As belezas naturais do Alto São Bernardo

Por Letícia Maria Klein Lobe •
19 dezembro 2013

Há um tempinho, minha amiga Marta me deu a ideia de fazer uma série de posts sobre locais naturais bacanas para visitar no Vale do Itajaí. Eu, é claro, amei a ideia! No último domingo, 15 de dezembro, começamos nosso roteiro de férias na natureza com um passeio pelo Alto São Bernardo. A montanha fica na localidade de São Bernardo, no município de Rio dos Cedros (lá não tem bairro, são localidades). A cidade é vizinha de Pomerode, onde mora minha amiga, e Pomerode é do lado de Blumenau. O Alto São Bernardo é o topo, muito apreciado por quem gosta de saltar de parapente (dois saltaram enquanto estávamos lá!). O trajeto até o topo pode ser feito de carro (foi o que fizemos), de bicicleta ou mesmo a pé, mas daí é bom ir de manhã, quando é mais fresco. No caminho tem corrente de água, hortênsias, lagos e algumas poucas casas que resistiram à enchente de 2008. Também no caminho algumas surpresas, um vento delicioso e sensações indescritíveis de liberdade, paz e conexão com a natureza.


Pra não se perder

Nós fomos depois do almoço. De Pomerode a Rio dos Cedros dá uma meia hora, é rapidinho. O passeio pelo Alto São Bernardo também é super tranquilo em questão de horário, fizemos tudo em uma tarde. Contando subida e descida, paradas para tirar fotos e descansar um tempo na rampa, como é chamado o topo para saltos de parapente, acho que deu umas duas horas e meia ou três horas (não curto passear de relógio, então não marquei certinho).

Uma foto conceito, como diz a Martinha

Só eu na foto não vale. Tá aí minha guia turística local

Logo no começo da subida, uma surpresa: um urubu alçando voo com uma cobra no bico! Mas ele foi mais rápido do que eu e não deu tempo de tirar uma foto. Seguindo em frente, começamos a ouvir o barulho de uma corrente de água ao lado. Não demora muito e encontramos uma parte dele bem visível. Que vontade de se refrescar no laguinho formado ali!


Não vejo a hora de voltar e dar um pulo neste laguinho

O que mais se vê durante o caminho são hortênsias. Muitas mesmo, em grandes arbustos enfileirados. Elas nascem em toda a extensão do Alto São Bernardo, da base ao topo. É lindo de ver!

Estas estão na parte mais de baixo do Alto São Bernardo

Vitaminada esta aqui

Estas estão na na parte mais de cima

O que também não falta são aves. Consegui fotografar este tico-tico no meio da árvore. Achou?


Na entrada de uma das propriedades, adivinha o que avistamos? Um pavão! Lindo e formoso atravessando a estrada. É tão acostumado com humanos que nem se abalou com nossa passagem. Logo depois apareceu o cão da casa. Seguindo o caminho tem um pesque e pague.

Que fofo!

Que fofo 2!


E por falar em propriedade, que delícia e benção deve ser morar aí.

Mais um tantinho e chegamos ao topo do morro, que fica 540 metros acima do nível do mar. A vista é incrível e o vento que sopra lá em cima é maravilhoso. Ficamos um tempinho lá aproveitando o visual e acompanhamos o salto de parapente de dois rapazes. Muito legal! Dá uma vontade de saltar também! Você iria? Minha amiga Martinha não encarava, mas acho que eu topava. A sensação deve ser libertadora.


Do lado direito, cidade de Timbó

Do esquerdo, Rio dos Cedros


Vontade de pegar carona

No caminho de volta, mais paradas para fotos e um molhar de pés no riacho. Água bem geladinha, uma delícia! Aproveitamos também para fazer um lanchinho sustentável, sem gerar lixo: água de casa e algumas frutas.



Esta foi a primeira vez que visitei o Alto São Bernardo e adorei! Como eu me sinto bem em meio à natureza! É tão reconfortante e tranquilo. Dá uma paz de espírito. Esqueci completamente todo o resto, me desconectei da rotina, de tudo e de todos. Estava tudo perfeito (tá, confesso, os mosquitos incomodam – lembrar de reforçar o repelente na próxima). Quero voltar lá pra aproveitar mais aquela cachoeirinha. 

Eu e a Martinha devemos fazer mais passeios, mas ainda não sei para onde vamos dos tantos lugares que estão na lista. Fique de olho no blog ou acompanhe pelas redes sociais para conferir o segundo roteiro de férias na natureza.
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Como o consumo colaborativo pode mudar o mundo

Por Letícia Maria Klein Lobe •
13 dezembro 2013

Você está precisando de uma furadeira? Bem, digamos que sim. Mas você não tem uma. O que faz? Se pensou em comprar, repense. Será que vale a pena comprar uma furadeira que você vai utilizar por tão pouco tempo, de vez em quase nunca? Afinal, como diz Rachel Botsman, você precisa do furo, não da furadeira. Genericamente falando, o que queremos é o benefício que o produto nos dá, não necessariamente possuir o produto. O que abre portas para que possamos emprestar, compartilhar, trocar ou vender coisas que já utilizamos e que não são mais úteis para nós, e também alugar ou pegar emprestado aquilo que precisamos no momento. Esse é o conceito de consumo colaborativo, tema abordado pela australiana Rachel no livro “O que é meu é seu: como o consumo colaborativo vai mudar nosso mundo" (What’s mine is yours: the rise of collaborative consumption). E vai mesmo! Como ela mesma diz, será uma revolução!

Surgido em 1980 nos Estados Unidos, o consumo colaborativo deve sua expansão e fortalecimento em grande parte à internet, que permite a conexão entre pessoas de qualquer canto do planeta, com apenas alguns cliques e em tempo real. Outros fatores que impulsionam o consumo colaborativo, segundo Rachel, são: a crença renovada na importância da comunidade e redefinição do significado de amigo e vizinho, preocupações ambientais não resolvidas e uma recessão global que chocou radicalmente os comportamentos de consumo. Isso ela fala durante a palestra que fez no TEDxSidney em maio de 2010 (veja o vídeo no fim do post). 


Rachel diz que o consumo colaborativo é uma força cultural e econômica poderosa que está reinventando o que consumimos e a maneira como consumimos. São várias as vantagens! É uma prática sustentável, pois você compra menos coisas e objetos novos de lojas, podendo pegar emprestado ou comprar de alguém que já tem o produto. Da mesma forma, você pode emprestar ou vender para alguém que está querendo ou precisando de determinado objeto que você tem, fazendo com que essa pessoa não precise comprar um novo na loja. Evitar comprar produtos novos em lojas e trocar objetos com outras pessoas é uma prática anticonsumista, que alivia a pressão que todos nós fazemos sobre os bens naturais, pois os produtos precisaram de água, matéria-prima e energia para serem feitos. Dessa forma também diminuímos a quantidade de lixo que produzimos.

Outra parte boa é a economia de dinheiro, pois você vai comprar menos coisas para ter em casa. Na real, você pode até ganhar dinheiro, caso decida vender alguns produtos que não utiliza mais. De qualquer forma, você oferece para alguém a chance de usar aquilo que estava parado na sua casa, sem utilidade para você. O que também é uma ótima forma de desapegar e se desfazer de coisas que vão acumulando em vários cantos da casa. 

Durante seus anos de estudo, Rachel e o coautor do livro, Roo Rogers, perceberam que existem três sistemas de consumo colaborativo: mercados de distribuição, estilos de vida colaborativos e serviços de produtos. O primeiro é quando um produto vai de um lugar onde não está sendo usado para outro lugar onde ele é necessário, aumentando sua vida útil e reduzindo a produção de lixo. Estilos de vida têm a ver com compartilhamento de recursos como dinheiro, tempo e habilidades. Dois exemplos muito legais de mídias sociais que operam dessa forma são o Couch Surfing, onde pessoas de todo o mundo oferecem seus sofás para estrangeiros e procuram sofás para dormir durante suas viagens (quero muito usar um dia!) e o Bliive, um banco do tempo onde você oferece uma experiência, uma aula de pintura durante uma hora, por exemplo, e pelo tempo oferecido você recebe a moeda de troca da rede, chamada TimeMoney, que você pode trocar pela experiência que outra pessoa está oferecendo (adorei a ideia, já fiz meu cadastro!). Serviços de produtos é quando você paga pelo benefício do produto, sem precisar comprá-lo. O exemplo da furadeira no começo do post cabe aqui. Todas essas formas de consumo colaborativo “permitem às pessoas compartilhar recursos sem sacrificar seus estilos de vida ou sua estimada liberdade pessoal”, nas palavras de Rachel. O que é muito verdadeiro. 


Abaixo está uma série de sites que oferecem as três formas de consumo colaborativo. Fiz a seleção a partir desta e desta matéria do EcoDesenvolvimento e também do blog Consumo Colaborativo. Tem cada um melhor que o outro. Tem também milhares de site de consumo colaborativo no site de Rachel Botsman, o Collaborative Consumption. Na aba Directory dá pra procurar a rede de compartilhamento que mais te interessa por segmento, região e estilo de negócio. São mais de 1050 redes cadastradas! Veja abaixo algumas opções brasileiras e internacionais para compartilhar produtos e habilidades na rede.


Só para alugar

Não é preciso ter carro para se locomover de carro. Você pode alugar um nas locadoras da cidade, mas ainda sai caro. Uma boa opção é compartilhar carros. O ZipCar é um serviço que cobra uma pequena mensalidade dos usuários e disponibiliza os carros pela cidade. A pessoa usa pelo tempo necessário e depois devolve. O mesmo serviço é oferecido pelo Zazcar, uma empresa brasileira que opera em São Paulo. Mas não é só carro que você pode alugar. Vale de tudo, até baterias portáteis, que dá pra alugar no EGG Energy

Só troca

Não tem dinheiro pra alugar ou comprar? Sem problema! O Freecycle permite que seus usuários troquem produtos entre si, de graça mesmo. O LivraLivro opera no mesmo sistema, mas é só para troca de livros. Outro que é segmentado é o Troca Delas, uma página no Facebook para troca de produtos só entre mulheres. O projeto é fruto do trabalho de conclusão de curso da criadora do blog Consumo Colaborativo, que pretende um dia criar o site. 

Compra e venda

Quer uma coisa que perde a utilidade em curto prazo? Roupa de bebê e criança. No Retroca, as pessoas podem vender as roupas que os filhos não usam mais e comprar outras que as crianças estão precisando. O Retroca só aceita produtos com boa qualidade, assim como o Enjoei, um site para venda e compra de produtos em geral. Tem de tudo mesmo, de roupas e acessórios femininos e masculinos a móveis e instrumentos musicais. Muito show!

Mix de tudo

O DescolaAí é um mix de possibilidades, onde você pode vender ou trocar produtos e serviços. 

Ahh! Não deixe de assistir à palestra da Rachel, é muito interessante! (Dá para selecionar legenda em português na barra inferior).


Você já tinha ouvido falar em consumo colaborativo? Se sim, já comprou, vendeu ou trocou algo em algum dos sites acima ou em outros? Não deixe de comentar! 
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O que você quer de Natal? Uma vida minimalista, por favor

Por Letícia Maria Klein Lobe •
05 dezembro 2013

Você provavelmente já está ouvindo ou mesmo fazendo essa pergunta. Sempre queremos algo, né. Um livro, uma roupa, um objeto decorativo, um utensílio doméstico. Mas realmente precisamos? Outra coisa: precisamos mesmo dar presentes em datas comemorativas? Por que temos que dar presente no Natal, na Páscoa, no dia das mães, dos pais, dos namorados, das crianças? Bom, como o ditado diz que “as melhores coisas da vida são de graça”, acho que a resposta é não, não precisamos. As datas existem para simbolizar e nos fazer refletir sobre a vida, relacionamentos, sentimentos, comportamentos. Elas servem para nos aproximar uns dos outros e penso que devem ser comemoradas pelo seu significado e as oportunidades que nos proporcionam. Mas parece que cada vez mais o simbolismo está perdendo força e espaço para o comércio, que instiga as pessoas a comprarem coisas que não são necessárias. É um exemplo perfeito de consumismo, aquele consumo exagerado e sem propósito. Totalmente insustentável. Prefiro a prática do presente espontâneo, que a pessoa dá quando quer ou vê que o outro precisa e não porque há uma convenção social incentivando-a a comprar. O Natal, por exemplo, é uma época mágica e o maior presente é poder vivê-lo com quem se ama. Menos pacotes e papéis de presente, mais amor, união e paz, novos hábitos para uma vida mais simples


Vida simples, consumo mínimo, simplicidade voluntária, minimalismo. Vários nomes para uma mesma ideia: viver com menos é melhor, mais saudável, satisfatório e sustentável. A corrente do minimalismo prega uma vida com menos objetos e menos posses, mesmo que você tenha muito dinheiro. O objetivo, como os nomes dizem, é ter o mínimo, somente o que é realmente necessário, para ter uma vida mais simples, com menos preocupações e sem aquela pressão horrível da sociedade e dos meios de comunicação para que tenhamos carro, o celular mais moderno, a casa na praia ou no campo, a última moda no guarda-roupa. Pare e pense: você precisa mesmo de tudo que compra ou ganha, de tudo que tem em casa? Tenho quase certeza que a resposta é não. Às vezes compramos no impulso ou porque achamos que precisamos, sem pensar seriamente antes. Ou ganhamos muitas vezes coisas que não queremos, não precisamos ou nem mesmo gostamos, em todas aquelas datas comemorativas em que o comércio adora te empurrar alguma coisa pra dar pra alguém. 

A questão não é deixar de comprar, até porque não dá, afinal, precisamos comer, nos vestir, assim por diante. A questão é consumir conscientemente, e isso significa consumir menos. Pensar na real necessidade do objeto para a sua vida ou para a vida de outra pessoa que você quer presentear. Desde coisas menores, como roupas e calçados, a maiores, como automóveis. O trânsito é um bom exemplo de como podemos nos tornar reféns do nosso querer, de vontades e desejos. Será que vale a pena me estressar e perder tempo no trânsito só para ter o carro próprio ou economizo tempo, me sinto melhor e ajudo o meio ambiente andando de transporte público ou bicicleta? 

Carros são alvos do chargista Andy Singer. 
Veja outras charges dele neste post

Ter uma vida simples também significa desapegar, dar menos valor às coisas materiais, se desfazer do que você tem e não usa mais. Outras pessoas podem estar precisando de verdade. Eu sempre penso assim: se não usei nos últimos dois anos, vou doar. Se você não sabe para quem doar, existe um site legal onde pode doar objetos que não quer ou não usa mais: o Doabox. Foi uma dica da Marina Viana, do blog Um Ano Sem Compras. Ela deu uma entrevista muito interessante para o Sustenta Ações sobre a experiência que teve e como sua vida mudou. Hoje ela leva uma vida simples e mais feliz. 

Outra imensa vantagem, e consequência, do consumo mínimo é a sustentabilidade. Ao consumir menos coisas materiais – comprar menos roupas, calçados, maquiagem, acessórios, objetos em geral, utilizar transporte público ou bicicleta, evitar embalagens e sacolas plásticas, etc – poupamos também água, energia e matéria-prima que são utilizadas aos montes na confecção e uso de tudo isso ali em cima e muito mais, além de contribuir na luta contra o aquecimento global (Sabia que um carro abastecido com gasolina levando uma pessoa emite até 45 vezes mais gás carbônico por quilômetro do que ônibus ou metrô?). 

A história do minimalismo é bem antiga, como conta esta matéria da revista Planeta sobre o tema. Surgiu na Grécia Antiga em 400 a.C. com o filósofo Diógenes, o cínico. Ele defendia uma vida sem luxos e andava pelas ruas com uma lamparina, dizendo estar procurando um homem honesto. Muito tempo depois, no século XII, a vida simples foi vivida por São Francisco de Assis, santo católico. Ele renunciou a todos os bens materiais, pois acreditava na humildade como virtude. Quem continuou com o ideal foi o escritor estadunidense Henry David Thoreau, que morou dois anos em uma cabana na floresta e depois relatou a experiência no livro Walden: ou a Vida nos Bosques. Mais pertinho de hoje, em 1960, surgiram os hippies com um movimento cultural que pregava o amor e o fim das guerras. Como alternativa ao consumismo, usavam roupas despojadas e comiam alimentos orgânicos. Em 1990 surgiu a simplicidade voluntária, corrente que prega uma vida mais simples, mesmo quando se tem dinheiro. Henry Thoreau foi um dos inspiradores dessa corrente.

Réplica da casa de Thoreau em Walden Pond, 
próximo ao local da casa original

Desapegar, consumir menos, ter menos objetos e posses, ser sustentável são coisas que não se aprende da noite para o dia. Por isso, minimalismo, vida simples, simplicidade voluntária são estilos de vida, modos de ser que você incorpora e acredita. É muito mais do que os hábitos de doar, de pensar antes de comprar ou de reduzir, reciclar e reutilizar. É ver a vida e o mundo com outros olhos. É viver de dentro pra fora, buscando ser melhor a cada dia, ajudar os outros, pensar nos outros, preservar o planeta, descobrir o que te faz bem e feliz, focar no ser e não no ter, dar mais valor às pessoas e menos aos objetos, se libertar dos excessos que nos prendem a uma vida de máscaras, aparências, status, pesos que não precisamos carregar. Com menos coisas, objetos, estresse, preocupações, sobra mais espaço para ser feliz e aproveitar um presente que a vida nos dá todo dia: oportunidades. De amar, desenvolver-se, aprender, conhecer, compartilhar, buscar aquilo que vai te ensinar o sentido da palavra plenitude

Eu escolhi as datas comemorativas como gancho para falar sobre minimalismo porque, comercialmente falando, elas são um dos símbolos do consumismo, prática totalmente contrária à do estilo de vida simples. O Natal é uma das datas que mais tem apelo comercial, com aquela imagem tão propagada pelo comércio e pela mídia de pessoas trocando vários presentes perto da árvore natalina. (A imagem de dezenas de pessoas se esbarrando nas lojas, nos corredores e nas calçadas eles não mostram, né. Aliás, tá aí outra parte boa de não dar presentes em datas comemorativas: você evita o aglomero de gente). 

Então, neste Natal, que tal fazer diferente? Que tal repensar os hábitos de consumo e comportamento para uma vida mais simples? Desfazer-se dos excessos e dos desnecessários para um novo ano, recomeçar com novos hábitos, celebrar o que realmente importa na vida: a própria vida e nossos relacionamentos com quem amamos. Não precisa de presentes materiais, apenas presentes do coração. 


Eu desejo a você um Natal de muita luz, paz, união, amor e aquela sensação gostosa de compartilhar momentos felizes com quem amamos. A propósito, deixa eu perguntar de novo: o que você quer de Natal? 
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