Natal sustentável: árvore de plástico ou pinheiro natural?

Por Letícia Maria Klein Lobe •
28 novembro 2018
Os Natais da minha infância e adolescência foram marcados com árvore de plástico. Na casa da avó paterna do meu noivo, a celebração sempre foi em torno de um pinheiro natural, que ela cultiva no jardim. É assim até hoje. Neste ano eu me mudei e passei a querer uma árvore de verdade em casa para o Natal. Meu noivo mudou de ideia e queria uma grande árvore de plástico para poder enfeitar mais cedo, pois o pinheiro aguenta no máximo duas semanas depois de cortado. O que fizemos, então? Conversamos, pesquisamos e chegamos a uma solução sustentável.

A árvore de plástico tem origem no petróleo, um bem natural não renovável. Tem toda a questão de extração poluente e cadeia de produção cheia de impactos ambientais. Por outro lado, dura muito tempo se bem cuidada e pode ser reciclada quando enviada para coleta seletiva.

O pinheiro natural tem origem renovável e o processo para chegar até a sua casa é menor e menos impactante, considerando que tem somente o corte e o transporte. Se tu tens espaço para plantar em casa, então o impacto é quase nulo, especialmente se plantares outra árvore como compensação. Para quem gosta de decorações rústicas ou com aspecto natural, o pinheiro é a melhor opção.

Em relação a preço, depende do tipo de árvore de Natal que queres. Existem árvores de cinquenta até cinco mil reais (e até mais). Nós queríamos uma que fosse alta. A árvore de plástico que meu noivo queria custa cerca de R$ 800,00 e o pinheiro natural que eu queria custa por volta de R$ 100,00, então era mais vantajoso financeiramente. Como gostamos de curtir o Natal, precisávamos de uma árvore que durasse bastante tempo. Como buscamos sempre a opção mais sustentável, com menor impacto ambiental, o ideal seria um pinheiro natural. A solução? Um pinheiro plantado em vaso! O que escolhemos foi o pinheiro alemão, mais parecido com a típica árvore de Natal.

Tem várias vantagens em relação a uma árvore artificial. Ele vive por muitos anos em vaso, então não precisamos comprar um novo todo ano. O que precisamos fazer é replantá-lo num vaso maior com o passar do tempo e deixá-lo em local externo durante o ano, para pegar chuva e sol à vontade. No nosso caso, podemos deixá-lo na área externa do prédio, junto com o pinheiro natural do condomínio, ou levar para a casa de uma das avós do meu noivo.

Como toda planta dentro de casa, o pinheiro precisa de cuidados. Local arejado, com luminosidade e talvez mais água do que o necessário se ele estivesse na área externa. O nosso começou a secar, então estamos deixando a janela da sacada aberta durante o dia para ventilar. Esse processo de cuidar do pinheiro é muito gostoso e cria uma conexão maior com a árvore de Natal e com o próprio significado que essa época tem para mim. Eu prefiro o pinheiro natural não só pela origem mais sustentável, como também pela estética, que me agrada mais. Gosto do rústico e da beleza da natureza.

Por fim, o pinheiro natural tem um ciclo de retorno à natureza através da compostagem, caso tenhas uma árvore que foi cortada. Ela vai começar a secar e pode ser colocada no solo para decomposição total, servindo de nutriente para outras espécies. Quem mora em regiões frias, pode usar a madeira como lenha para fogueira ou lareira. Se moras numa cidade em que tem coleta de poda e materiais orgânicos para compostagem, a árvore pode ser destinada para lá.

Enfim, nossa árvore ficou assim:

Nosso pinheiro alemão de Natal
Como é a sua comemoração de Natal? Tem árvore? Natural ou artificial? Ou mesmo de outro material? Comente aqui, compartilhe com seus amigos e vamos fazer deste Natal uma data de renovação de paz, união, amor e práticas sustentáveis. ;)
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3 dicas para uma Oktoberfest sustentável e um bônus

Por Letícia Maria Klein Lobe •
02 outubro 2018
Nesta quarta-feira, 03 de outubro, começa a 35ª Oktoberfest em Blumenau, considerada a maior festa de origem alemã do Brasil e segunda maior do mundo, depois da Oktoberfest de Munique. Serão 19 dias de festa no Parque Vila Germânica com gastronomia típica alemã e também brasileira, músicas alemãs e próprias da festa, danças, apresentações folclóricas e desfiles. Se vier para a festa, anote aí três dicas para curtir a folia de forma sustentável e duas sugestões de passeio na natureza.



Leve sua própria caneca ou garrafa 

A bebida oficial da festa é o chope, especialmente o artesanal. Como não tem graça nenhuma tomar qualquer bebida em copo de plástico descartável, garanta sua caneca para encher sempre que quiser. É bem comum as pessoas levarem suas canecas a tiracolo com cordão tirante. Para quem consome água, sucos e refrigerantes, um copo retrátil ou garrafa podem ser mais interessantes.

Use seu kit de talheres

A maioria das comidas é servida em pratos descartáveis, com talheres descartáveis, o que gera toneladas de resíduos. Para contribuir com a não geração, leve seu próprio kit de talheres (existem modelos pequenos, vendidos em sites e lojas de acampamento, ou você pode levar os que tiver em casa mesmo) e guardanapo de pano. Para ficar melhor, leve também um pote retrátil, que cabe na bolsa ou mochila. Assim, você vai ter uma festa lixo zero!

Seja um consumidor consciente

O local onde a festa acontece, a Vila Germânica, tem muitas lojas de suvenires, camisetas, canecas, objetos de decoração e mais. Na hora de comprar alguma coisa, pense se precisa e se realmente vai usar aquilo, assim você evita adquirir algo desnecessário, o que contribui para a preservação dos bens naturais e a redução da produção de resíduos sólidos. Na dúvida, responda às seis perguntas do consumo consciente: por que comprar, o que, de quem, como comprar, como usar e como descartar. Aqui também cabe a velha e fundamental recomendação que envolve bebidas alcoólicas: se beber, fique longe do volante.

Turismo de natureza

Quando estiver em Blumenau, aproveite para conhecer duas áreas de proteção de Mata Atlântica: o Parque Natural Municipal São Francisco de Assis (no centro da cidade) e o Parque Nacional Serra do Itajaí (no sul da cidade, localidade Nova Rússia). Os dois são ótimas opções para quem ama estar em contato direto com a natureza, fazer trilhas, nadar no rio, observar animais e plantas e ter um momento tranquilo, seja consigo mesmo ou com família e amigos.

Parque Natural Municipal São Francisco de Assis. Fonte: Prefeitura Municipal de Blumenau

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Um oceano de plástico, de Craig Leeson [Resenha] - Descartável e indestrutível: o impacto do plástico

Por Letícia Maria Klein Lobe •
20 agosto 2018
A baleia-azul é o maior animal do mundo, com até 30 metros de comprimento e 180 toneladas. Navegando no Oceano Índico, perto do Sri Lanka, a equipe liderada pela especialista em cetáceos Lindsay Porter espera ver a baleia-azul verdadeira e a pigmeu, que é um pouco menor. Na verdade, eles acreditam que é a primeira vez que alguém consegue filmar uma baleia-azul-pigmeu jovem embaixo d’água. E quando filmam, outra coisa chama a atenção: a quantidade de plásticos flutuando na superfície do oceano. A pesca comercial não existe na região há mais de 30 anos por causa da guerra civil e as praias estão fechadas, então teoricamente deveria ser um dos locais mais intocados pela ação humana.

Esses momentos abrem o documentário Um oceano de plástico (A plastic ocean), dirigido e roteirizado pelo jornalista e cineasta Craig Leeson e lançado pela Fundação Plastic Oceans em setembro de 2016. O filme mostra a poluição dos oceanos por plástico e o seu impacto para os animais, as pessoas e os ecossistemas. O jornalista e a mergulhadora Tanya Streeter entrevistam especialistas de diversas áreas, viajam para lugares impactados diretamente pelos plásticos e revelam os perigos da nossa relação conflituosa com esse material. O documentário tem cenas tristes e alarmantes que precisam ser vistas, mas também aponta caminhos para solucionar esse grande problema ambiental.

Um oceano de plástico - nós precisamos de uma onda de mudança

A dupla apresenta dados sobre a produção de plásticos no mundo e os efeitos do desperdício, inclusive em “tempo real”, considerando desde quando a pessoa começou a assistir ao documentário. Só nos Estados Unidos, 38 bilhões de garrafas de plástico são descartadas por ano. No mundo todo, cada pessoa usa e descarta cerca de 136 quilos de plástico considerado descartável anualmente. Só que os descartáveis são feitos de um material durável e indestrutível, como apontam Craig e Tanya.

Ao longo do documentário, eles conversam com oito cientistas e pesquisadores sobre as consequências do descarte incorreto de plásticos em diversos níveis, desde o microplástico (a última parte resultante da decomposição do material) até objetos inteiros boiando nas águas. Na costa da Itália, golfinhos e baleias estão aparecendo mortos nas praias e os pesquisadores querem entender por que. Quando avista um golfinho em alto mar, a ecologista e ecotoxicologista Maria Cristina Fossi lança um dardo para recolher uma amostra de gordura do animal. A biópsia do tecido revela o efeito de químicos e tóxicos no organismo e também algo inusitado: ftalato, um dos derivados do plástico.

Quanto menor a partícula, mais fácil de ser consumida por animais, que não sabem diferenciar o que é plástico do que é comida. O consumo dos objetos plásticos por esses animais impacta toda a cadeia alimentar marítima por dois motivos. Primeiro, os microplásticos atraem toxinas presentes no ambiente e vão se acumulando nos corpos dos animais, chegando até as pessoas que se alimentam de frutos do mar (não somente essas, mas consumidores de água engarrafada, água da torneira, sal, mel e cerveja também). Segundo, algumas espécies – especialmente aves litorâneas, tartarugas e baleias – estão morrendo de fome com os estômagos cheios de plástico, como acontece na Ilha Midway, um dos locais visitados pelo cineasta.

Intercalando informações, entrevistas e visitas em campo para acompanhar pesquisas, o documentário é dinâmico e interessante. Na última parte, Craig e Tanya focam o impacto do uso e da decomposição dos plásticos na vida das pessoas e sugerem ações que cada um pode fazer no seu dia a dia para evitar o consumo de produtos descartáveis. Relevante, o filme traz ao mesmo tempo um panorama e um alerta sobre os plásticos no mundo, além de fazer um convite à reflexão sobre nossa relação com esse material, que pode ser tão bom e tão maléfico – só depende do nosso comportamento.


O filme está disponível no Netflix

Aproveite para ver outras resenhas de livros e filmes socioambientais e descobrir quais as alternativas ao uso da sacola plástica para colocar o lixo, o que contribui para a redução de plásticos no mundo.
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Julho sem plástico: como fazer uma auditoria de marca para identificar os maiores poluidores

Por Letícia Maria Klein Lobe •
30 julho 2018
Chegamos à última semana da campanha #julhosemplastico! No começo, repassei dicas que como você pode evitar o plástico descartável no seu dia a dia, depois você viu como participar das conversas sobre poluição por plástico e ainda descobriu como pode ajudar sua comunidade a acabar com esse problema. Por fim, o Projeto A História das Coisas nos convida a fazer uma auditoria de marca e participar de campanhas contínuas para combater os resíduos de plástico.

Organize uma auditoria de marca


Fonte: The Story of Stuff Project.

Limpar lixo de lugares públicos como praias e parques é uma ótima forma de serviço comunitário. Mas com tanto plástico entrando no ambiente, é uma questão de tempo até que esses espaços sejam poluídos de novo. Para interromper esse ciclo, podemos identificar quais produtos aparecem com mais frequência e responsabilizar os fabricantes. Uma auditoria de marca é um movimento global de ciência cidadã para resolver o problema da poluição plástica. Veja o vídeo abaixo (em inglês) sobre como funciona uma auditoria de marca e conheça os 10 passos para começar a sua auditoria.


1º - Primeiro, é importante fazer um plano de destinação de resíduos. Pense com antecedência em como descartar adequadamente todos os resíduos da sua atividade de limpeza, não só os plásticos. Por exemplo, os materiais recicláveis ​​devem ir para a recuperação de materiais ou cooperativas de reciclagem e os resíduos orgânicos ​​podem ser reservados para compostagem. Os rejeitos, que são os resíduos que não podem ser reciclados nem compostados, são normalmente utilizados para a auditoria da marca, pois essas são as marcas que devem ser identificadas.

2º - Em qualquer atividade de limpeza, é importante ter o equipamento adequado para proteger você e seus voluntários. Providenciem luvas de proteção ou pinças para retirar ou manusear o lixo.

3º - Depois de ter identificado o local que será limpo, especifique e meça o tamanho da área, que deve ser deve ser relativo ao número de voluntários ou participantes. Tire fotos do local antes e depois e compartilhe-as usando a hashtag #breakfreefromplastic!

4º - Se você tiver tempo suficiente (um dia inteiro para a limpeza), recomenda-se coletar todos os tipos de resíduos no local escolhido, não apenas os plásticos. Esse processo é chamado de auditoria de resíduos e ocorre antes da auditoria de marca. Uma auditoria de resíduos identifica e quantifica os tipos diferentes de resíduos (orgânicos, plásticos recicláveis, papeis, metais, vidro, resíduos perigosos e rejeitos) de uma maneira abrangente. Essa informação pode ser usada para entender qual a porcentagem de plástico no conjunto. Para te ajudar, baixe o formulário com a metodologia de auditoria de resíduos (em inglês).

5º - Se você não tem tempo para realizar uma auditoria de resíduos, recolha o lixo no local escolhido e separe os plásticos dos demais. Agora você e sua equipe estão prontos para auditar as marcas com o lixo plástico coletado. Categorize os itens por marca à medida que coletam. As marcas não identificáveis ​​podem ser classificadas de acordo com o tipo de pacote, o que fornece informações sobre materiais problemáticos.

6º - Registre seus dados, incluindo as informações abaixo sobre cada item de plástico. Você pode baixar o formulário de auditoria de marca em planilha ou pdf (em inglês) e seguir estas etapas:

  • Anote o nome da marca, que será a palavra mais visível impressa no item.
  • Registre o fabricante da marca, que será uma impressão menor em um local menos óbvio. Grandes fabricantes como Unilever, Nestlie e Procter & Gamble têm centenas de marcas. Uma pesquisa on-line rápida já revela o fabricante do item de plástico encontrado, se não estiver claro no rótulo.
  • Preencha o restante das informações especificadas no formulário.

7º - Socialize o evento. Tire fotos das pilhas de plástico de cada fabricante e publique-as nas redes sociais. Marque o fabricante, comece uma conversa com ele sobre as soluções e utilize a hashtag #breakfreefromplastic!

8º - Se você quiser disponibilizar suas informações para uso pela iniciativa Break Free From Plastic, insira seus dados e fotos junto com um arquivo de cópia/captura de tela/excel digitalizado do formulário de dados e envie-os através de formulário on-line.

9º - Limpe toda a área de auditoria com muito cuidado, deixando-o local mais limpo do que antes da atividade.

10º - Se você tiver recursos para isso, coloque os itens de marca numa caixa e envie-os de volta para o fabricante. Inclua uma carta descrevendo o objetivo da sua auditoria de marca e instigue-a ser livre de plásticos descartáveis.

Liberte-se do plástico

Um problema global exige uma solução global. É por isso que um movimento de centenas de organizações como o The Story of Stuff Project e outras se uniram para criar uma estratégia global ambiciosa para combater a poluição do plástico. Inscreva-se para receber atualizações e oportunidades de ação do Break Free From Plastic.

Compartilhe sua história

Registre suas ações por um mundo sem poluição por plástico e compartilhe nas redes sociais usando as hashtags #julhosempalstico #plasticfreejuly e #breakfreefromplastic.

Fonte: The Story of Stuff Project.

Como está sua participação no desafio? Comente aqui embaixo suas conquistas e desafios.
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Julho sem plástico: como ajudar sua comunidade a resolver o problema do plástico descartável

Por Letícia Maria Klein Lobe •
23 julho 2018
Pode ser no seu prédio, na escola, no trabalho, na sua rua ou bairro ou em outro coletivo do qual faça parte. O terceiro e-mail da campanha do #julhosemplastico é sobre ajudar sua comunidade a diminuir o consumo de plásticos descartáveis. Confira abaixo algumas idéias de ação:



  • Nos restaurantes e mercados que você frequenta, sugira a colocação de cartazes convidando as pessoas a levarem seus copos, canudos reutilizáveis e sacolas ecológicas. Você mesmo pode criar os cartazes e já levar consigo quando for falar com os responsáveis pelo local. Explique os problemas do plástico, a campanha e os benefícios de evitar o uso de descartáveis. A organização Plastic Free July disponibilizou alguns cartazes (em inglês) que podem servir de inspiração. 

  • Identifique um grupo ou local em sua comunidade que usa ou vende plástico descartável e ajude-os a encontrar uma solução que não gere esse lixo. Por exemplo, você pode combinar com seus colegas de trabalho para cada um ter sua própria caneca e solicitar à empresa onde trabalha para instalar filtros de água, caso o consumo seja por bombonas. 

  • Comece um projeto de lei pela proibição ou taxação de sacolas plásticas, canudinhos, isopor ou outro plástico descartável que vira rejeito onde você mora. Primeiro pesquise se já existe alguma legislação referente a isso na sua cidade. Se não tiver, você pode dar o primeiro passo! Existe um guia da Fundação Surfrider (em inglês) que dá um passo-a-passo de como fazer isso. Resumidamente, é o seguinte: 
  1. Analise suas opções. 
  2. Planeje sua campanha (conheça os fatos, consiga apoio, conheça a oposição). 
  3.  Trabalhe com o o governo e faça o rascunho de um projeto de lei (encontre apoiador e patrocinador, participe de reuniões de conselhos municipais e da Câmara de Vereadores). 
  4. Construa uma rede de apoiadores na comunidade, envolvendo cidadãos e políticos. 
  5. Conheça sua oposição. 
  6. Divulgue a campanha, sessões na Câmara e audiências públicas para conseguir apoiadores para a votação. 

Quando se trata de contribuir para um planeta sem poluição por plástico, eliminar os descartáveis da sua vida é um ótimo lugar para começar, mas péssimo para parar. Resolver um problema tão grande quanto esse requer que façamos ações grandes também. Quando você se mobiliza para tornar sua comunidade sustentável, você está ampliando seu impacto e ajudando a construir um sistema melhor.

Se perdeu as primeiras semanas da campanha, não se preocupe porque ainda dá tempo de acompanhar. O primeiro post foi sobre 10 dicas para eliminar os resíduos plásticos da sua rotina e o segundo falou sobre como você pode participar das conversas sobre resíduos de plástico que estão rolando este mês.

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Julho sem plástico: participe das conversas sobre plástico e poluição

Por Letícia Maria Klein Lobe •
15 julho 2018
Depois de dar 10 dicas de como você pode reduzir a quantidade de plásticos que gera no dia a dia, aqui vão três ações que você pode fazer para aumentar o volume de conversas sobre plásticos e a poluição causada por eles. Esse é o pedido do segundo e-mail da campanha #plasticfreejuly, que nos desafia a não utilizar plásticos descartáveis no mês de julho.


Nível fácil

Compartilhe uma história, foto ou vídeo sobre poluição plástica nas ferramentas de rede social. O próprio projeto A História das Coisas tem outros vídeos que você divulgar, como a história da água engarrafada e a história das microfibras. Você pode atualizar os pontos de discussão ou enviar os links dos filmes para família e amigos.

Tem também infográficos sobre combustíveis fósseis que mostram por que as indústrias de petróleo e gás natural adoram plástico. Falando nele, somente 9% dos plásticos são reciclados no mundo! Além disso, países que costumavam receber parte do lixo de outras nações proibiram essa importação, o que obriga cada país a encontrar soluções para a gestão correta dos seus resíduos. Felizmente, as proibições ou taxas de sacolas plásticas e outros descartáveis como canudos estão se espalhando por cidades e países.

Nível impressionante

Você tem uma solução criativa, inteligente e sem plástico? Compartilhe uma foto, vídeo ou história sobre sua experiência com o desafio e publique nos seus perfis digitais com as hashtags #julhosemplastico, #plasticfreejuly e #breakfreefromplastic e marque o projeto The Story of Stuff.

Nível épico

Convide alguém para participar do desafio do julho sem plástico com você. A inscrição para receber dicas lixo zero por e-mail pode ser feita aqui.

Essa é a tarefa para essa semana: participar das conversas sobre os problemas relacionados aos plásticos descartáveis e contribuir para aumentar a discussão sobre o tema. Na próxima semana, a campanha vai enviar algumas ideias de ações para você tirar o plástico da sua comunidade. Conte aqui nos comentários se você está participando do julho sem plástico e o que tem feito na sua rotina para gerar menos lixo. Até a próxima!
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Julho sem plástico: 10 dicas para ser lixo zero no seu dia a dia

Por Letícia Maria Klein Lobe •
09 julho 2018
A campanha #plasticfreejuly, do The Story of Stuff Project (Projeto A História das Coisas, criador do documentário sobre a trajetória do lixo no mundo) está enviando e-mails semanais para quem assinou o desafio de não gerar resíduos de plástico durante o mês de julho. Apesar de reciclável, o plástico facilmente vira um rejeito e acaba indo para aterro sanitário, lixão ou oceano (90% do lixo presente nos oceanos são plásticos!). Para evitar desperdícios desde a extração até o descarte, o primeiro e-mail da campanha veio com 10 dicas para evitar o uso de plásticos descartáveis no seu dia a dia, que eu compartilho aqui para um #julhosemplastico.

Faça uma auditoria dos seus resíduos

O que você anda “jogando fora”? Assim entre aspas mesmo, porque tudo continua dentro do planeta. Preste atenção nas coisas que você está descartando, entre orgânicos, recicláveis e rejeitos. Veja quais produtos geram mais desperdício, como embalagens. Para cada item de plástico descartado, pense em como você pode adotar uma alternativa que não gere resíduos.

Comece com as coisas fáceis

O lixo da maioria das pessoas segue a regra 80/20: 80% dos seus resíduos são compostos pelos mesmos itens repetidos e materiais comuns, como sacos plásticos, garrafas e embalagens. Por isso, pequenas mudanças para evitar a geração desses itens podem ter um grande impacto.

Sacolas de pano
Sacolas de pano

Compre menos

Cerca de 40% dos resíduos que geramos são embalagens. Ao comprar menos coisas, consequentemente você produz menos resíduos. Com demanda menor, a oferta também é menor, o que significa menos extração de bens naturais para a fabricação de artefatos.

Use reutilizáveis

Escolha alternativas reutilizáveis ​​para evitar os plásticos descartáveis: bolsas de lona ou pano, ​​garrafas de água reutilizáveis, talheres reutilizáveis, canudo de bambu, vidro ou aço inoxidável, copo retrátil, guardanapo de pano e mais. Leve seu kit lixo zero ​​na bolsa ou mochila ou deixe no carro para ter sempre que precisar.

Kit de talheres para comer fora de casa
Kit de talheres para comer fora de casa

Evite embalagens de porções individuais

Produtos alimentícios empacotados em porção pequena ou para uma pessoa significam mais embalagem, o que implica mais desperdício. Sempre que possível, compre seus alimentos em embalagens maiores e distribua o conteúdo em recipientes reutilizáveis.

Recuse plásticos

Diga não ao plástico descartável que você não precisa. No restaurante, peça para servirem sua bebida sem canudo (é importante reforçar ao garçom, pois em alguns lugares o copo já vem com canudo). Na degustação de algum produto no mercado, recuse o copinho plástico e tenha sempre bom ter à mão um copinho retrátil para aproveitar essas ocasiões sem gerar resíduo.

Copo retrátil de metal
Copo retrátil de metal

Elimine os itens de plástico

Enquanto seus produtos estiverem funcionando, continue usando. Mas à medida que precisar substituir coisas feitas de plástico na sua casa, prefira alternativas livres desse material. O plástico é derivado do petróleo, um bem natural não renovável, e leva até 500 anos para se desintegrar. Escolha itens feitos de matéria-prima orgânica, como madeira, ou de longa duração, como vidro e metal.

Compre a granel

Está crescendo o número de lojas que oferecem alimentos a granel e produtos de limpeza mais naturais também a granel. As pessoas podem levar seus próprios recipientes reutilizáveis ou saquinhos de pano para comprar, ​​sem precisar de embalagens plásticas. Pesquisa na sua região se tem alguma loja assim. No Bulk Finder, aplicativo lançado pela Bea Johnson, do blog Zero Waste Home, você pode incluir e localizar pontos de venda a granel. Já são mais de 25 mil usuários ativos em mais de 30 países, que já incluíram mais de três mil pontos.

Saquinhos de pano para compras a granel
Saquinhos de pano para compras a granel

Pegue emprestado ou compre usado

Compartilhar suas coisas com família, amigos e vizinhos e comprar itens de segunda mão reduzem a quantidade de coisas novas que você consome e embalagens de plástico geradas, além de diminuir a pressão sobre o planeta pela extração de bens naturais.

Pare de comprar roupas com plástico

Você sabia que tecidos sintéticos como poliéster, acrílico, elastano, poliamida, nylon e lycra são feitos de plástico? As fibras sintéticas vêm do petróleo e são tratadas com produtos químicos durante e depois do processamento, além de usarem grandes quantidades de água e energia em sua produção. Sempre que uma peça sintética é lavada, ela solta micropartículas de plástico no sistema de água, que não são filtradas na estação de tratamento e acabam nos oceanos. Conheça mais sobre isso no vídeo A História das Microfibras abaixo.



Evitar os plásticos descartáveis no seu dia a dia é um ótimo ponto de partida. Só não pode parar por aí. Para resolver o problema da poluição plástica, é preciso mudar a conversa e o sistema. Nas próximas semanas, a campanha #plasticfreejuly vai compartilhar ideias de como fazer isso e eu vou trazê-las aqui para o blog. Até a próxima!
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Julho sem plástico: um mês para reduzir o consumo de plásticos descartáveis

Por Letícia Maria Klein Lobe •
03 julho 2018
Em 2011, um grupo de pessoas na Austrália começou um movimento pela diminuição do uso de plásticos descartáveis. Desde então, o #plasticfreejuly se espalhou para mais de 150 países e se transformou numa fundação sem fins lucrativos. Com a visão um mundo sem desperdício de plásticos, o movimento #julhosemplastico quer encorajar as pessoas a refletir sobre o uso desse material e incentivá-las a recusar os descartáveis no dia a dia.

"Aceite o desafio: escolha recusar plásticos descartáveis"

Os plásticos de uso único, especialmente embalagens, são um dos maiores problemas no mundo hoje, poluindo de ruas a oceanos e matando milhares de animais que os ingerem ou ficam presos neles. Conforme essa postagem sobre o panorama dos plásticos no planeta, de toda a quantidade produzida por ano, 40% dos itens são usados somente uma vez e descartados e só 9% são reciclados. Além do desperdício, outro problema dessa cadeia é a extração e uso de matérias-primas, como o não renovável petróleo, para produzir objetos que serão usados por tanto pouco tempo e em seguida descartados em aterros sanitários, lixões ou mares, onde demoram até 500 anos para se desintegrarem em microplásticos.

Substitua os plásticos descartáveis
Substitua os plásticos descartáveis...


... por opções reutilizáveis

A melhor forma de lutar contra essa onda de desperdício e poluição, ou pelo menos a mais fácil, é começar por nós mesmos, em casa e nos lugares que frequentamos. Nesse post eu mostrei o kit lixo zero que carrego na bolsa. Hoje ele contém trio de talheres, canudo, guardanapo de pano, copo retrátil e xícara pequena, todos reutilizáveis e embalados em saquinhos de pano. Abaixo estão mais dicas de como evitar o uso de descartáveis e a geração de rejeitos nas atividades diárias.

  • Carregar uma garrafa de inox ou vidro, que são mais saudáveis, ou pelo menos as de plástico reutilizável sem BPA.
  • Levar sua própria sacola de pano ou retornável para as compras. Muitas podem ser dobradas até caberem no bolso.
  • Ir às compras de frutas e verduras com saquinhos de tecido, tanto no mercado quanto na feira.
  • Levar potes para comprar alimentos a granel. Assim como copos, existem potes retráteis que cabem facilmente na bolsa ou mochila.
  • Usar rodelinhas de pano de algodão para retirar maquiagem e evitar cotonetes (existe uma versão com haste de papel, mas, para limpar as orelhas, o recomendado é usar uma toalha).
  • Recusar a segunda via do comprovante do cartão de crédito ou débito.
  • Substituir a sacola do lixeiro por jornal, saco de papel ou caixa de papelão – para reduzir pela metade o que vai na lata do lixo em primeiro lugar, comece sua compostagem em casa.

De forma geral, você pode seguir os seguintes princípios:

  1. Evite produtos que venham em embalagens plásticas.
  2. Reduza, sempre que possível.
  3. Recuse plásticos que viram lixo (rejeito), como canudos, copos para viagem, utensílios, balões, embalagens de isopor.
  4. Recicle o que não pode ser evitado.

O plástico é uma questão política, diz Stephanie Convery nesse artigo do jornal The Guardian sobre estilo de vida sem plástico. Isso significa, segundo ela, que são necessárias demandas coletivas de base por reforma em todos os níveis, desde como o plástico é usado e como é vendido até como é descartado. “É um problema que requer pensar muito maior do que o carrinho de compras - embora talvez o carrinho de compras seja um bom lugar para começar.” Com ações individuais e diárias, vamos influenciando familiares, amigos e colegas de trabalho a adotarem novos hábitos e assim vamos modificando culturas e instituições em prol de mundo sem desperdício.

Campanha do movimento #plasticfreejuly



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A sexta extinção - uma história não natural, de Elizabeth Kolbert [Resenha]

Por Letícia Maria Klein Lobe •
26 junho 2018
É o que procura responder a jornalista Elizabeth Kolbert no livro "A sexta extinção - uma história não natural", publicado em 2015 no Brasil pela Editora Intrínseca. O livro foi vencedor do Prêmio Pulitzer de Não Ficção em 2015 (o Pulitzer é o prêmio de jornalismo mais importante dos Estados Unidos, destinado a trabalhos de destaque nas áreas do jornalismo, literatura e composição musical).

A sexta extinção - Elizabeth Kolbert

O livro é dividido em 13 capítulos que contam a história das últimas cinco grandes extinções em massa que aconteceram no planeta no passado e revelam indícios do sexto episódio que pode estar em curso. Esta sexta extinção é uma história não natural porque está sendo provocada pela espécie humana, em sua busca frenética por riqueza, poder e satisfação de vaidades e ambições. Um dos legados da humanidade neste Antropoceno é a extinção de centenas de espécies de fauna e flora, como Elizabeth apresenta neste livro que é uma verdadeira viagem no tempo e espaço do nosso planeta. Ao longo do trajeto, entendemos que a extinção é um fenômeno natural, o problema é que a humanidade está intensificando esse processo em milhares de vezes e tornando-a uma extinção em massa.

"Em tempos normais - conceito que deve ser entendido aqui como épocas geológicas inteiras -, é muito raro ocorrer uma extinção. Mais raro até do que as especiações e só ocorre dentro de um fenômeno que é conhecido como taxa de extinção de fundo. [Essa taxa é medida em extinções por milhão de espécies-anos, que refere à frequência com que uma espécie é extinta: espera-se que a cada 700 anos desapareça uma espécie de mamífero e a cada 1000 anos, uma de anfíbio.] (...) As extinções em massa são diferentes. [Elas disparam.] (...) calcula-se que a taxa de extinção do grupo [de anfíbios] pode ser até 45 mil vezes superior à taxa de fundo. (...) Estima-se que um terço de todos os recifes de corais, um terço de todos os moluscos de água doce, um terço dos tubarões e arraias, um quarto dos mamíferos, um quinto de todos os répteis e um sexto de todas as aves estão a caminho do desaparecimento."

Cada capítulo do livro é dedicado à história de uma espécie já extinta, como o arau-gigante (o "pinguim original" Pinguinus impennis) e o mastodonte-americano (Mammut americanum, que levou ao surgimento do conceito de extinção) ou que está em vias de ser, como a rã-dourada-do-panamá (Atelopus zeteki) ou o pequeno-morcego-marrom (Myotis lucifugus). Essas histórias servem como pano de fundo para Elizabeth traçar um panorama da própria história evolutiva do planeta Terra e da humanidade, explicando conceitos relacionados à extinção de espécies, geologia, biologia, geografia, problemas ambientais como mudanças climáticas, desmatamento e espécies invasoras, entre outros.

A lista de referências para uma grande reportagem dessa qualidade é longa: foram mais de 300 livros e artigos científicos consultados, além de entrevistas com profissionais especialistas. A jornalista também viajou a diversos lugares do mundo para acompanhar pesquisadores em campo a fim de encontrar vestígios do que se passou, ver de perto as ameaças à biodiversidade e conhecer estudos que estão sendo realizados para compreender as extinções em curso. A jornalista visitou habitat de espécies extintas ou ameaçadas, sítios arqueológicos, centros de pesquisas e museus na Alemanha, Austrália, Brasil (Amazônia), Escócia, Estados Unidos, França, Islândia, Itália, Panamá, Peru.

Para nos contar a história das extinções, ela apresenta dados das vidas e obras dos cientistas e pesquisadores que, nos últimos três séculos, descobriram o fenômeno da extinção e se dedicaram a entender suas causas e consequências. Com suas teorias, eles esclareceram questões relativas ao desenvolvimento e sumiço de espécies e às mudanças tanto lentas quanto repentinas (cronologicamente falando) na história da biodiversidade. Todas as teorias acabaram contribuindo para o que se sabe hoje sobre extinção, por mais que algumas tenham sido completamente contrárias umas às outras e seus proponentes, como George Cuvier e Charles Lyell, tenham sido fortes opositores.

Em 1739, ossos de um "suposto elefante americano" foram encontrado no vale do rio Ohio e enviados ao Cabinet du Roi, do rei Luís XV, o futuro Museu de História Natural de Paris. Em 1975, Cuvier começou a trabalhar no museu. Foi estudando aqueles ossos e comparado-os aos de outros espécimes que Cuvier primeiro se deparou com a ideia de que uma espécie pudesse se extinguir. Depois de estudar quatro espécies extintas e declarar que poderia haver outras, o cientista passou a defender "a existência de um mundo anterior ao nosso" e conseguiu estabelecer a extinção como um fato. Em 1801, um esqueleto completo do mastodonte-americano foi apresentado ao público e cinco ano depois Cuvier deu nome à espécie em um ensaio publicado em Paris.

Rebanho de mastodontes-americanos (Mammut americanum). Crédito: Charles R. Knight, 1897.

Apesar de entender que "a história da vida era longa, mutável e repleta de criaturas fantásticas que não existiam mais", Cuvier não acreditava no conceito de evolução, chamado de transformisme. Já seu colega no museu, Jean-Baptiste Lamarck, era defensor da ideia e opositor do entendimento de extinção defendido pelo outro cientista. Cuvier também disse que a Terra foi perturbada por "eventos terríveis" (catástrofes) e que muitas espécies deixaram de existir. Escreve Elizabeth que o naturalista estava "sinistramente correto" em alguns de seus estudos.

A extinção do mastodonte "foi parte de uma onda de desaparecimentos que se tornou conhecida como extinção da megafauna. Essa onda coincidiu com a propagação dos seres humanos modernos e, cada vez mais, é entendida como resultado dela. Nesse sentido, a crise que Cuvier identificou logo antes do limite da história registrada somos nós".
Outro opositor de Cuvier foi Charles Lyell, que refutava a visão da história da Terra daquele e defendia que a paisagem do planeta mudava muito lentamente, assim como as espécies, cuja extinção ocorreria num ritmo muito devagar. Curiosamente, os dois eram amigos e Lyell tinha permissão do outro para fazer moldes dos fósseis e levá-los para a Inglaterra, onde morava outro cientista defensor do conceito de evolução, Charles Darwin (futuro criador da própria teoria da evolução e seguidor de Lyell). Os dois cientistas, cada um na sua área de estudo (geologia e biologia) acreditavam que o presente era a chave para entender o passado.

A amizade seguiu até o ponto em que Lyell e Darwin também começaram a divergir, pois o primeiro não compreendia como uma espécie, ao longo de milhares de anos, poderia se transformar em outra. Com seus estudos sobre evolução das espécies, Darwin descobriu que surgimento e desaparecimento eram dois lados da mesma moeda: a extinção era causada pela seleção natural. Porém, Darwin também sabia do papel do ser humano no sumiço de espécies, pois ele mesmo presenciou isso durante sua viagem ao arquipélago de Galápagos a bordo do Beagle.

Em seu livro "A origem das espécies", Darwin observou que os animais se tornam raros antes de serem extintos: "Sabemos que esse tem sido o processo dos eventos com aqueles animais que foram exterminados, seja localmente ou no mundo todo, por meio da ação humana". Apesar de não ter percebido a gravidade dessa ação, com essa frase Darwin lançou luz sobre uma extinção em massa que está sendo provocada por nós, ao contrário das Cinco Grandes Extinções anteriores (que aconteceram nos períodos Ordoviciano, Devoniano, Permiano, Triássico e Cretáceo, entre 450 e 50 milhões de anos atrás, causadas por glaciação, aquecimento global, mudança na química dos oceanos, impacto de asteroide, entre outros). Ainda não se sabe se essa terá os mesmos impactos das anteriores, que dizimaram de 75% a 100% de várias espécies de micro-organismos, animais e plantas, mas ela já recebeu o nome de Sexta Extinção - segundo estudo publicado em 2017, cerca de um terço das 27 mil espécies analisadas teve declínio populacional e diminuição em distribuição geográfica e 40% dos mamíferos estudados tiveram encolhimento superior a 80%.

Desta vez, as causas recaem sobre nós. As ações humanas estão afetando as mais variadas espécies de flora e fauna, em todas as regiões planeta. Extinção não conhece fronteiras e se alastra pelos continentes e oceanos. Assim como também acontece com milhares de espécies, que são levadas de um lado a outro do globo em diversas atividades humanas e se tornam espécies exóticas invasoras aonde chegam, contribuindo para a perda da biodiversidade local. Por dia, estima-se que 10 mil espécies são transportadas de um lugar a outro no mundo na água dos tanques de lastro de navios, sem contar outras circunstâncias de deslocamento. As mudanças climáticas também figuram na lista de impactos da humanidade sobre outras espécies, especialmente nos oceanos. A caça, a pesca e o desmatamento são outras causas da extinção de espécies que estamos provocando.

Mas tem muitas pessoas na luta para preservar as espécies ameaçadas. Indo além dos dados trágicos e da história nefasta que se desenrola aos nossos olhos, a jornalista mostra várias iniciativas que estão tentando resgatar animais e plantas do caminho do sumiço. Elizabeth sabe contar histórias. Ela atua como um guia, nos levando por viagens no tempo e espaço com uma narrativa rica em detalhes, envolvente e didática, traduzindo a linguagem científica para o nosso entendimento. Como ela mesma diz no capítulo de agradecimento, uma jornalista precisa do auxílio de muitas pessoas para escrever um livro sobre extinção em massa. Ela agradece a cada um que a ajudou de alguma forma a conhecer toda a história contada no livro. É quase como uma metáfora perversa da própria extinção: um conjunto de ações humanas está fazendo com que que muitas espécies desapareçam do planeta. No outro lado da moeda, a colaboração também pode salvar milhares de espécies enquanto há tempo. Neste livro tão relevante, entendemos o quão fundamental e complexo é o equilíbrio da teia da vida.

Serviço
Título: A sexta extinção - uma história não natural
Título original: The sixth extinction - an unnatural history
Autora: Elizabeth Kolbert
Tradutor: Mauro Pinheiro
Editora: Intrínseca
Páginas: 336
Ano de lançamento: 2015
Onde conseguir: Estante Virtual (novos e usados), Skoob (para possível troca), Amazon, Livraria Cultura, Livrarias CuritibaSaraiva.
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Como foi o Coletivo Lixo Zero Blumenau 2018

Por Letícia Maria Klein Lobe •
14 junho 2018
Mais de 200 pessoas passaram pelo Coletivo Lixo Zero Blumenau, a quarta edição do evento realizado em nome do movimento Juventude Lixo Zero Blumenau. O evento foi realizado no dia 24 de junho, último domingo, das 9h às 14h30, em frente à praça do Teatro Carlos Gomes, e teve como objetivo a conscientização e sensibilização para a problemática dos resíduos sólidos, motivando as pessoas a refletirem sobre seus estilos de vida e a adotarem hábitos lixo zero.

Coletivo Lixo Zero Blumenau 2018
Coletivo Lixo Zero 2018. Fotógrafa: Eduarda Prawucki.

Tivemos oficina de compostagem e conversas sobre como ser lixo zero no dia a dia, com exposição de kits lixo zero: canudo reutilizável, guardanapo e saquinhos de pano, sacolas ecológicas, talheres e copo retrátil e coletor menstrual.

 Exposição de artigos para ser lixo zero no dia a dia. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Exposição de artigos para ser lixo zero no dia a dia. Fotógrafa: Eduarda Loregian.

Oficina de compostagem. Fotógrafa: Eduarda Prawucki.
Oficina de compostagem. Fotógrafa: Eduarda Prawucki.

Houve também recolhimento de resíduos perigosos, pela Reciclean: foram cerca de 110 lâmpadas, cerca de 20 eletroeletrônicos e componentes (aparelho de som, de dvd, tablet, celulares, fiações e telefones fixos) e 10 pilhas e baterias. Somente um galão de óleo de cozinha usado foi depositado no coletor da H2Óleo (tomara que seja um sinal de que as pessoas estão usando menos óleo de cozinha para fritar em casa).

Momento em que o funcionário da Reciclean está inserido uma lâmpada na máquina para separação dos elementos. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Momento em que o funcionário da Reciclean está inserido uma lâmpada na máquina para separação dos elementos. Fotógrafa: Eduarda Loregian.

A feira de trocas teve somente uma troca, infelizmente. Mas a lojinha lixo zero foi um sucesso! Todos os parceiros conseguiram divulgar seus serviços e vender seus produtos. Tivemos fraldas de pano (por Paula Reck); absorventes e fraldas geriátricas de pano, entre outros (por Útero de pano); produtos de higiene e limpeza naturais (por Espaço Pedra Flor); mudas de plantas, produtos de higiene e limpeza e roupas usadas (por Ipevi); brechó de roupas usadas (por Babilônia Brechó), sacolas e bolsas de algodão (por Passion Fruit).

Plantas, roupas, produtos de higiene naturais e muito mais pelo Ipevi (Instituto de Permacultura do Vale do Itajaí). Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Plantas, roupas, produtos de higiene naturais e muito mais pelo Ipevi (Instituto de Permacultura do Vale do Itajaí). Fotógrafa: Eduarda Loregian.

Babilônia Brechó. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Babilônia Brechó. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Bolsas e sacolas 100% algodão. Fotógrafa: Eduarda Prawucki.
Bolsas e sacolas 100% algodão. Fotógrafa: Eduarda Prawucki.

Fraldas de pano, fraldas geriátricas de pano, bandanas e outros. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Fraldas de pano, fraldas geriátricas de pano, bandanas e outros. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Produtos de higiene e limpeza naturais. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Produtos de higiene e limpeza naturais. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
O Ipevi também levou o banco de sementes crioulas para troca (recebi mudas de bertália coração e ora-pro-nóbis e provei uma banana de São Tomé, que é roxa). Fizemos ainda distribuição de mudas, adubo e fertilizante (cedidas pela Faema e pelo Hotel Sesc). As crianças se divertiram muito com os brinquedos e jogos feitos com materiais reutilizados feitos pela Ekocrie - Educação Ambiental, o espaço estava sempre cheio!

Banco de sementes do Ipevi. Fotógrafa: Eduarda Prawucki.
Banco de sementes do Ipevi. Fotógrafa: Eduarda Prawucki.

Jogos e brinquedos de materiais recicláveis. Fotógrafa: Eduarda Prawucki.
Jogos e brinquedos de materiais recicláveis. Fotógrafa: Eduarda Prawucki.
Jogos e brinquedos de materiais recicláveis. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Jogos e brinquedos de materiais recicláveis. Fotógrafa: Eduarda Loregian.

Jogos e brinquedos de materiais recicláveis. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Jogos e brinquedos de materiais recicláveis. Fotógrafa: Eduarda Loregian.

Além disso, foram distribuídos quase cem kits de mudas de árvores, adubo e biofertilizante (doados pela Faema e Hotel Sesc). O Rotary Club de Blumenau Fritz Müller esteve presente também com o projeto Carbono Zero e o cálculo da pegada de carbono realizado na hora para quem tivesse interesse em medir (e compensar por meio do plantio de mudas).

Doação de mudas, adubo e fertilizante. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Doação de mudas, adubo e fertilizante. Fotógrafa: Eduarda Loregian.
Cálculo da pegada de carbono. Fotógrafa: Eduarda Prawucki.
Cálculo da pegada de carbono. Fotógrafa: Eduarda Prawucki.
As artes e a cobertura do evento no dia foram feitas pela UniSociesc.

Arte Coletivo Lixo Zero Blumenau 2018

A realização deste evento foi possível graças a parceria das seguintes empresas ou instituições:

Parceiros do Coletivo Lixo Zero Blumenau 2018
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Agradecimentos aos parceiros do Coletivo Lixo Zero Blumenau 2018
Mais informações e fotos na página do evento Coletivo Lixo Zero Blumenau 2018 no Facebook.





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Impactos e perspectivas ambientais da greve dos caminhoneiros

Por Letícia Maria Klein Lobe •
28 maio 2018
Mais de 64 milhões de aves sacrificadas, morte de pelo menos 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos nos próximos cinco dias por falta de alimentação adequada, prejuízo de bilhões de reais nos mais diversos setores da economia, descarte de mais de 300 milhões de litros de leite, diminuição da frota do transporte coletivo, falta de combustíveis nos postos, escolas e universidades fechadas, aumento do preço de diversos alimentos frescos, voos cancelados, hospitais defasados de medicamentos, comida e dos seus próprios profissionais, que têm dificuldade de acesso. Tudo isso e ainda mais que pode vir a acontecer é resultado da greve dos caminhoneiros, que começou no dia 21 de maio.

Protestos na BR-470, em SC
Foto: PMSC/Divulgação
Os impactos socioambientais são grandes e muitos. Um deles é a morte de uma quantidade tão grande de animais. Muitos estão sendo enterrados porque não tem caminhão para retirá-los, mas a decomposição de tantos seres no mesmo espaço pode poluir o lençol freático, e por consequência rios e lagos, sendo potencialmente prejudicial à saúde pública. Por falar em saúde, os hospitais também estão sofrendo com a falta de recolhimento de resíduos sólidos. Se continuar, a coleta de resíduos nas cidades também ficará prejudicada e as montanhas de lixo se transformarão em focos de vetores transmissores de doenças.

O comércio e a indústria estão sendo diretamente afetados, eventos estão sendo cancelados ou tem pouco público, pessoas estão correndo o risco de ficarem sem tratamento nos hospitais, toneladas de alimento e outros recursos estão sendo desperdiçados, causando um grande problema socioambiental em termos de geração de lixo, perda de matéria-prima, poluição e gastos de dinheiro. Até o abastecimento de água fica comprometido, pois podem faltar os produtos químicos necessários ao processo de limpeza nas estações de tratamento de água.

Os caminhoneiros têm seus motivos para protestar e todos têm direito de se manifestar contra o que lhes prejudicam. Porém, quando essa manifestação sobrepõem o direito de outras pessoas de atender a suas necessidades ou quando fere os diretos básicos de cada cidadão, o ato continua legítimo? É ético submeter milhões de pessoas e outros seres vivos ao sofrimento, causando caos? Tem um ditado que diz que o escândalo é necessário, mas ai daquele que o provocar. Esse escândalo está muito grave, mas como tudo na vida tem seu lado positivo e negativo, a greve dos caminhoneiros tem nos mostrado que precisamos de reformas urgentes e grandes no país.

Sofremos com a alta carga tributária e seu mau uso pelo poder público em vários momentos. O problema não é só o diesel. Porém, reduzir custos de um lado e compensar do outro, como prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal através do aumento de outros tributos, não vai à raiz da questão. Sempre tem alguém que paga a conta, nada sai de graça para ninguém. Isso se chama externalização de custos. Existe uma ideia de que o governo pode arcar com as contas, pode bancar os mais variados gastos, assim nós não precisamos pagar. Só que isso é uma falácia. Quem alimenta a máquina pública, afinal, somos nós, cada um dos cidadãos do país. 

Quanto mais tempo a greve dura, mais evidente é a necessidade de repensar e reestruturar o sistema de transporte de cargas no país, privilegiando ferrovias, hidrovias e combustíveis renováveis, que não tenham origem no petróleo. É fundamental diminuir a dependência da sociedade em combustíveis fósseis, que não se renovam e cujo processo de extração deve ficar cada vez mais caro. Dar subsídios ao diesel só prolonga um problema que precisa ser solucionado logo, com tecnologias limpas e inovação em sustentabilidade. Além disso, a situação da maioria das estradas no país, pelas quais passam os caminhoneiros dia após dia, são deploráveis. Como mostrou essa reportagem, o uso de caminhões para transporte de cargas no Brasil é caro, ineficiente e perigoso.

Com a falta de combustíveis para carros de passeio, o número de bicicletas aumentou nas ruas aqui de Blumenau. A quantidade de pessoas no transporte coletivo também. O investimento em mobilidade urbana sustentável é uma das ferramentas da cidade carbono zero e traz vários benefícios, como economia de dinheiro (em comparação a ter o carro próprio), redução da emissão de poluentes, rapidez no trânsito e exercício físico (no caso da bicicleta). Cidades do futuro também serão mais eficientes em termos de geração de energia limpa e estrutura completa de saúde, educação, produção e entretenimento num raio de curtas distâncias.

Que esse cenário de crise que se vive hoje no Brasil, típico de filme futurista, seja muito mais um convite às mudanças rumo ao planeta sustentável que precisamos do que um prenúncio de uma realidade distópica.

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Como economizar água em casa com dicas simples

Por Letícia Maria Klein Lobe •
20 maio 2018
A água para consumo humano está dividida em três grandes usos: agropecuária, indústria e abastecimento. O primeiro usa cerca de 70% da água doce captada, o segundo 20% e só 10% são utilizados nas casas e comércios, segundo relatório de 2018 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil mostrou que o consumo de água para irrigação e abastecimento animal somou 78,3% em 2017, ficando a indústria com uso de 9,5% e abastecimentos urbano e rural com 10,2%.

A ONU diz que uma pessoa precisa de cerca de 110 litros de água por dia para suprir as necessidades de consumo e higiene, mas no Brasil esse número pode até dobrar. Dentro da parcela que nos cabe como cidadãos, tem várias dicas que podemos seguir para usar menos água em casa. Dessa forma, economizamos dinheiro e contribuímos para a conservação de um dos bens mais preciosos do planeta.



Chuveiros

O ideal é levar até, no máximo, 10 minutos para tomar banho. Uma ducha de 15 minutos, com o registro meio aberto, consome 135 litros de água, segundo a Sabesp, empresa concessionária dos serviços públicos de saneamento básico no estado de São Paulo (no site da empresa, é possível calcular o consumo de água de uma casa ou apartamento). Uma ducha de 5 minutos economiza 90 litros, se você fechar o registro ao se ensaboar. É o equivalente a 360 copos de água com 250 ml. Um banho de chuveiro elétrico (que, aliás, é um grande consumidor de eletricidade) por 15 minutos representa 45 litros de água. Se o tempo cai para um terço, o uso é de somente 15 litros.

Outra forma de economizar água do chuveiro é acumulá-la em um balde para usar depois. Quando se tem sistema de aquecimento a gás ou energia solar, a água quente pode demorar até um minuto para chegar. Enquanto isso, a água fria pode ser armazenada num balde para ser usada na descarga, por exemplo.

Torneiras

Uma torneira gotejando pode enviar até 46 litros de água pelo ralo em um dia, diz a Sabesp. Escovar os dentes por 5 minutos com a torneira meio aberta manda embora 12 litros. Abrir a torneira para molhar a escova e enxaguar a boca no fim consome somente 500ml, uma economia de 96%. Para lavar o rosto, a dica é ser rápido mesmo. Ou então, fechar o ralo da pia e encher um pouco, o que também vale para a hora de se barbear. Assim, o consumo fica entre dois e três litros.

Descarga

O vaso sanitário pode consumir até 12 litros de água quando a válvula é acionada por seis segundos, conforme a Sabesp. Quando está com defeito, o gasto pode chegar a 30 litros! A melhor forma de economizar nesse caso é instalar um vaso sanitário que consome seis litros por descarga ou vasos sanitários com caixas acopladas que usam entre três e seis litros por descarga. Melhor ainda é poder escolher não usar água nenhuma. Isso é possível com o banheiro seco, que pode ser construído em casas e permite a compostagem dos dejetos. Neste vídeo eu mostrei como funciona o banheiro seco da Schumacher College.

Lavação de louça

Numa casa, se a torneira fica meio aberta por 15 minutos, lá se vão 117 litros de água, segundo a Sabesp. Se for em apartamento, o gasto aumenta para 243 litros, devido à alta pressão. Por isso, o ideal é molhar a louça rapidamente, fechar a torneira, ensaboar tudo e depois enxaguar; dessa forma o consumo chega a 20 litros. Outra dica bacana para economizar água na hora de lavar a louça é encher uma bacia com água, ou a própria pia, então molhar e ensaboar a louça e por fim enxaguá-la numa outra bacia.

O que também economiza água é usar a máquina de lavar louça. As máquinas atuais são mais eficientes no uso da água e da energia, consumindo cerca de oito litros por ciclo, podendo chegar a 18 dependendo da marca e modelo, para lavar até 60 utensílios. O uso de água quente e sabão mais concentrado faz com que a máquina acabe precisando de menos água do que a lavagem manual.

Lavação de superfícies e veículos

Pisos e paredes podem ser lavados com aquela água frita do chuveiro que foi acumulada num balde. Aliás, balde e pano são as melhores ferramentas na hora de lavar superfícies ou veículos, como carro e bicicleta. Conforme a Sabesp, uma mangueira solta 279 litros de água em 15 minutos. Quem tem sistema de captação de água da chuva, pode usá-la para esta finalidade.

Alimentação

A água que consumimos indiretamente é muito maior do que o volume que usamos para limpeza, higiene e hidratação. Não a vemos, mas ela está incorporada no processo produtivo de produtos e alimentos que consumimos. Por isso é chamada de água virtual. O pesquisador holandês Arjen Hoekstra diz que o Brasil é o quinto maior exportador de água virtual do mundo. A agropecuária no país é responsável pela exportação indireta de 112 trilhões de litros de água doce por ano, cerca de 45 milhões de piscinas olímpicas, segundo a Unesco.

A água virtual também entra na conta da pegada hídrica, uma medida que representa o volume total de água doce utilizado para produzir os bens e serviços que se consome, direta e indiretamente (você pode calcular a sua pegada hídrica no site da Water Footprint Network). Assim, uma ótima forma de economizar água é consumir de forma consciente, diminuindo a compra de alimentos e objetos que precisam de grandes quantidades de água. Para se fazer um quilo de carne bovina, por exemplo, são necessários mais de 17 mil litros de água!

Fonte: infográfico do Planeta Sustentável com dados da Sabesp
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