Muito suor na rota das cachoeiras

Por Letícia Maria Klein Lobe •
16 fevereiro 2018
São 2.950m de trilha morro acima para conhecer as 14 cachoeiras, numa subida de tirar o fôlego (literalmente!) e surpreender com sua exuberância natural. A rota das cachoeiras, como é conhecida, fica na RPPN Emílio Fiorentino Battistella, em Corupá, Santa Catarina. A  Reserva Particular do Patrimônio Natural é um remanescente de Floresta Atlântica e está em nome da empresa Mobasa Reflorestamento S.A. Fui lá a trabalho pela Fundação do Meio Ambiente, como convidada da Câmara Técnica de Educação Ambiental do Conselho Estadual do Meio Ambiente, na qual minha colega é titular.

Foto: Juliana Budag.

Começamos a subida às 14h (de manhã foi a reunião). O tempo estava ótimo, nublado a maior parte do tempo, com aberturas de sol, e não estava quente. Mas isso não nos impediu de suar bicas. A subida cansa mesmo! Especialmente entre as terceira e quarta cachoeiras, onde tem muitos degraus. A trilha está passando por melhorias desde que a Mobasa assumiu a administração e quase todo o trecho está assentado com pedras, retiradas da reserva mesmo, das margens do Rio Novo.

Eu e minha colega Juliana numa pausa entre as terceira e quarta cachoeiras.
Foto: Vanderlei Balduzzi.

O engenheiro florestal Marmon Nadolny, funcionário da Mobasa que trabalha na reserva e que palestrou sobre o local, disse que a colocação das pedras na trilha evita que os decks ao longo do caminho fiquem sujos de terra e escorregadios, proporcionando mais segurança aos visitantes. Também foram colocados corrimãos ao longo do trajeto, quase até o final. As obras ainda estão em andamento, mas falta pouco para serem concluídas.


Chão com pedras e corrimão na maior parte da trilha.
Foto: Letícia Klein.

É permitido entrar com mochila, comida e bebida e há mesas e churrasqueiras na entrada. Ao longo da trilha tem os decks com bancos para descansar, que são muito bem-vindos! Os banhos nas cachoeiras costumavam ser permitidos, mas desde um acidente fatal em 2014, é proibido mergulhar. Porém, isso não afeta em nada o passeio. A natureza é tão magnífica e nos surpreende ao longo do caminho. Espécies endêmicas de fauna e flora, que só existem naquela região, uma biodiversidade riquíssima, paisagens deslumbrantes e cachoeiras lindas, cada uma diferente da outra.


Bálsamo-de-duas-cores (nome científico: Aphelandra liboniana).
Foto: Juliana Budag.

É importante ir com roupas leves, tênis ou botina de caminhada confortáveis, com solado de boa aderência. Lembrar também de levar água, suco e um lanche, além de uma muda de roupa extra, pois algumas cachoeiras respigam água e não tem como não suar. Tem chuveiros na área de alimentação para poder tomar um banho no retorno da trilha. Por ser um passeio de conexão com a natureza, nada mais coerente do que viver o momento de maneira holística, cuidando de você, do outro e do meio. Por isso, alimente-se de forma saudável, evite embalagens, guarde os resíduos que produzir para descartar corretamente depois; fale baixo para não perturbar os animais e deixe a natureza como a encontrar, sem retirar nada.

Numa próxima vez, quero ir de manhã, fazer a trilha e almoçar no topo, admirando a 14ª cachoeira, que tem 125m de queda e parece um véu de noiva. Espetacular! Como tivemos pouco tempo, acabamos fazendo o percurso num passo rápido, em duas horas de subida e uma de descida. Mas aconselho ir devagar, parando em cada cachoeira no trajeto de ida, ficar um tempo lá em cima para repor as energias e voltar direto (até porque você fica tão cansado que só quer ir embora mesmo).

14ª cachoeira. Foto: Juliana Budag.

Já tinha ouvido falar muito na rota das cachoeiras e fiquei encantada com o lugar. Estar na natureza traz uma paz, uma sensação gostosa de acolhimento e aconchego e nos ajuda a colocar a vida em perspectiva. Uma experiência sensorial holística de conexão não só com a natureza, mas com a gente mesmo. É um daqueles momentos que nos fazem refletir e nos incentivam a adotar hábitos melhores, mais saudáveis e sustentáveis. Vale a pena cada segundo, cada passo e cada gota de transpiração.

Serviço

Horário de funcionamento: todos os dias a partir das 7h30, com entrada para percorrer a trilha até as 14h (de abril a outubro) e até as 15h (de novembro a março). O percurso completo (subida e retorno) leva cerca de quatro horas para ser realizado com calma e segurança.
Ingresso: R$ 20,00 (a partir de 5 anos de idade), adquirido no trajeto para a Rota das Cachoeiras no Mercado Fossile e Camping e Restaurante Rio Novo. Há sinalização e não há venda de ingresso na portaria. A partir de 2018 também serão vendidos ingressos pela internet.
Infra-estrutura: de estacionamento, banheiros com chuveiro e churrasqueiras.
E-mail: rotadascachoeiras92@gmail.com
Site: rotadascachoeirascorupa.blogspot.com.br
Telefone: (47) 3375-2232
Endereço: Rua Rio Novo Alto, s/nº

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