Durante duas semanas em outubro de 1988, um grande grupo de pessoas se mobilizou para libertar uma família de três baleias-cinzas que tinha ficado presa sob o gelo do Ártico, no Alasca. Cindy Lowry, então coordenadora da campanha de vida selvagem do Greenpeace, e Campbell Plowden, então coordenador da campanha de baleias da organização, encabeçaram a operação, que contou com a ajuda de moradores da cidade de Barrow (onde as baleias ficaram presas), empresas petrolíferas e os governos dos Estados Unidos e União Soviética, que eram inimigos na época (a Guerra Fria terminou no ano seguinte, 1989). Ah, faltou um: a imprensa, se não a principal parte, um dos protagonistas.
Esses fatos são contados no filme “O Grande Milagre”, que foi baseado no livro “Freeing the Whales”, de Tom Rose (no Brasil o livro recebeu o mesmo nome do filme, “O Grande Milagre, editora Prumo). Tom Rose foi um dos repórteres que cobriu o fato e no livro, lançado um ano depois do acontecido, em 1989, ele conta como a imprensa conseguiu transformar um acontecimento não planejado na maior notícia naquele mês, que teve mais audiência do que a própria campanha para eleição presidencial dos EUA. Aproveitando o gancho, como se diz no jornalismo, duas curiosidadezinhas: ironicamente, Tom Rose era repórter de uma das emissoras de televisão do Japão, um dos três países que invadem os mares do norte com seus baleeiros e arpões, junto com Islândia e Noruega. A Islândia, inclusive, retomou este ano a caça comercial de baleias-fin (que estão ameaçadas de extinção, só pra constar), depois de dois anos de suspensão. (RE-VOL-TAN-TE!!!... é melhor eu continuar com a resenha, vamos lá).
Como o filme é baseado, algumas coisinhas mudam de lugar. Cindy Lowry vira Rachel Kramer no filme, que conta com a ajuda do repórter Adam Carlson – seu ex-namorado – para mobilizar as pessoas em torno do resgate das baleias. É Adam, no filme, quem descobre que elas estão presas sob o gelo. O filme é muito bacana e passa uma mensagem de esperança, de que é possível unir forças opostas em busca de um único objetivo. É claro que a imprensa e todo o espetáculo que ela montou em volta do fato foram um dos grandes propulsores de toda a operação, o que mostra como é grande o poder dos meios de comunicação – não é à toa que a imprensa é chamada de quarto poder. (Como esse tema rendeu discussões nas aulas da faculdade!). Se não tivesse sido por ela, as baleias teriam morrido (o que, na verdade, é um evento natural nas regiões polares – elas acabam presas sob o gelo e morrem afogadas) ou teriam acabado nos pratos dos moradores, já que naquela região eles caçavam os animais para comer.
Como o filme é baseado, algumas coisinhas mudam de lugar. Cindy Lowry vira Rachel Kramer no filme, que conta com a ajuda do repórter Adam Carlson – seu ex-namorado – para mobilizar as pessoas em torno do resgate das baleias. É Adam, no filme, quem descobre que elas estão presas sob o gelo. O filme é muito bacana e passa uma mensagem de esperança, de que é possível unir forças opostas em busca de um único objetivo. É claro que a imprensa e todo o espetáculo que ela montou em volta do fato foram um dos grandes propulsores de toda a operação, o que mostra como é grande o poder dos meios de comunicação – não é à toa que a imprensa é chamada de quarto poder. (Como esse tema rendeu discussões nas aulas da faculdade!). Se não tivesse sido por ela, as baleias teriam morrido (o que, na verdade, é um evento natural nas regiões polares – elas acabam presas sob o gelo e morrem afogadas) ou teriam acabado nos pratos dos moradores, já que naquela região eles caçavam os animais para comer.
John Krasinski como Adam e morador local
O filme não aprofunda a questão da caça às baleias, o foco é a operação em si e como o caso se tornou nacionalmente conhecido da noite para o dia. É mais para diversão em família mesmo, o que, de modo algum, tira o mérito da película. Afinal, não é todo dia que se vê uma família de animais que envolveu até governos de países inimigos numa mega operação de resgate. Questões políticas e autoimagens à parte, o filme vale pela mensagem de solidariedade, de que devemos fazer o que estiver ao nosso alcance para ajudar a natureza.
Como eu comentei antes, ficar preso sob o gelo é uma evento natural. Em janeiro deste ano, um grupo de 12 orcas ficou preso na Baía de Hudson, perto da comunidade de Inukjuak, em Quebec, Canadá. As autoridades pediram ao governo do Canadá um quebra-gelo para libertas os animais, mas a natureza foi mais rápida e enviou um vento forte para quebrar a barreira gelada e soltar as orcas.
Foto: Maggie Okituk/Reuters
Gostou do assunto e quer saber mais? Confira a resenha do livro de Tom Rose feita pelo jornal New York Times e também os bastidores da operação do Greenpeace, relatado por Campbell Plowden. Se você já viu o filme, deixe um comentário sobre o que achou. Se não viu, ficou com vontade de ver? O espaço dos comentários é todo seu.
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