Estou de volta ao Brasil e com a sensação de dever cumprido em relação ao projeto Arges in Green (Arges em Verde). Confesso que nas primeiras semanas eu estava insegura quanto ao meu trabalho e também decepcionada com a quantidade de estudantes que estavam frequentando as sessões. Os feedbacks do meu time sempre foram positivos e, apesar de poucos, ainda havia interessados, então mudei o foco, afinal, qualidade é o que importa. Pelos depoimentos de alunos e membros do time durante a cerimônia de encerramento, eu consegui impactar mais do que esperava e plantar as sementinhas da sustentabilidade e do respeito ao ambiente que eu tanto queria.
A cerimônia de encerramento rendeu risadas e lágrimas. Não deu pra segurar, na hora de fazer meu discurso as lágrimas quiseram participar do evento. Mas foi só no começo, nada que uma pausa com direito a abraço de conforto das colegas não resolvesse. Foram cinco estudantes, inclusive um dos meninos que era bagunceiro no começo. Cada menina do meu time falou um pouco sobre o projeto, em seguida elas passaram um vídeo sobre o projeto com fotos das sessões e agradecimento à minha pessoa (fiquei comovida, tão fofo e atencioso da parte delas!). Decoramos a sala com todos os materiais que eles produziram durante as sessões e houve entrega de certificados no fim.
Esta é Antonia, uma fofa. Que abraço bom.
Gestos assim mostram que tudo valeu a pena.
O meu discurso, que eu escrevi uns dias antes no parque Trivale, aonde fui para me inspirar, terminou com um exercício que mostra como todos estamos interconectados e somos interdependes. Todos fizeram um círculo (os cinco estudantes e as quatro membras do meu time), eu no meio, e cada um tinha que falar o que aprendeu com o projeto. Eu ia passando um pedaço de barbante para cada pessoa que falava, até que no fim estavam todos ligados. Comentei que estamos todos conectados e perguntei se eles gostariam de sentir as consequências ruins ou os efeitos bons. Então falamos o nosso lema e eu agradeci em romeno (mulțumesc foarte mult!, seguido de muitos ahhnnn, do tipo “que fofo”).
Discursando
Os depoimentos me marcaram. A Oana, do meu time, disse que as sessões fizeram-na perceber que ela não era a pessoa que queria ser (achei tão profundo!). Uma das alunas, Daniela, participou apenas das duas últimas sessões, convidada pela amiga Antonia, e disse que o projeto foi lindo (a mesma que disse que foi “awesome” na última aula). A Antonia demonstrou que já está revendo ações do dia a dia. Cada um falou um pouco e todos me deixaram feliz e realizada.
Eu ainda vi alguns membros do meu time e estudantes, inclusive alguns que não foram à cerimônia, no evento Global Village, que foi realizado no dia seguinte, domingo, no hipermercado/shopping center chamado Jupiter City. Conseguimos fazer o flashmob com a garrafa d’água, contamos inclusive com a ajuda de um rapaz que estava passando pelo local e trabalha numa ong ambiental. Foram dois momentos, mais simbólicos do que realmente chamativos, mas valeu, especialmente porque os estudantes puderam participar de uma ação prática.
Os intercambistas dos projetos de inverno em Pitesti.
Grupo massa!
Eu adorei ter participado deste projeto, tenho orgulho dele, orgulho do meu time, dos estudantes que foram até o fim e do trabalho que realizamos juntos. Aprendi bastante com todos eles, com a viagem no geral, com as experiências que eu tive e com as pessoas com quem convivi por quase dois meses, tempo que passou voando e que vai deixar saudade e muitas memórias. Cresci tanto pessoal quanto profissionalmente e digo, com toda certeza, que foi uma das melhores coisas que eu já fiz na vida. Viajar é realmente uma experiência transformacional e eu recomendo a todos. Não existe curso que ensine nem dinheiro que pague o que você aprende em uma viagem como esta.
Hoje eu me sinto melhor comigo mesma e sei com toda a certeza o ramo profissional que quero seguir. Quero fazer crescer o Juventude Lixo Zero Blumenau, pois a questão dos resíduos sólidos é uma das que mais me incomoda e eu quero fazer o meu melhor para mudar este cenário e a maneira como as pessoas encaram o tal “lixo” (tenho a sensação de que consegui plantar esta sementinha lá em Pitesti, com o projeto).
Sou muito grata pela oportunidade de ter feito este intercâmbio e por todos os aprendizados e experiências que ele me proporcionou. O tempo é precioso e cada um de nós tem um poder maior do que imagina, poder de mudar nossa própria vida e a realidade que nos cerca. Só precisamos agir. Como dizia Ghandi, “seja a mudança que você quer ver no mundo”. ;)
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