Desenhos de Pawel Kuczynski que refletem realidades

Por Letícia Maria Klein •
10 outubro 2013
É incrível como uma imagem tem o poder de dizer coisas que um texto, por maior e melhor que seja, talvez não consiga. Por meio de pintura, desenho ou fotografia é possível contar diversas coisas de uma só vez ou uma coisa de diversas formas. Ela pode nos fazer chorar, rir, sorrir, falar, calar, refletir. As ilustrações de Pawel Kuczynski conseguem fazer isso. Com temas como sociedade, economia, política e ambiente, o artista polonês não te deixa indiferente. Os desenhos dele podem te provocar, inquietar, abalar, preocupar, comover. O maior propósito, eu diria, é querer fazer você mudar

Ao mostrar comportamentos humanos e as consequências deles à sociedade e ao planeta Terra, Pawel alerta para os problemas que enfrentamos e os males que causamos à natureza e a nós mesmos, propondo reflexões sobre o que podemos fazer para mudar os cenários tão negativos que estão a nossa volta. O site espanhol EcoSiglos publicou 40 ilustrações dele e eu escolhi algumas que mais chamaram minha atenção. Abaixo de cada uma fiz um comentário sobre a mensagem que elas me passaram. 


Consumismo é a primeira palavra que me vêm à mente quando olho para essa imagem. O consumo desenfreado e desmedido, que gera toneladas de desperdício e lixo ao nosso planeta. Como não vemos para onde vai o lixo que produzimos, é fácil não pensar ele e no grande problema que ele gera. As montanhas de lixo, que infelizmente tem muito material que poderia ter sido reciclado ou reutilizado, são bem perturbadoras. Conto mais sobre isso neste relato que fiz sobre o roteiro dos resíduos em Blumenau.


Degelo, e com ele, o fim de algumas espécies que vivem nos polos da Terra, entre elas pinguins e ursos polares. É o que o aquecimento global provoca e ele está sendo intensificado em ritmo alucinante pela humanidade. Falando nisso, o IPCC lançou em setembro o quinto relatório sobre as mudanças do clima. As consequências são várias e para todos, inclusive os humanos. Situação crítica mesmo está para os animais que dependem do gelo e os que vivem no mar, que está esquentando. 


Depois que enegreceu, não adianta querer reverter a situação. Tapar o sol com a peneira não resolve nada, pelo contrário. É muito mais simples e barato prevenir do que remediar, evitar o problema a ter que inventar soluções pra ele depois. Reduzir as emissões de gases do efeito estufa é uma necessidade pra ontem. Estamos poluindo nossa casa. A gente pode até não sentir muito os efeitos do aquecimento global agora, mas as próximas gerações vão sentir, e muito. 


Essa é mais social, mas quis colocar aqui porque achei impactante e porque, afinal, tudo está interligado. Não dá pra falar de ambiental sem falar de social, nem de política sem economia, e assim vai. Acho que o mais expressivo aqui é a questão de guerras e desavenças. Plantamos discórdia no lugar da paz. Ao invés de cultivar alegrias, cultivamos ódio e um monte de sentimentos ruins, e depois que a guerra começou, fica bem mais difícil fazer a paz. Também vejo a questão da fome. Investimentos para acabar com a fome no mundo dão lugar a investimentos no setor bélico. 


O que é brincadeira para algumas crianças, é questão de sobrevivência para outras. Aqui a fome, considerado pela ONU o maior problema solucionável da atualidade, é o tema principal e foi retratado com muita propriedade, o que causa bastante tristeza. Enquanto poucos têm muito, muitos têm pouco e a distância entre ricos e pobres parece só aumentar. 


A Terra virou uma panela de pressão. Está bastante relacionado ao aquecimento global, mas acho que também reflete a pressão existente em todos os setores da sociedade. Pressão para acabar com a desigualdade, a fome, a insegurança, a corrupção, a violência. Reparou que a tampa está pregada à panela? Existe um limite e ele está cada vez mais próximo. Mais cedo ou mais tarde, a panela vai explodir. Só que não estamos falando de uma simples panela. 


Estamos drenando os bens naturais, nos apropriando do que a Terra oferece a todos os seres vivos sem dar tempo dela repor. Os animais também sofrem, servindo muitas vezes a propósitos egoístas e mesquinhos de pessoas e corporações. 


Uma das que mais mexeu comigo. O tempo da Terra e de seus habitantes está contando. O que nós estamos fazendo com o nosso tempo? Que atitudes estamos tendo para tornar nosso planeta um lugar melhor, mais bonito e sustentável? Estamos fazendo nosso melhor? É preciso agir enquanto há tempo. E, como cantava Cazuza, o tempo não para. 

Agora é a sua vez. O que achou das ilustrações? O que elas te dizem? Não deixe de comentar. Estou curiosa pra saber sua opinião! 

1 comentários:

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