"Plante uma Árvore" na Serra do Gandarela e ajude a proteger esse santuário ecológico

Por Letícia Maria Klein •
28 julho 2015

"Plante uma Árvore" é uma campanha do Coletivo Cirandar e da Floricultura Ikebana Flores para reflorestar a Serra da Gandarela, segunda maior área contínua de Mata Atlântica no estado de Minas Gerais, que está em perigo devido ao monopólio da mineração. O Sustenta Ações abraça esta campanha e incentiva todos aqueles que quiserem ajudar este projeto de reflorestamento! Toda publicação sobre a campanha resulta em uma muda nativa plantada pela própria floricultura em um local devastado pela mineração na região. 




A Serra do Gandarela está localizada entre a Serra do Caraça e a Serra da Piedade, nos municípios de Barão de Cocais, Caeté, Santa Bárbara, Rio Acima, Raposos e Itabirito. A atividade de mineração degrada os ecossistemas naturais de Mata Atlântica, incluindo seu amplo manancial, que abrange as Bacias Hidrográficas Rios Doce/Piracicaba e São Francisco/Rio das Velhas. O projeto existe desde novembro de 2012 já teve a adesão de 300 parceiros. A campanha entrou na 4ª fase de plantio, totalizando 307 mudas nativas plantadas ao todo na região. É possível acompanhar o mapeamento das áreas de plantio neste link.




Este é um guest post, com informações e fotos cedidas por Thais Alessandra, do Coletivo Cirandar. 
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Embalagem sustentável da Lush

Por Letícia Maria Klein •
21 julho 2015

No último post do blog eu falei sobre os produtos sustentáveis e lixo zero que estou usando e comentei sobre a embalagem em que vieram os produtos da Lush, pois foi uma compra on-line (só tem loja em São Paulo, por enquanto). Eu enviei uma mensagem para eles com algumas sugestões de melhoria e no dia seguinte já recebi uma resposta. Que me deixou bem feliz, a propósito! Gostei tanto que enviei outro e-mail para eles sugerindo que estas informações sejam disponibilizadas no site para sanar as dúvidas de outros consumidores que, assim como eu, tem preocupações ambientais em relação aos produtos. 

Quando encomendei meus produtos (shampoo sólido e sabonete em barra), que vieram em uma caixa de papelão, cada um veio embalado num plástico com adesivos e protegidos por "cheetos" de isopor. Na mensagem para a empresa, eu disse que os adesivos colados no plástico inviabilizam a reciclagem deste, pois adesivos não são recicláveis e sugeri a produção de etiquetas de informação em papel simples, sem ser adesivo, que poderiam ser reutilizadas ou recicladas. Até sugeri abolir as etiquetas de informação físicas, enviando-as apenas por e-mail. 


Quanto à embalagem de plástico, minha sugestão foi trocar para um material de pano ou um saquinho de ráfia, que poderiam ser reutilizados. Quanto ao amortecimento de isopor, os tais "cheetos", disse que eles poderiam ser substituídos por plástico-bolha, que são mais facilmente reutilizáveis, até porque o isopor, apesar de ser reciclável, apresenta baixa taxa de reciclabilidade no Brasil devido ao processo caro e complexo, por isso são poucas as empresas que fazem.

Olha que linda a resposta da empresa!
Agradecemos a sua preocupação com o meio ambiente e nas sugestões para melhorar nossos processos. Os saquinhos plásticos são na realidade feitos de celulose, sendo então compostáveis, o mesmo que os nossos "cheetos" colocados junto aos produtos, que são feitos com material de milho ou batata e são compostáveis também. Quanto aos adesivos, por uma regulamentação da Anvisa é obrigatório que as informações do produto sejam coladas na embalagem do produto, garantindo que elas não se percam no caminho e não haja nenhuma confusão de entendimento do consumidor, por isso elas não podem ir soltas na caixa em um papel, como é feito em tantos outros mercados da Lush, que inclusive enviam os produtos pelados nas caixas do e-commerce. (grifo nosso).
Muito legal, né! Que bom que eu guardei os verdinhos! Pensei que poderia reutilizar de alguma forma e agora posso compostar. A compostagem aqui descrita é a seca, pois os "cheetos" e o plástico não são restos de alimentos e podem prejudicar as minhocas. Quanto à regulamentação da Anvisa, não há nada o que fazer, por enquanto. Um dia ainda farei um post sobre estas regulamentações do órgão que têm um impacto negativo gigante sobre o ambiente. Precisamos prezar pela higiene e saneamento, claro, mas é preciso bom senso para não minimizar um problema criando outro problemaEnquanto isso, empresas que buscam alternativas sustentáveis vão ganhando mais espaço e público, incentivando outras com seu exemplo. 
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Higiene pessoal sustentável e lixo zero

Por Letícia Maria Klein •
08 julho 2015

Em minha jornada rumo a uma vida sustentável e lixo zero, deparei com a necessidade de mudar hábitos e produtos que eu consumo. Nada radical, como os meios de comunicação adoram proclamar, mas pequenas atitudes que, no fim, fazem muita diferença ao meio ambiente, ao meu bolso e à minha consciência, afinal estou seguindo meus princípios. Uma das mudanças foi em relação à higiene pessoal. É tanto plástico, tanta embalagem e tanta química que eu resolvi partir para alternativas mais naturais e menos impactantes. Agora a pasta de dente sou eu mesma que faço! 



Dicas e vídeos na internet ensinando a fazer os próprios produtos de higiene ou indicando marcas socioambientalmente responsáveis é o que não falta. A nova-iorquina Lauren Singer compartilha no seu blog e canal do youtube Trash Is For Tossers seu estilo de vida lixo zero e mostra receitas de vários produtos de higiene, beleza e limpeza caseiros. A florianopolitana Cristal Muniz também dá várias dicas e receitas em seu blog Um Ano Sem Lixo

É nelas que eu me inspiro e já adaptei isto aqui na minha rotina: passei a usar desodorante em barra e shampoo sólido (sem embalagem, uhul!), pasta de dente caseira (super fácil de fazer) e coletor menstrual (adeus absorventes descartáveis!). Como fazer, onde encontrar, quais as vantagens? Vamos à salvação!

Shampoo sólido e desodorante em barra

Eu comprei estes dois na Lush, empresa britânica presente em muitos países, que faz cosméticos artesanais à mão, não testados em animais, vegetarianos e com o mínimo de embalagem (apenas um papel envoltório quando se compra na loja física. Como comprei online, pois há lojas apenas em São Paulo, os produtos vieram embalados em plásticos e protegidos por “minhoquinhas” de isopor dentro da caixa de papelão, mas já enviei algumas sugestões alternativas mais sustentáveis – quando responderem, posto aqui). 


Os produtos são feitos principalmente com óleos essenciais e alguns produtos sintéticos seguros, todos fornecidos por empresas que também não fazem testes em animais. Os cosméticos duram muito tempo. Ainda estou no começo do shampoo e do desodorante, então não sei na prática, mas eu li que a média de tempo é de seis meses! O preço unitário do shampoo sólido é um pouco acima da média das opções líquidas no mercado (paguei R$ 42), mas dura pelo menos três vezes mais, então compensa muito no fim do ano. 

A mesma coisa com o desodorante, que funciona super bem (paguei R$ 36)! Como é barra, é só esfregar na pele. Descobri que o bicarbonato de sódio também funciona como desodorante (nunca vi produto com tantas utilidades!), então estou intercalando com o de barra. É só pegar o pó e passar na axila. Prático e barato. 

Pasta de dente



Vi esta receita no canal da Lauren e fui rapidinho fazer. Precisa de óleo de coco, bicarbonato de sódio (olha ele aí de novo) e óleo essencial orgânico (daqueles usados para aromaterapia). É só colocar duas colheres de sopa de óleo de coco, uma colher de sopa de bicarbonato e de 10 a 15 gotas de óleo essencial. É só mexer e está pronto, em menos de cinco minutos. 

Como a consistência do óleo de coco varia conforme a temperatura ambiente, às vezes você pode precisar colocar na geladeira ou deixar num potinho com água morna. Eu uso todo dia há mais de quatro meses e funciona igual a qualquer outra pasta de dente que vem numa embalagem de plástico e com trocentos químicos dentro, que acabam sujando a água e não fazendo bem para o corpo. O óleo de coco é biodegradável e para limpar a pia basta usar sabão de coco. 

Coletor menstrual

É um copinho de silicone que coleta, como diz o nome, o sangue da menstruação. Melhor de tudo? Não é descartável! Quando bem cuidado, seguindo as instruções do manual (que são muito simples, a propósito), dura de cinco a dez anos! Uma mulher utiliza em média 17 mil absorventes durante a vida, como mostra esta matéria com entrevista da Cristal, os quais demoram 100 anos para se degradar. Olha só o impacto positivo que nós mulheres podemos promover ao trocar os absorventes descartáveis por um coletor!



Eu pesquisei bastante antes de comprar e estou totalmente convencida de que o coletor é muito melhor do que qualquer absorvente descartável. Até porque já usei e aprovei. Olha só as vantagens:
- Durável, não gera resíduos.
- Fácil e rápido de colocar e remover (o coletor é usado internamente), depois que você pega o jeito e acha a melhor posição.
- Não dá cheiro nenhum, como acontece com os absorventes externos descartáveis, pois o sangue não entra em contato com o ar.
- É higiênico pelo mesmo motivo de cima.
- Pode ficar até 12 horas no corpo, sendo retirado de duas a três vezes por dia.
- Fácil de cuidar: é só lavar com sabão neutro glicerinado cada vez que retirar/inserir e ferver por cinco minutos ao fim de cada ciclo. O conteúdo coletado você despeja no vaso.
- Liberdade, amada liberdade, nem parece que você está naqueles dias.
- Não dá para senti-lo lá dentro, quando bem encaixado.
- Não vasa.
- Só o fato de não ter aquele volume do absorvente no meio das pernas já vale!


Ainda não te convenci? Vou dar mais um empurrãozinho com este vídeo da JoutJout:


Procurei em várias farmácias aqui em Blumenau e não encontrei. O negócio é comprar on-line mesmo. Estão são as marcas no mercado:
- Holy Cup, R$77
- Inciclo, R$79 
- Meluna, R$75 
- Mooncup, R$150 

Importante ressaltar

Eu ainda tenho alguns produtos de higiene aqui em casa dos outros modelos tradicionais do mercado e vou usá-los até acabar. Mas vou trocando aos poucos até estar cercada apenas por produtos sustentáveis e lixo zero. Quando acabar meu condicionar líquido, por exemplo, vou adquirir o sólido. Estas opções mais naturais e sustentáveis ainda assim produzem resíduos, porém isto é muito diferente de produzir lixo.

Por lixo entende-se a mistura de resíduos recicláveis e orgânicos que, quando juntos, inviabilizam o reaproveitamento ou reuso devido à contaminação de um pelo outro. O conceito lixo zero prevê sim a redução da produção de resíduos, claro, mas também diz que os resíduos produzidos em nossas atividades, no dia a dia, sejam encaminhados para seus destinos corretos. Que os materiais recicláveis sejam encaminhados para a reciclagem ou reutilização e os restos de alimentos sejam transformados em adubo nas composteiras, o que gera renda para famílias, gira a economia e preserva o nosso planeta. 

Fazendo minha própria pasta de dente, por exemplo, sobram os potinhos de vidro dos óleos e o saquinho ou tubinho do bicarbonato. Porém, todos estes possuem alto potencial de reciclagem ou reuso, enquanto que o tubo da pasta de dente nem sempre vai para as empresas recicladoras. Sem falar nos químicos, que vem aos montes nos produtos de higiene, limpeza e beleza que encontramos nos mercados, os quais contaminam corpos d’água e são prejudiciais à saúde. 

Agora é a sua vez! Compartilhe aqui embaixo nos comentários as suas práticas sustentáveis, se gostou das dicas deste post, que hábitos pretende rever na sua rotina e o tudo o mais que quiser partilhar. ;)
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