Foz do Iguaçu e a imponência das cataratas

Por Letícia Maria Klein •
09 setembro 2014

Não é à toa que as Cataratas do Iguaçu estão entre as sete maravilhas naturais do mundo. Que lugar! Que força da natureza! Pertinho das quedas, o único som que se escuta é o das águas, que descem a uma vazão média de 1.500 metros por segundo. Eu visitei o parque recentemente e fiquei maravilhada. A vista de cima, do avião, já impressiona, então imagina caminhar pela passarela por entre as cataratas?! E estar embaixo delas, então? O Macuco Safari, passeio com barco que passa embaixo de umas das quedas, é muito emocionante! Visitei também o Parque das Aves. Pra quem curte passeios na natureza, este roteiro é imperdível! 

Vista da passarela

Ao chegar ao Parque Nacional do Iguaçu, recebemos um mapa ilustrado com informações sobre as cataratas e o parque. As cataratas são formadas pelo Rio Iguaçu, que significa água grande em tupi-guarani. O rio nasce em Curitiba e percorre 1320 km até desaguar no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e a Argentina. As cataratas começaram a ser formadas há 150 milhões de anos e somam 275 quedas aproximadamente. 

Vista do começo da trilha que leva à passarela

O parque foi criado em 1939 (é o segundo mais antigo do Brasil, depois do Parque do Itatiaia, criado dois anos antes) e abriga o maior remanescente de Floresta Atlântica do país, com 185.262,5 hectares. 


Nós (eu, meu namorado e meus tios) fomos com guia turístico, o que é bom por um lado. O lado ruim é que tem horário pra chegar e sair, então não dá pra fazer os passeios com mais calma. Se eu puder ir uma próxima vez, quero ir por conta e fazer as trilhas que o parque oferece (a do Poço Preto, que tem 9 km e termina com um passeio de barco ou caiaque, e a das Bananeiras, de menos de 2 km). 

Um detalhe em preto e azul no meio do verde

A primeira parada no parque foi o Macuco Safari. São duas horas de passeio, em que percorremos um trecho da trilha de carreta puxada por carrinho elétrico, com o guia explicando sobre a fauna e flora local. Depois, seguimos outro trecho a pé até chegar à casinha onde deixamos os pertences e descemos para o barco. Importante: leve uma roupa extra! Você realmente se molha. Eu usei capa de chuva e ela ajuda a molhar menos, mas tem que trocar de roupa de qualquer forma. 

Começo da trilha a pé

O barco inflável leva o pessoal até uma das quedas mais tranquilas, digamos assim. O banho é no lado argentino mesmo. Cerca de 70% das cataratas ficam lá. As que estão próximas da passarela ficam no lado brasileiro. Se você não quiser levar uma facada e gastar muitos dinheiros com as fotos profissionais, fica a dica para levar a própria câmera (a prova d’água, claro). O passeio é muito legal, bem divertido! Mas, vou confessar, é difícil respirar quando se está embaixo da queda d’água. A pressão é grande e realmente falta ar. Acho que o melhor é abaixar a cabeça pra tentar respirar direito (o que não me ocorreu na hora e eu fiquei lá ofegando). Mas é massa, vale a pena!

Já no barco, com vista para as cataratas na Argentina. 
Foto profissional

Depois do Macuco Safari, o ônibus de turismo nos levou até a Parada Trilha das Cataratas, que leva até a passarela perto das quedas no lado brasileiro. A trilha tem pouco mais de um quilômetro com mirantes ao longo do caminho. Ah, cuidado com as sacolas! Os quatis adoram xeretar em busca de comida e, apesar de acostumados com pessoas, eles podem atacar. Ainda assim, fiquei com vontade pegar no colo. 

Fofos e atrevidos

Antes de entrar na passarela, pausa para colocar as capas de chuva. Aqui elas ajudam muito, assim não precisamos trocar de roupa de novo. Como é gostoso ficar tão perto das quedas! Sensação deliciosa. Fora o visual, que é lindíssimo! O dia estava ensolarado e havia um pequeno arco-íris embelezando a paisagem. 

O que é esse borrão aí no meio??

Saindo da passarela, subimos no elevador panorâmico e almoçamos rapidinho antes do ônibus de turismo voltar para nos levar ao Parque das Aves. Sério, eu nunca vi tantas aves juntas! São mais de 200 espécies espalhadas em vários viveiros. O parque, o maior viveiro do mundo especializado em araras, tem 16,5 hectares, sendo que uma parte é fechada à visitação. Cerca de 50% das aves que vivem lá foram resgatadas de maus tratos e do tráfico de animais e outras 43% nasceram dentro do parque. 

Dentro de um dos viveiros de araras. Elas ficam tão pertinho!

A entidade faz um trabalho bem legal na recuperação de indivíduos machucados e de espécies ameaçadas de extinção, como o papagaio-de-peito-roxo e o papagaio-charão. Apesar do nome, o parque não tem só aves: tem saguis, répteis e um viveiro de borboletas. Aquela cidade tem muita borboleta, gente! No Parque do Iguaçu, mesmo, uma a cada passo. 

Arara-piranga ou Arara-canga (Ara macao)

As iniciativas das unidades de conservação, principalmente dos parques, de aproximar as pessoas da natureza e estimular a consciência ambiental são nobres e muito importantes, quiçá fundamentais para um mundo sustentável. Mas elas devem ser feitas mediante regras e parâmetros para que não acabem por ocasionar o efeito contrário, causando danos à natureza. Digo isto porque, enquanto almoçava no Parque do Iguaçu, senti cheiro de esgoto. E o restaurante fica sobre o rio. Também existe um hotel dentro do parque. Eu enviei um e-mail para eles questionando algumas coisas, vamos ver se me respondem (ATUALIZADO em 9/12/2014: eles ainda não me responderam, mas esta reportagem recente do G1 informa que o parque está fazendo uma obra que vai dobrar a captação do esgoto do restaurante e outras áreas, chegando a tratar 70% do esgoto)

Restaurante sobre as águas

Eu penso que existem remanescentes dos biomas que devem ficar intocados, mas também acredito que as pessoas devem, sim, ter a oportunidade de visitar esses refúgios naturais e experienciar a maravilha que é ficar perto da natureza. Mas isso precisa ser feito de forma a minimizar os impactos humanos sobre o ambiente. Os parques podem, e devem, ser abertos à visitação, mas para isso precisam oferecer a infraestrutura adequada tanto para a preservação daquele habitat e suas formas de vida quanto para a boa experiência do visitante. 

Lado brasileiro das cataratas

Quando você está frente a frente com as cataratas, na passarela, percebe como a força da natureza é incomensurável. Diante dela, uma pessoa é como um grão de areia diante de um furacão. Entretanto, como bem observou meu namorado, quando as pessoas se unem, elas conseguem fazer coisas também poderosas, como é aquela passarela, que tem que ser muito forte para aguentar toda a água que passa por ela. Unidos, podemos muito mais. Então, vamos juntar nossas forças em prol de um mundo sustentável, onde há espaço para todos e no qual o respeito pela vida, seja em qual forma for, estará intrínseco em cada ação humana. 

2 comentários:

  1. Esse cheiro de esgoto que vc sentiu sao dos quilomentros de esgoto jogados desde sao paulo e passando prlas cidade do parana. Foz pode tratar 100% do esgoto que o cheiro ira continuar. O esgoto vem de fora. Fiquei decepcionado com foz por causa do esgoto

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    1. É muito triste mesmo! Mas tratar 100% do próprio esgoto gerado no parque é o mínimo que deve ser feito, afinal, é uma unidade de conservação. Espero que logo isto se torne realidade.
      Obrigada por comentar!

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