Viajar de trem é uma delícia! No último fim de semana eu realizei a vontade que tinha há anos de fazer o
passeio de trem até Morretes, saindo de
Curitiba. Fomos eu, meu marido e um casal de amigos muito querido. No dia seguinte, conhecemos os arenitos no
Parque Estadual de Vila Velha, um sítio geológico localizado em Ponta Grossa. O tempo estava perfeito nesses dias, com temperatura agradável, o que deixou o passeio ainda melhor.
Passeio de trem
O trem da
Serra do Mar Paranaense parte às 8h30 da manhã (no nosso caso, uma hora depois, devido a um problema técnico com algum trem de carga na linha), chegando em
Morretes após quatro horas de viagem pela
Ferrovia Paranaguá-Curitiba. A velocidade máxima é de 40 km/h, então dá para curtir muito a paisagem. A linha férrea começou a operar em 1885 e foi construída
sem mão de obra de escrava, numa época em que a escravatura ainda existia no Brasil. Outra inovação foi o uso da pólvora negra para abrir alguns pontos no caminho.
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Represa Caiguava |
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Trecho de campo
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O trajeto é lindíssimo, passando por campos, vales e montanhas a partir da cidade de Pinhais. Alguns dos 34 pontos pelos quais passamos são o Túnel Roça Nova (em linha reta dentro da montanha, permitindo ver a entrada e a saída), o Rio Ipiranga, a Represa Caiguava e o Reservatório Marumbi (que registram a triste situação atual da falta de água no Paraná), o Canyon do Ipiranga, Garganta do Diabo, a Ponte São João e o Viaduto do Carvalho (a paisagem mais famosa, quando a linha férrea passa rente ao precipício).
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Vista depois do Viaduto do Carvalho |
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Garganta do Diabo |
Almoçamos em Morretes, com direito à sobremesa de sorvete artesanal de-li-ci-o-so (100% banana, marca registrada do município), continuamos a viagem com o ônibus de turismo até a cidade portuária de Antonina e retornamos para a capital, numa viagem de uma hora e meia. Existe a opção de voltar de trem também, e tem vagões diferentes, do básico ao luxuoso. Por causa da pandemia, os vagões estavam operando com metade da capacidade, o que nos permitiu passar de uma janela à outra para ver os pontos nos dois lados do trem. Em uma situação normal, com capacidade total, recomendo sentar no lado esquerdo do trem, se puder escolher, que é o que tem a vista do Viaduto do Carvalho.
Parque Vila Velha
Visitamos o Parque Estadual de Vila Velha no dia seguinte. Levamos uma hora e quinze até lá, partindo de Curitiba, e o passeio dentro da unidade de conservação dura três horas e meia. Hoje o parque é administrado pela iniciativa privada e está com obras em andamento para novas atrações. Com mais de três mil hectares, é o primeiro Parque Estadual do Paraná, criado em 1953. Em 1966, foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Estadual.
São três passeios que podemos fazer dentro do parque neste momento: Arenitos, Furnas e Lagoa Dourada. Tem ônibus que levam as pessoas até esses pontos, onde cada um faz o trajeto no seu ritmo. O caminho é autoguiado, com placas explicativas.
Visitamos primeiramente os arenitos, que têm 300 milhões de anos. Eles são formações de areia compactada esculpidas pela ação da chuva, do sol, das mudanças de temperatura e de atividades orgânicas. Alguns dos arenitos têm formas que nos parecem familiares, como leão, camelo, gato, proa de navio e taça (a mais famosa). Depois que passamos os muitos arenitos, que têm entre 20 e 30 metros de altura, caminhamos por um quilômetro dentro de um bosque.
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Arenito com formato de camelo |
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Arenito com formato de leão |
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Arenito com formato de dragão |
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A famosa taça de arenito |
No fim do trajeto, esperamos o ônibus para voltar à estação central e pegar outro que nos leva até às furnas. Furnas são cavernas ou covas, também conhecidas como poços de desabamento. De origem marinha costeira, tem 400 milhões de anos. A região dos Campos Gerais do Paraná tem 14 furnas, das quais 12 estão no parque, mas somente três estão abertas à visitação: Furnas 1, 2 e a Lagoa Dourada. Os poços têm vegetação ao longo de toda a extensão vertical e água do lençol freático no fundo. É muito lindo!
Para conhecer a Lagoa Dourada, esperamos novamente o ônibus. A volta pela lagoa é bem curta, tem apenas 400 metros, então é rapidinho (o que é ótimo, porque o passeio até ali já cansa). De lá, voltamos para o começo do parque, onde almoçamos no restaurante que tem no centro de visitantes.
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Furna 1
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Lagoa Dourada |
Conhecer paisagens naturais é uma das minhas viagens favoritas. E você? Já visitou esses locais? Comente aqui que outras belezas naturais você já conhece.
Um ecobeijo e até breve.
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