Passeio de trem até Morretes e Parque Vila Velha

Por Letícia Maria Klein •
21 outubro 2020
Viajar de trem é uma delícia! No último fim de semana eu realizei a vontade que tinha há anos de fazer o passeio de trem até Morretes, saindo de Curitiba. Fomos eu, meu marido e um casal de amigos muito querido. No dia seguinte, conhecemos os arenitos no Parque Estadual de Vila Velha, um sítio geológico localizado em Ponta Grossa. O tempo estava perfeito nesses dias, com temperatura agradável, o que deixou o passeio ainda melhor.

Passeio de trem

O trem da Serra do Mar Paranaense parte às 8h30 da manhã (no nosso caso, uma hora depois, devido a um problema técnico com algum trem de carga na linha), chegando em Morretes após quatro horas de viagem pela Ferrovia Paranaguá-Curitiba. A velocidade máxima é de 40 km/h, então dá para curtir muito a paisagem. A linha férrea começou a operar em 1885 e foi construída sem mão de obra de escrava, numa época em que a escravatura ainda existia no Brasil. Outra inovação foi o uso da pólvora negra para abrir alguns pontos no caminho. 

Represa Caiguava no trajeto de trem entre Curitiba e Morretes
Represa Caiguava
Passeio de trem de Curitiba até Morretes
Trecho de campo






















O trajeto é lindíssimo, passando por campos, vales e montanhas a partir da cidade de Pinhais. Alguns dos 34 pontos pelos quais passamos são o Túnel Roça Nova (em linha reta dentro da montanha, permitindo ver a entrada e a saída), o Rio Ipiranga, a Represa Caiguava e o Reservatório Marumbi (que registram a triste situação atual da falta de água no Paraná), o Canyon do Ipiranga, Garganta do Diabo, a Ponte São João e o Viaduto do Carvalho (a paisagem mais famosa, quando a linha férrea passa rente ao precipício). 

Vista depois do Viaduto do Carvalho
Vista depois do Viaduto do Carvalho
Garganta do Diabo no trajeto entre Curitiba e Morretes
Garganta do Diabo 






















Almoçamos em Morretes, com direito à sobremesa de sorvete artesanal de-li-ci-o-so (100% banana, marca registrada do município), continuamos a viagem com o ônibus de turismo até a cidade portuária de Antonina e retornamos para a capital, numa viagem de uma hora e meia. Existe a opção de voltar de trem também, e tem vagões diferentes, do básico ao luxuoso. Por causa da pandemia, os vagões estavam operando com metade da capacidade, o que nos permitiu passar de uma janela à outra para ver os pontos nos dois lados do trem. Em uma situação normal, com capacidade total, recomendo sentar no lado esquerdo do trem, se puder escolher, que é o que tem a vista do Viaduto do Carvalho. 

Parque Vila Velha

Visitamos o Parque Estadual de Vila Velha no dia seguinte. Levamos uma hora e quinze até lá, partindo de Curitiba, e o passeio dentro da unidade de conservação dura três horas e meia. Hoje o parque é administrado pela iniciativa privada e está com obras em andamento para novas atrações. Com mais de três mil hectares, é o primeiro Parque Estadual do Paraná, criado em 1953. Em 1966, foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Estadual.

São três passeios que podemos fazer dentro do parque neste momento: Arenitos, Furnas e Lagoa Dourada. Tem ônibus que levam as pessoas até esses pontos, onde cada um faz o trajeto no seu ritmo. O caminho é autoguiado, com placas explicativas.

Visitamos primeiramente os arenitos, que têm 300 milhões de anos. Eles são formações de areia compactada esculpidas pela ação da chuva, do sol, das mudanças de temperatura e de atividades orgânicas. Alguns dos arenitos têm formas que nos parecem familiares, como leão, camelo, gato, proa de navio e taça (a mais famosa). Depois que passamos os muitos arenitos, que têm entre 20 e 30 metros de altura, caminhamos por um quilômetro dentro de um bosque

Arenito com formato de camelo no Parque Estadual Vila Velha
Arenito com formato de camelo
Arenito com formato de leão no Parque Estadual Vila Velha
Arenito com formato de leão 
























Arenito com formato de dragão
Arenito com formato de dragão
A famosa taça de arenito
A famosa taça de arenito

No fim do trajeto, esperamos o ônibus para voltar à estação central e pegar outro que nos leva até às furnas. Furnas são cavernas ou covas, também conhecidas como poços de desabamento. De origem marinha costeira, tem 400 milhões de anos. A região dos Campos Gerais do Paraná tem 14 furnas, das quais 12 estão no parque, mas somente três estão abertas à visitação: Furnas 1, 2 e a Lagoa Dourada. Os poços têm vegetação ao longo de toda a extensão vertical e água do lençol freático no fundo. É muito lindo! 

Para conhecer a Lagoa Dourada, esperamos novamente o ônibus. A volta pela lagoa é bem curta, tem apenas 400 metros, então é rapidinho (o que é ótimo, porque o passeio até ali já cansa). De lá, voltamos para o começo do parque, onde almoçamos no restaurante que tem no centro de visitantes. 

Furna 1 no Parque Estadual Vila Velha
Furna 1

Lagoa Dourada no Parque Estadual Vila Velha
Lagoa Dourada
Conhecer paisagens naturais é uma das minhas viagens favoritas. E você? Já visitou esses locais? Comente aqui que outras belezas naturais você já conhece. 

Um ecobeijo e até breve.

0 comentários:

Postar um comentário

Oi, tudo bem? Obrigada por passar aqui! O que achou do post? Comente aqui embaixo e participe da conversa.

© 2013 Sustenta Ações – Programação por Iunique Studio