto incomoda muito. Atrapalha o andamento da aula, a concentração dos outros alunos, minha linha de raciocínio. Claro que tem horas em que eles ficam quietos, mas é por pouco tempo e tem que ser uma atividade que chama muito a atenção. Foi legal, por exemplo, quando cantamos uma música sobre os 3 Rs e quando eu passei os vídeos. É batata, vídeos sempre agradam. Mas desta vez eu não terminei a aula com aquela sensação boa de dever cumprido. Quem sabe na próxima, e última, sessão do projeto. 


A sensação ao final da aula foi de esgotamento, mas acho que faz parte, principalmente quando o grupo é maior e agitado. Foram 10 alunos hoje e o tema era interessante, deu para ver que a maioria estava gostando. Mas quando uns dois ou três começam a falar é que o bicho pega, porque é difícil fazer eles voltarem a atenção para a aula, eles atrapalham todo o resto e os que se interessam pelo conteúdo é que pagam o pato. Também deu para ver que eles ficaram chateados com o mal comportamento alheio e de vez em quando eles pediam para os colegas ficarem quietos. O que me deixa satisfeita, pelo menos, é que dois meninos que eram bem bagunceiros no começo melhoraram bastante depois dos puxões de orelha nas primeiras sessões. Os outros, pelo visto, já esqueceram.

No fim da sessão eu mostrei a eles os resíduos sólidos que eu venho guardando, o que pescou a atenção dos jovens. Depois da aula, eu coloquei os resíduos nas latas de coleta seletiva e eu espero de todo o meu coração que tudo vá para a reciclagem. As pessoas, de forma geral, têm pouca ou nenhuma consciência ambiental por aqui. Eu vejo gente jogando embalagens nas ruas, colocando papel na lata do plástico e coisas do gênero. 


Covrigs (que conhecemos como preztel) são muito famosos e comuns por aqui e as pessoas compram direto nas padarias. Eu mesma compro vários, adoro! Os atendentes colocam os doces e salgados em saquinhos de papel (pelo menos é papel!). Depois de comer meu covrig, eu guardo o saquinho na bolsa para usar novamente, mas tem gente que não entende o gesto e muitos me olham torto. Quando fui à padaria esta semana e pedi pra moça colocar o covrig na embalagem que eu tinha, ela simplesmente jogou fora e me deu outro. Arrrgg, que raiva! Foi a primeira vez que aconteceu, geralmente as atendentes colocam na embalagem que eu entrego pra elas.

Sério, me diz, por que jogar fora uma embalagem que está inteira, foi usada apenas uma vez e pode ser reutilizada várias vezes ainda? Precisamos repensar nossas atitudes e refletir sobre as consequências delas!
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Diário de bordo #14 – Mostrando caminhos sustentáveis

Por Letícia Maria Klein Lobe •
09 fevereiro 2015

Depois de falar da questão do lixo – ou melhor, resíduos sólidos – nada mais justo do que falar sobre consumo consciente e atitudes que também refletem em outras questões ambientais, pois tudo está interligado e é impossível falar de um problema ou situação sem relacioná-lo com outro de alguma forma, afinal, não existem hierarquias na natureza e sim teias de relações. Nesta sessão, apresentei aos alunos o documentário Story of Stuff, que fala sobre a insustentabilidade de um sistema de produção linear em um planeta finito, falei sobre o conceito de sustentabilidade e a família dos Rs amigos do meio ambiente e mostrei a eles o lixo reciclável que eu estou gerando aqui na Romênia (estou guardando para levar aos latões de reciclagem e farei um post só sobre isto ainda esta semana). Tem cada vez menos estudantes, só cinco foram na aula hoje e três tiveram que sair mais cedo por causa de uma atividade escolar, mas eu sou brasileira e não desisto nunca.

No fim, a Oana (do meu time, à direita) me agradeceu 
pelo que aprendeu na sessão, o que me deixou feliz!

A aula passou rápido e acho que eles gostaram sim. Para cada R da sustentabilidade, eles tinham que falar uma ação que podem fazer para ajudar a preservar nosso planeta. Esta parte foi bem legal, gosto de fazer os jovens pensarem na relação deles com o meio, o impacto que eles causam e como este pode ser minimizado. Dos 10 Rs que falei neste post, mostrei sete na sessão: repensar, recusar, reduzir, reutilizar, reparar, reciclar e reintegrar à natureza – compostagem, além do R bônus, de reagir.


Nesta quinta eu faria outra atividade extra com eles, mas como alguns não podiam no horário de sempre e eu não queria correr o risco de não vir quase ninguém, como aconteceu na semana passada, combinamos de começar a próxima e última sessão às 14h, meia hora antes do usual. Faremos um bazar de trocas. Pedi para que cada um trouxesse algo que tem em casa e que não usa ou não gosta mais. A ideia é colocar o R de reutilizar em prática, pois o que para uns é “lixo” para outros é solução. Tomara que eles tragam algumas coisas e possamos fazer um bazar bacana!
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Diário de bordo #13 – Mãos à obra para compostar e transformar garrafas pet em pufe

Por Letícia Maria Klein Lobe •

Mesmo com apenas três alunos (sim, chocante!), a atividade extra aconteceu e nós fizemos um pufe usando 48 garrafas pet de dois litros. Duas meninas do meu time estavam lá e também ajudaram na oficina. Além disso, mostrei para eles como fazer compostagem. Utilizamos dois garrafões de água, pois não tínhamos baldes, e depois nós enterramos o conteúdo no jardim da universidade, afinal, era tudo compostável. Lembra que eu pedi para eles levarem o lixo que produziram durante a semana? Adivinha se alguém levou? Claro que não. Mas tudo bem, acho que eles se divertiram com esta sessão prática. O pufe ficou de presente para o escritório da AIESEC. Agora, três alunos? Sério, mesmo?

Compostagem improvisada em garrafões pet. É preciso fazer furos 
no fundo do balde e colocar dentro de uma vasilha para coletar o chorume

Não tinha como não ficar decepcionada. Os estudantes mesmo pedem atividade extra e quando tem, eles não aparecem. Fiquei chateada, ainda mais que eram ações legais para fazer e a gente fica um tempão preparando. Ainda assim nos divertimos e, mesmo que só três tenham comparecido, acho que valeu a pena. Levamos duas horas para fazer a compostagem e o pufe e o tempo passou voando. A aula que foi disse que já faz compostagem na casa dela, enterrando os restos orgânicos no jardim. Achei muito legal, esta forma de compostagem é super válida, mas comentei que há outras formas que produzem um adubo mais rico.

Mostrei como fazer o primeiro e o segundo eles fizeram

Explicando como fazer a peça de resistência do pufe

Começando o pufe

É preciso três garrafas para fazer a peça de resistência

Do lado de lá da mesa, os dois alunos. Do lado de cá, 
Roxana (de verde) e Oana, do meu time.

Unindo as peças de resistência de duas em duas, depois 
quatro em quatro e oito em oito (são 16 ao total)

Quase pronto

Testado e aprovado!



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Diário de bordo #12 – O assunto incomoda, mas a diversão é garantida

Por Letícia Maria Klein Lobe •
03 fevereiro 2015

Eu sabia que os alunos iam gostar da competição (confira no vídeo abaixo)! Esta turma é bem animada e as duplas vibravam a cada ponto que faziam. O fato de ter prêmio e ser chocolate ajudou, claro, mas, no fim, as duplas vencedoras (deu empate) dividiram com os outros. Não foram todos os alunos, por causa das férias, mas foi mais da metade do que na aula passada. O que eu percebi hoje, e que me deixou feliz, foi que os mais bagunceiros, aqueles que mereceram os puxões de orelha que eu dei nas sessões anteriores, sempre comparecem e estão mostrando mais respeito para comigo, às aulas e aos colegas também. Muitos desistiram ao longo do caminho (não se pode agradar a todos, né), mas os que ficaram estão curtindo e tenho certeza de que vão gostar ainda mais até o fim do projeto, depois das atividades extras. A primeira será nesta quinta!


Assistindo a um dos vídeos

O tema “lixo” incomoda, falar sobre isso incomoda e eu fiz algumas perguntas pra incomodar mesmo, como “Isto perturba você?” após mostrar várias fotos de lixões e resíduos nas ruas e “Você se orgulha do seu lixo?” após mostrar fotos de coisas que eles consomem com frequência. Os vídeos sempre chamam atenção, principalmente os chocantes (que até causam certo mal-estar, mas este é o propósito, afinal, ficar indiferente à questão não nos ajuda a resolver o problema).


Tem um menino que algumas vezes fez observações sobre o que eu falei, no intuito de contradizer, e o mais interessante é que na maioria das vezes eu nem precisava responder, pois os próprios colegas rebatiam o que ele falava. É bom que isso aconteça, mostra que eles estão ativos no processo de aprendizado, não só recebendo informação, mas também digerindo e pensando a respeito. Tive a impressão de que a aula passou mais rápido para esta turma do que para o grupo 1 e eles ficaram atentos durante toda a sessão, interagindo frequentemente. Este é o lado bom de uma turma agitada!


Estou ansiosa para a atividade extra na quinta-feira, em que faremos compostagem e objetos a partir de materiais usados. Também pedi para os alunos deste grupo trazerem o lixo que eles produzirem até lá, inclusive o orgânico (e a embalagem do chocolate). Estou contando que será muito divertido!
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Diário de bordo #11 – O problema dos resíduos sólidos (e do recesso escolar)

Por Letícia Maria Klein Lobe •
02 fevereiro 2015

Esta semana é a quarta do projeto e escolhi falar sobre meu tema ambiental favorito: manejo dos resíduos sólidos (qualquer semelhança com a implantação do Juventude Lixo Zero Blumenau não é mera coincidência). Justamente nesta semana os estudantes estão de férias por causa do fim do primeiro semestre, então o comparecimento caiu 50%! Pois é, apenas quatro jovens do grupo 1 apareceram para a aula de hoje. Mas não foi menos interessante, pelo contrário, foi bem legal. Teve até competição e chocolate como prêmio (veja no vídeo como eles se divertiram). 

Hora de jogar

Eu havia pensado em mostrar para eles como fazer compostagem, mas não conseguimos os materiais necessários em tempo, então sobraram vários minutos na aula para fazer um jogo e foi muito bom. Os estudantes aprenderam se divertindo. Eles tinham que adivinhar qual o tempo de decomposição de alguns materiais na natureza, como plástico, vidro, papel, metal e alguns objetos, como fralda, chiclete, corda e pneu. Foi bem engraçado e o time vencedor (as meninas) levou para casa uma caixa de biscoitos com chocolate. 

Reações a um dos vídeos "chocantes". A menina 
à esquerda, Roxana, faz parte do time do projeto 
(sempre tem alguém do time acompanhando as sessões)

Assim como na sessão anterior, coloquei vários vídeos, alguns engraçados outros chocantes (afinal, o tema é para chocar, mesmo) e muitas imagens. Porém, esta foi a mais teórica das sessões, por assim dizer, e eu percebi que algumas vezes eles ficaram cansados. Para driblar, eu fazia algumas perguntas em relação ao assunto para que eles pudessem interagir. Pensarei em algo diferente para fazer com a turma de amanhã para tornar a aula mais dinâmica.

Jogamos o lixo fora, mas não existe "fora".

Na quinta-feira nós teremos uma aula extra para fazer a compostagem e também objetos a partir de materiais recicláveis (garrafas pet para um pufe e caixinhas de presente a partir de embalagens de papel e papelão). Pedi para que eles trouxessem alguns materiais e também para que guardassem o lixo produzido por eles de hoje até quinta (inclusive a caixa de chocolates que as meninas ganharam). Quero só ver se vão trazer, tomara que sim! Será muito interessante eles verem o impacto que causam no ambiente diariamente. Estou ansiosa para ver a reação deles!


Por causa das férias, é possível que a turma de amanhã também tenha menos alunos, mas como é a turma agitada, eles vão amar a competição, principalmente o prêmio. E, claro, espero que amem a aula.
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