Ensinando a crianças a importância de cuidar da água

Por Letícia Maria Klein Lobe •
25 agosto 2014
Não há dúvidas de que a educação é fundamental para transformar o mundo. Ou melhor, transformar as pessoas, como já disse Paulo Freire, pois são as pessoas que transformam o mundo. O Museu da Água de Blumenau, regido pelo Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto), faz um trabalho muito bacana de educação ambiental. Eles criaram uma cartilha educativa voltada para crianças que explica como a água é tratada, fala da importância de cuidar dela, dá dicas de uso consciente e traz atividades e brincadeiras. O Samae autorizou e eu escaneei as páginas. Se você tem filho, neto, sobrinho, afilhado ou trabalha como educador, está aí uma sugestão de atividade divertida e educativa pra fazer com a criançada.

A cartilha, que acompanha os personagens Tina e Tony em uma visita ao Museu da Água, foi distribuída em 2013 em todos os colégios públicos e particulares de Blumenau, estimulando os professores a promover atividades de educação ambiental com seus alunos. As escolas podem agendar visitas ao museu ou marcar palestras na própria instituição, o que é legal quando o número de alunos é muito grande. Hoje, o museu recebe em médias duas visitas de escolas por semana. 

Robson Michelmann, coordenador do Museu da Água, me contou por e-mail que, como as crianças ficam conhecendo o museu a partir da cartilha entregue por ele e sua equipe, elas chegam para a visita ou para a palestra com muitas perguntas e idéias. O que, para Robson, indica uma mudança de pensamento dos alunos quanto à importância da água e a necessidade de preservá-la. 

O local foi a primeira estação de tratamento de água em Blumenau, criada em 1943, e virou museu em setembro de 1999. Abre todos os dias, das 9h às 18h, sem fechar para o almoço. Quem visita o museu conhece, além do processo de tratamento de água, um grande acervo de arquivos e fotos que contam a história da estação. O lugar também garante uma bela vista da cidade. O agendamento de visitas pode ser feito pelos números 3340-1742 ou 3340-3242 ou pelo e-mail museu@samae.com.br.

Confira abaixo as páginas escaneadas da cartilha educativa, em ordem. Salve, compartilhe e se divirta com as crianças! =) 





















+

Resíduos sólidos + criatividade = móveis e decoração para geração de renda

Por Letícia Maria Klein Lobe •
09 agosto 2014

Um super projeto de Balneário Camboriú, no litoral catarinense, está transformando o que muitos chamariam de lixo em oportunidade de geração de renda para famílias da cidade. Pneus, garrafas pet, vidro, latas, cano de PVC e outros resíduos sólidos reutilizáveis viram móveis e objetos decorativos nas mãos dos artesãos integrantes do Eco Cidadão. A iniciativa é recente e enfrenta desafios diários, mas tem tudo pra dar muito certo, promovendo conscientização e educação ambiental com foco na redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos.

Mesa e cadeiras confeccionadas com pneus

Quem idealizou o projeto foi a Luciana Andrea de Jesus, presidente da Associação de Mulheres Solidárias Criativas (AMSC). Eu conversei com ela durante a 10ª edição da Home Art, feira de móveis e decoração, realizada aqui em Blumenau no primeiro fim de semana de agosto, onde conheci o projeto. Luciana contou que já trabalhava com artesanato de reciclagem. Ela mesma confeccionava produtos a partir de materiais dados por amigos e conhecidos. Era tanto material que ele nem tinha onde guardar.

Pufes e caminhas de pets de pneus

Aproveitando a ideia, em parceria com o Fórum Municipal de Economia Solidária de Balneário Camboriú (FMES/BC), ela e as artesãs do AMSC criaram em dezembro de 2013 o projeto Eco Cidadão. Hoje são 44 famílias envolvidas no projeto, a maioria de artesãos e algumas de catadores de lixo. Elas pagam uma mensalidade e recebem comissões sobre as vendas dos produtos artesanais.

Luminárias feitas pela 2por2 Luminárias
empresa amiga do projeto e que reaproveita madeira

Divididos em grupos de trabalho, cada um com sua especialidade, os artistas criam sofás, cadeiras, mesas, pufes, casinhas de animais de estimação e floreiras a partir de pneus, que são recolhidos nas ruas, terrenos baldios e em borracharias. Com outros resíduos sólidos doados pela comunidade, como garrafas de plástico, latas de alumínio, vidros, caixas longa vida e filtros de café, os artesãos fazem luminárias, estantes, outros pufes e sofás e mais objetos decorativos

Luminárias de cano de PVC feitas pelas artesãs do projeto

Qualquer pessoa que mora em Balneário Camboriú ou cidades vizinhas pode doar os materiais (limpos e secos!), com exceção dos pneus. São quase 300 famílias cadastradas no programa, que gera benefícios para os dois lados. Os artesãos recebem matéria-prima e os doadores ganham pontos como moeda de troca. Cada pessoa que leva os materiais ao Centro Eco Cultural, casa do projeto, recebe um cartão Eco Cidadão, que acumula pontos para cada resíduo sólido levado. Os pontos podem ser trocados pelos produtos artesanais ou vale compras no mercado local, de bairro.

Filtro usado de café foi utilizado nesta luminária

E não é só “lixo” que as pessoas podem doar para o projeto. Óleo de cozinha e eletrônicos também são recebidos no centro e encaminhados para destinação correta. O que não serve ou não tem mais utilidade para os participantes, como roupas, calçados, acessórios, decoração, também pode ser doado para fazer parte do bazar de reuso. Livros são igualmente aceitos e passam a integrar a Ecoteca, ação do projeto que incentiva a leitura aos portadores do cartão Eco Cidadão. Ah, todos esses produtos também rendem pontos!

Sofá feito com pneus. É bem confortável!

O projeto ainda oferece oficinas de artesanato, toda segunda e terça-feira, e toda quinta-feira o espaço hospeda a feira de orgânicos do bairro. Tudo é muito bem estruturado e é um ótimo empreendimento com cunho sustentável, mas os artesãos enfrentam um grande desafio diário: a falta de patrocinador. Nem do governo municipal eles recebem ajuda financeira. E nem sempre os produtos têm comprador. Por isso, conta Luciana, o projeto vem passando dificuldades e todo mês as famílias precisam tirar dinheiro do próprio bolso pra manter o Eco Cidadão ativo.

Floreiras de pneus. Lindas!

Eu torço muito para que apareçam algumas empresas para abraçar a ideia e contribuir com a causa, tão importante para o meio ambiente e as famílias envolvidas. Se você mora em Balneário Camboriú ou alguma cidade vizinha, aproveite a oportunidade e faça parte do Eco Cidadão! Você dá destino correto para materiais reutilizáveis e ainda pode ganhar produtos ambientalmente responsáveis. 

Mais floreiras.

O que achou do projeto? Deixe seu recadinho abaixo. =)
+

Minha primeira ida à feira de orgânicos

Por Letícia Maria Klein Lobe •
01 agosto 2014

Nesta semana fui pela primeira vez à feira para comprar orgânicos. Costumo comer frutas, verduras e outras comidas orgânicas na casa do meu namorado, mas na minha casa não tínhamos esse costume. Como uma vida sustentável pede uma alimentação mais sustentável e ecológica, já estava mais do que na hora de eu incorporar este hábito à minha rotina. A partir de agora, frutas, verduras, legumes, pão, ovos e laticínios só orgânicos, comprados na feira diretamente do produtor. Melhor para o meio ambiente, melhor para a saúde e melhor para o bolso. Opa! Este último só se comprar na feira. 



Alimentos orgânicos estão cada vez mais presentes na vida e mesa das pessoas que se preocupam com a saúde. Frutas e vegetais do agricultor familiar tidos como orgânicos são aqueles sem agrotóxicos e fertilizantes. Estes venenos são mega prejudiciais à natureza, contaminando o solo e a água. Quem ingere água contaminada fica doente e comer alimentos cheios de venenos não faz nenhum bem à saúde. Já está no nome, é tóxico. Além do mais, alimentos orgânicos são bem mais saborosos. Você já experimentou morango orgânico, por exemplo? Tem muita diferença pra aquele que a gente no supermercado. 

Como no mercado os alimentos orgânicos podem ter aumento de preço de até 400% (!!!), lembrando que todos eles vêm com selo pra marcar que é orgânico, o ideal é comprar em feiras, onde você tem contato com o produtor, que vende bem mais barato, e pode saber mais sobre o processo de produção dos alimentos você quer levar. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) criou um mapa de feiras orgânicas brasileiras. Dá pra pesquisar a feira mais perto de você e também incluir feiras que não estão lá. Outro lugar legal para encontrar feiras orgânicas é o site da AAO, Associação de Agricultura Orgânica. No post que eu fiz sobre o movimento Slow Food também tem links para locais que vendem alimentos ecologicamente amigáveis. 


Mapa de feiras do Idec

Os orgânicos da feira não se limitam a frutas e vegetais. Tem produtos sem glúten, sem lactose, caseiros, como pães, bolos e biscoitos, produtos mais naturais, não industrializados. Tem também os alimentos de origem animal, como ovos e laticínios. Qual a diferença destes para os que compramos nos supermercados? Os animais da fazendo do pequeno agricultor são criados de forma natural, com espaço e boa qualidade de vida. Já os produtos de origem animal que estão nos mercados... A maioria vem das grandes indústrias e a criação industrial de animais é muito cruel

Galinhas, porcos e vacas ficam trancafiados em gaiolas ou espaços minúsculos, sem lugar para se mexer, sofrendo abusos e maus-tratos até serem “descartados” como se fossem objetos quando deixam de ser “úteis” para a indústria. Arrrggg, isso me revolta!! Tem um monte de sites e vídeos na internet que mostram os métodos horríveis que os bichos sofrem nas indústrias alimentícias, têxteis, farmacêuticas e de cosméticos (não vi nenhum vídeo até hoje, não tenho coragem!). 

Quando consumimos produtos que machucaram animais para poderem ser produzidos, estamos sendo coniventes com essa crueldade. Mas podemos fazer diferente. Podemos boicotar as grandes indústrias e comprar do produtor familiar que respeita os seus animais. Eu tomei essa decisão. Fiz com o leite, agora com os ovos e vou procurar na feira produtores que vendam queijos orgânicos. Com o tempo, vou tornando minha alimentação mais sustentável. Se você consome carne, procure a que vem de fazendas certificadas com selos que comprovem o tratamento digno para com os animais. 


Criação industrial de galinhas

Em prol de todos os animais que sofrem nas mãos dos humanos e suas diversas indústrias, existem ONGs e associações lutando pra acabar com a crueldade. A Animals Australia e a HSI fazem um ótimo trabalho em muitos países. E você pode ajudar, participando das campanhas ou doando dinheiro. 

Ser sustentável é respeitar a natureza e sua biodiversidade, respeitar a nós mesmos e ao próximo. Com a alimentação sustentável não podia ser diferente. Comprando produtos orgânicos, a gente ajuda o pequeno agricultor, beneficia nossa saúde, preserva a natureza e respeita os animais. 

Sabe a história da borboleta que bate as asas aqui e causa um tornado lá no outro lado do mundo? Pois é, tudo está interligado, a natureza funciona em rede. Os hábitos que a gente tem hoje vão surtir efeitos lá na frente. Já geram efeitos no presente mesmo. Se eles serão bons ou ruins, vai depender do que cada um escolher. Vamos todos, cada um no seu ritmo e espaço, gerar bons frutos?

Campanha do Idec para alimentação orgânica
+

© 2013 Sustenta Ações – Programação por Iunique Studio