Afinal, por que preservamos?

Por Letícia Maria Klein Lobe •
13 maio 2014
Porque nos sentimos responsáveis. Quando temos algo ao qual damos valor, nos sentimos responsáveis por este algo e, portanto, queremos preservá-lo. Parece óbvio, mas traz uma grande reflexão. A questão surgiu na aula de Direito Digital da minha pós-graduação. A noção de responsabilidade pode ser muitas vezes inconsciente. Nossa vida é um exemplo: damos valor a ela, instintivamente, por isso a preservamos. O tema é perfeitamente aplicável à preservação da natureza. E a natureza está intimamente ligada à vida, humana e de qualquer ser vivo, mais do que às vezes nos damos conta. 

Para provar, é só se perguntar algumas questões básicas. Qual o valor que você dá para o ar puro? Qual o valor que você dá para a água potável? Para água, em geral. Qual o valor da alimentação natural e abundante que a natureza nos oferece? Frutas, verduras, legumes, grãos. Qual o valor do vento, da chuva, do sol? Qual o valor do frio e do calor? Qual o valor das florestas? Elas, que regulam a temperatura e fazem a manutenção das chuvas, entre outras grandes funções. Qual o valor da terra, que nos dá alimentos e minerais? Qual o valor dos rios e mares?

Foto minha, tirada em Rio dos Cedros

As perguntas não param, e todas têm relação com a natureza, seja direta ou indiretamente. Afinal, tudo o que produzimos, consumimos e compramos precisou de bens naturais, matéria-prima e energia para ser feito. A sociedade humana se desenvolveu a partir da natureza, muitas vezes à custa dela. O mínimo que podemos fazer é retribuir tudo que recebemos. 

Eu acredito em preservação como um fim, não como um meio, mas perceber como nós somos tão dependentes da natureza dá aquele choque de realidade. É quando você percebe que sem natureza, sem água, sem árvores, sem alimento, sem animais, a vida humana deixa de existir. Por que tudo está interligado e se influencia mutuamente. Então, por associação, se damos valor à nossa vida, também damos valor à natureza. Ou deveríamos dar. Só que muitos ainda não se tocaram disso. 

Quando se percebe o poder e a influência da natureza na nossa vida, surge o senso de responsabilidade e a vontade de preservar. Vontade é pouco, eu diria. Surge a necessidade de preservar. Pelo menos, é assim comigo. Estou sempre pensando em como minhas maneiras e modos de agir impactam o meio ambiente. A partir das reflexões sobre os impactos que eu gero, vou me adaptando e mudando minhas atitudes para alcançar um estilo de vida cada vez mais sustentável. 

Foto minha, tirada em Santo Amaro da Imperatriz

Quando algo me incomoda, não consigo ficar inerte. Destruição da natureza, a irracionalidade do comportamento consumista, o desrespeito ao meio ambiente e aos seres vivos, a ganância dos homens me incomodam. Muito. Eu amo a natureza, amo a água, o ar, a chuva, o sol, o mar, o vento, os animais, amo a vida. Dou extremo valor a tudo isso e por isso quero preservá-los. Por isso preservo. 

Ainda estou longe do que considero uma vida sustentável ideal, mas já comecei a mudar. E, segundo Ghandi, é assim que se muda o mundo, começando por nós mesmos. Não tenho a pretensão de mudar o mundo, mas de braços cruzados sei que não posso ficar. Seja nas minhas ações diárias ou aqui no blog, estou pondo em prática o que acredito que é importante e necessário. 

E você, o que te incomoda e te faz querer agir? Meio ambiente, educação, política? Se você dá valor, preserve.
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Parque São Francisco, recanto silvestre no centro da cidade

Por Letícia Maria Klein Lobe •
04 maio 2014

Foi com muito entusiasmo que fui perambular com minha dinda pelas trilhas do Parque Natural Municipal São Francisco de Assis no feriado de Páscoa. Entusiasmo porque o parque foi reaberto em março, depois de ter ficado fechado desde a enchente de 2008. O parque fica no Centro da cidade e tem uma área de 23 hectares de Mata Atlântica, rica em fauna e flora. Vi e ouvi muitas aves (tem um videozinho lá embaixo com os sons da floresta) e também ouvi um bugio ruivo, cuja espécie foi reintroduzida no parque. Vou te contar, até que dá um medinho, mas eu bem que gostaria de ter visto o animal. Bom, minha dinda fez tamanha cara de pavor que eu tenho certeza que ela discorda. 


Trilha na entrada no parque

As trilhas são muito rápidas e fáceis de percorrer, com exceção de um ou outro ponto. Passamos por todas as quatro em uma hora, sendo elas: Caminho das Águas, Caminho do Tucano, Caminho da Cutia e Caminho do Tatu. A floresta é linda e a temperatura é muito agradável. 


Vimos vários animais, principalmente aves e insetos. E, quem diria, as moscas incomodaram mais que os mosquitos. Ao longo dos caminhos, tem placas com informações sobre a floresta e seus habitantes. 


O parque é uma unidade de conservação de proteção integral. Além das caminhadas, também são permitidas visitas escolares e atividades de educação ambiental, que são uma ótima ferramenta para conscientizar as pessoas sobre a importância de preservar a natureza. 

Olha só o galho retorcido!

É maravilhoso caminhar no parque, principalmente para quem gosta de ficar em contato com a natureza, como eu. É muito gostoso e dá uma paz imensa. Com certeza voltarei mais vezes. 

Vídeo que gravei para capturar os muitos sons da floresta

O parque fica aberto de segunda a sábado, das 8h às 17h e o telefone é (47) 3381-6200. A entrada, por enquanto, é gratuita. Mas, como disse o presidente da Faema (Fundação Municipal do Meio Ambiente), eles precisam de recursos para manter o parque. Eu concordo com a ideia de cobrar entrada, por menor que seja o valor. Afinal, todos usufruem dos bens naturais, então nada mais justo que todos contribuem para a manutenção e preservação deles.
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