Julho sem plástico e o que sabemos sobre a poluição plástica nos oceanos

Por Letícia Maria Klein •
27 junho 2019
Todos os anos no mês de julho, o The Story of Stuff Project convida todos a tomarem o juramento do julho sem plástico: “Eu juro evitar plásticos de uso único (descartáveis), reutilizar ou reciclar plásticos que utilizo, educar outras pessoas sobre os resíduos plásticos e fazer ações que ajudem o planeta a se libertar do plástico”. A hashtag #breakfreefromplastic viraliza nas redes sociais nesta época, acompanhada por fotos de muitas ações que podemos ter no dia a dia para deixar de lado os descartáveis e reduzir a produção de resíduos plásticos.

Movimento Break Free From Plastic
Movimento Break Free From Plastic
Aproveitando a deixa, o Instituto 5 Gyres enviou um e-mail aos seus assinantes com as perguntas mais recebidas sobre a poluição por plásticos no mundo. São questões bem interessantes, que compartilho neste post.

Qual é a informação mais recente sobre a quantidade de plásticos nos oceanos hoje?
O que se sabe é que há uma ligeira tendência de aumento ao longo do tempo. Nossos modelos mais recentes, trabalhando com Win Cowger da UC Riverside, mostram uma estimativa de 110.000 toneladas de plástico flutuante nos oceanos do mundo. Por ser flutuantes, essa conta não inclui os plásticos que estão na coluna de água, no fundo do mar ou nas costas remotas em todo o mundo, que é onde a grande maioria dos plásticos oceânicos está.

As bioenzimas e os micróbios podem consumir toda a poluição plástica?
Não é difícil encontrar alguns organismos naturais que consomem plástico. Mas aqui estão as perguntas que sempre surgem:
1. O que acontece se um organismo geneticamente modificado que come plástico é liberado no mundo? Nos oceanos, ele comeria docas de pesca, boias, equipamentos de pesca, barcos e todos os tipos de equipamentos marítimos.
2. Onde, então, esse organismo seria aplicado?
Não é necessário colocá-lo em aterros porque o plástico já está contido e há pouco risco de vazamento. No ambiente? Muito arriscado.
A ideia de micróbios que comem plástico dá grandes manchetes, mas não é uma tecnologia que defendemos para resolver o problema do plástico oceânico. Esse problema é sintoma da má gestão do material em terra. Esse é o problema que precisamos resolver, por meio de políticas que garantam produtos mais inteligentes que sejam economicamente recicláveis ​​e sistemas mais inteligentes que forneçam mercadorias sem a necessidade de embalagens.

Se menos de 10% dos materiais recicláveis são reciclados, devo continuar encaminhando meus resíduos para a reciclagem?
Primeiro, saiba que os atuais sistemas de reciclagem nos EUA e na Europa estão severamente desafiados devido à proibição da China de importar resíduos (e devido à falta de design para reciclagem). [No Brasil, cerca de 3% dos resíduos são reciclados.] As possibilidades são que a maior parte do plástico que você está separando direito vai direto para o aterro sanitário ou está sendo guardada em armazéns. Evite comprar plásticos e embalagens de uso único, se for possível. Enquanto isso, você pode continuar reciclando, mas ainda melhor: elimine plásticos de uso único de sua lista de compras e apoie a responsabilidade estendida do produtor na sua comunidade, que é uma política que exige que os produtos e embalagens tenham um plano real e economicamente viável para que sejam recuperados quando se tornarem resíduos.

Estou tentando ser lixo zero. Como faço?
Sempre dizemos às pessoas que o primeiro passo para o desperdício zero é lembrar que, com qualquer coisa que você compre, vem a embalagem.
Se você quiser se envolver ainda mais, encontre seu grupo local de lixo zero ou procure em sites, blogs e livros sobre o que fazer para não gerar desperdícios em casa, na escola e no escritório. Lixo zero é um conjunto de valores. Se você consegue transformar sua casa, escola ou escritório em um local com cultura de desperdício zero, inserir esse conceito na missão da organização ou instituição, então isso se torna parte de quem você é.

Aqui no blog tem muitos posts com dicas que vão te ajudar a produzir menos resíduos no seu dia a dia. Também vale a pena acompanhar o site e as redes sociais do Instituto Lixo Zero Brasil e procurar coletivos lixo zero nas redes sociais, além de outros blogs e canais que falam sobre o tema, como Casa sem lixo e Uma vida sem lixo. Uma mudança de hábito leva a outras, e muitas te tornam uma pessoa sustentável.

Um ecobeijo e até breve.
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A vista de 360º no Morro do Sapo no Parque das Nascentes

Por Letícia Maria Klein •
21 junho 2019
Blumenau tem 67% do seu território coberto por vegetação. Uma parte disso fica no Parque Nacional Serra do Itajaí, uma unidade de conservação federal que abriga outra unidade de conservação, esta municipal: o Parque das Nascentes. São 5,3 mil hectares de Mata Atlântica, o que o torna o maior parque municipal do Brasil, segundo o Instituto Parque das Nascentes (Ipan), que gerencia a UC. 

Início da trilha do Morro do Sapo
Início da trilha do Morro do Sapo
O Parque das Nascentes é aberto à visitação nos fins de semana e feriados. Aproveitei o feriado de Corpus Christi para subir o Morro do Sapo, no parque, com um grupo de amigos. Além dessa trilha, os visitantes podem percorrer as trilhas da Lagoa, da Garganta e da Chuva. A subida do Morro do Sapo termina num mirante, a uma altitude de 715 m, com uma vista espetacular de 360º de Blumenau e região. A vista alcança até o litoral de Santa Catarina! O dia estava ensolarado, sem uma única nuvem; simplesmente maravilhoso! A temperatura estava amena, cerca de 20ºC, então foi bem gostoso. Vimos muitos cogumelos, um colibri e várias borboletas coloridas no caminho. 

Vista do mirante no Morro do Sapo
Vista do mirante no Morro do Sapo
Vista do mirante no Morro do Sapo
Vista do mirante no Morro do Sapo
Mirante no Morro do Sapo
Mirante no Morro do Sapo
Mirante no Morro do Sapo
Mirante no Morro do Sapo
A trilha tem um grau de dificuldade considerado médio, mas isso depende do seu condicionamento físico (como eu pratico três tipos de atividades físicas na semana, achei o trajeto fácil). A trilha tem subidas leves, descidas e caminhadas planas. Ela começa a ficar mais íngreme, com degraus naturais mais altos, quando está perto do cume. O caminho é demarcado com placas e bem delimitado devido à quantidade de visitantes. É preciso cruzar o rio em um momento, então é bom ir com bota à prova d’água ou levar uma toalhinha para secar o pé depois de atravessar sem o calçado (foi o que fizemos). 

Rio na trilha
Rio na trilha
São quase oito quilômetros de ida e volta. Nós começamos a trilha por volta das 9h30, levamos cerca de duas horas para subir (paramos algumas vezes) e começamos a descida às 12h30. No caminho de volta, encontramos uma trilha meio escondida que leva a uma cachoeira. É curta, mas bem íngreme. Acabei levando um tombo na descida e me agarrei numa árvore cheia de espinhos na subida, o que deixou minha palma da mão inflamada. Então, fica a dica, use luvas em aventuras na floresta e olhe bem ao redor antes de dar o próximo passo! Lição aprendida e um passeio belíssimo na memória. 

Cachoeira no Morro do Sapo
Cachoeira no Morro do Sapo
Cogumelos amarelos no Morro do Sapo
Cogumelos amarelos no Morro do Sapo
Cogumelos brancos no Morro do Sapo
Cogumelos brancos no Morro do Sapo
Cogumelos no Morro do Sapo
Cogumelos no Morro do Sapo
Cogumelos no Morro do Sapo
Cogumelos no Morro do Sapo
É permitido acampar no parque, mediante agendamento. Em dois dias, dá para fazer todas as trilhas. A da lagoa é um circuito plano curto e as da Chuva e da Garganta são mais difíceis. Com certeza voltarei para conhecer esses outros percursos em meio à Mata Atlântica exuberante em que moramos. É um local tranquilo, silencioso, com ar puro, águas cristalinas e uma paz que só se consegue sentir em meio à natureza.

Serviço:
Localização: Rua Santa Maria, bairro Progresso, Blumenau/SC, 89027-200.
Ingresso: R$ 10,00 até setembro de 2019 e R$ 20,00 a partir de então. Meia entrada para menor de idade, professor, estudante, doador de sangue, pessoas com deficiência e idoso, com comprovante. Crianças até cinco anos não pagam. Para acampar, mediante agendamento, o valor é R$30,00 por pessoa.
Site: https://institutoparquedasnascentes.wordpress.com/.
Horário de atendimento: sábado, domingo e feriado, das 8h15 às 17h. A entrada no parque é permitida até às 16h. Visitas durante a semana para grupos ou escolas devem ser agendadas.
Atrativos e infraestrutura: trilhas, rios, cachoeiras, mirantes, locais para banho, área de acampamento (com banheiros e churrasqueira), educação ambiental, turismo ecológico.
Contato: (47) 99782-1286.
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Dicas para um Dia dos Namorados sustentável

Por Letícia Maria Klein •
11 junho 2019
Neste ano, o 12 de junho será duplamente romântico: cai numa quarta-feira, o dia da semana reservado para namorar. Para marcar a data, que tal comemorar seu amor com um Dia dos Namorados sustentável? Veja algumas dicas: 

Dicentra spectabilis, uma flor em formato de coração
Dicentra spectabilis, uma flor em formato de coração

Presente sem embalagem
Se vocês são um casal que gosta de trocar presentes, podem combinar de dá-los sem embalagem descartável, substituindo-a por uma durável ou reutilizável, como sacola de pano, caixa ou mesmo sacola de papel ou jornal. Eu gosto bastante de embrulhar em sacola ecológica, pois fica bonito e já são dois presentes em um. Antes de comprar o presente, responda às perguntinhas do consumidor consciente para fazer a melhor escolha.

Vale uma experiência
Massagem; sessão de cinema, teatro ou espetáculo; passeio em um parque especial; jantar em um lugar bacana... São vários os momentos que você pode dar de presente, como forma de gratidão e reconhecimento, que ficarão marcados na memória e que representam uma forma de consumo consciente.

No aconchego do lar
Para os caseiros, a noite também pode ser especial. Um jantar preparado em casa (com ingredientes orgânicos, que podem ser comprados a granel na feira), embalado por uma trilha sonora que agrade aos dois e seguido de um filme... Adoro! Essa é apenas uma sugestão, mas existem várias, só depende do estilo de cada casal. Se for pedir comida em casa, aproveite e leia este post para saber o que fazer com as embalagens que sobram.

Feliz e sustentável Dia dos Namorados para você!
Um ecobeijo e até breve.
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Três hábitos sustentáveis para adotar no Dia do Meio Ambiente

Por Letícia Maria Klein •
05 junho 2019
Entre os dias 05 e 16 de junho de 1972, a Organização das Nações Unidas realizou a primeira Conferência sobre o Meio Ambiente Humano (Conferência de Estocolmo), que reuniu mais de 100 chefes de estado para falar sobre as problemáticas ambientais. Desde então, comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente em 05 de junho. Para estender a celebração para todos os dias do ano, veja três hábitos que você pode adotar hoje mesmo para praticar a sustentabilidade, por meio de cuidados contigo, com os outros e com o meio.

Dia Mundial do meio ambiente: cuidados consigo, os outros  e o meio para praticar a sustentabilidade todos os dias
Dia Mundial do meio ambiente: cuidados consigo, os outros
 e o meio para praticar a sustentabilidade todos os dias

Para cuidar de si
O indiano Satish Kumar traduz o tripé da sustentabilidade em alma, solo e sociedade. A alma representa o cuidado que precisamos ter conosco mesmos. Quando não estamos bem, parece que nada está bem, não é mesmo? É preciso cuidar de si tanto quanto dos outros e do ambiente. Uma forma de fazer isso é ficar um tempinho por dia a sós com você mesmo, em silêncio ou ouvindo uma música calma, prestando atenção na sua respiração, buscando entender o que você está sentido naquele momento, deixando os pensamentos virem e irem embora. Isso é meditação, basicamente. Podem ser cinco minutos no seu dia, para começar, que vão te trazer paz e tranquilidade.

Para cuidar do outro
Assuma a tarefa de fazer algo bom para alguém hoje. Pode ser uma pessoa, um animal, uma planta. Dê um abraço, um carinho, uma palavra amiga, um conselho, água, comida... Mas dê com atenção e de coração, buscando tornar o dia desse alguém melhor. A partir do momento que nos dedicamos, de verdade, a melhorar a vida de alguém, por menor que o ato possa parecer, compreendemos o poder e a responsabilidade que temos perante os outros seres vivos e o planeta Terra.

Para cuidar do meio
Além de ter um tempo diário para se dedicar a si mesmo e aos outros, comece a usar outro tempo somente para observar. O cientista e artista alemão Johann Wolfgang von Goethe desenvolveu a sua ciência holística baseada na pura arte da observação. Observar é uma forma serena e profunda de entrar em contato com algo e entender aquilo, num ritmo natural. É uma forma de conexão. Nos seus trajetos diários, observe o céu (de dia e à noite), as nuvens, a chuva, as árvores, os animais, o chão, as flores, a grama. Escute o som da água, da trovoada, do vento. Use seus sentidos para observar e absorver a natureza que nos mantém vivos no planeta. É só o que precisa para expandir sua consciência a todas as potencialidades da vida sustentável.

Um ecobeijo e até breve.
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