Mantra da teia da vida - Cuidar de si, cuidar do outro, cuidar do meio

Por Letícia Maria Klein Lobe •
27 junho 2017
Você já ouviu falar em teia da vida? É ela que rege a vida no planeta e no universo, conectando todos os seres vivos e elementos da natureza, como água, solo, atmosfera, minerais e corpos celestes como o Sol e a Lua. Estamos todos inseridos na teia da vida e dependemos desta rede de relações interdependentes em todos os momentos da nossa existência, do instante em que acordamos até acordar novamente no dia seguinte. Os gregos antigos já tinham esta visão, usando o conceito de physis para indicar as relações entre todas as coisas, vivas ou não.



Estamos tão embrenhados nesta teia de vida que não vivemos um mísero segundo fora dela. A começar por nós mesmos, que abrigamos uma colônia de trilhões de bactérias e outros microrganismos que nos ajudam nos processos fisiológicos que acontecem no nosso corpo. Porém, vivemos tão agitados, como se no piloto automático, que acabamos não percebendo as relações fundamentais. Por isso é tão importante cuidar do meu corpo, praticar exercícios, ter uma alimentação saudável, trabalhar com o que me satisfaz e dedicar um tempo diário ou semanal para me conhecer e me conectar comigo mesmo.

Os meus relacionamentos com os outros e com o ambiente onde vivo são um reflexo da minha relação comigo mesmo. Quanto melhor a minha relação comigo, melhor serão as minhas relações com os outros seres vivos e não vivos e melhor serão minhas atitudes, pois passo a desenvolver mais consciência de mim, do outro e do meio e de todas as inter-relações e interdependências que nos conectam. Práticas como a meditação, ioga e caminhada, entre outras, me permitem momentos de reflexão e autoconhecimento para uma vida com mais significado e propósito.



Quanto mais eu me conheço, mais entendo sobre meus desejos e necessidades, conseguindo identificar o que de fato eu preciso e o que é supérfluo, desde sentimentos, sensações, experiências e objetivos a coisas e bens materiais. Este conhecimento me torna um consumidor consciente e se reflete numa relação muito mais harmônica e equilibrada num planeta de proporções e bens naturais finitos, não renováveis em escala humana. A Terra consegue satisfazer a necessidade de todos os seres vivos, mas não a ambição e o orgulho de todos os seres humanos.

O consumo consciente diz respeito à maneira como eu uso meu tempo, minha energia, roupas, como eu me alimento, o que e como eu compro, como eu descarto os resíduos sólidos, entre tantas outras questões. A lógica minimalista de que menos é mais, neste contexto, se traduz em menos consumo de objetos materiais, de água, de eletricidade, de embalagens, menos geração de lixo, mais compostagem e reutilização, mais uso de transporte público ou bicicleta, mais consciência na alimentação, mais respeito e empatia a outros seres vivos e elementos da natureza, mais consciência ecológica, mais educação planetária.

Por viver numa teia da vida, é como se eu fosse um nó. Cada ação e atitude que tenho no meu dia a dia têm repercussões pelos fios invisíveis desta rede universal, de pequenas a grandes, locais a globais. Assim, sou as mudanças que quero ver no mundo.
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