O consumo colaborativo e eu estamos assim ó, juntinhos! Nada como um troca-troca entre amigos, um compra e venda entre pessoas que nunca se viram, um aluguel de alguma coisa que se usa de vez em quase nunca para diminuir as despesas, desapegar, abrir espaço em casa e de quebra – principalmente! – preservar nossos tão preciosos bens naturais. O consumo colaborativo, aquele entre pessoas físicas (não entre lojas e clientes) já conquistou seu espaço no mundo e na internet e vem ganhando cada vez mais força devido à crise econômica e às questões socioambientais. Digo pelas minhas experiências de compra e venda pela rede virtual: esse negócio dá certo e só tende a crescer.
O consumo colaborativo surgiu na década de 1980 e se popularizou com a internet, renovando a crença na importância da comunidade. Como diz Rachel Botsman (falei dela e dos benefícios do consumo colaborativo neste post), se você quiser pendurar um quadro ou qualquer coisa que demande pregos na parede, o que você precisa realmente é do furo e não da furadeira. O objeto é um meio para um fim, ou seja, o que queremos e precisamos de fato é o benefício que o produto nos traz, não a posse dele.
É uma relação ganha-ganha: ganhamos dinheiro vendendo coisas que não usamos ou não queremos mais e aliviamos a pressão sobre a natureza e seus bens naturais quando compramos coisas usadas, aumentando seu tempo de utilidade e freando a máquina feroz de produção do novo, novo, novo. Trocas e compartilhamentos também são um canal do consumo colaborativo, seja de produtos ou serviços. Só a sensação do desapego já vale o negócio. Já imaginou ganhar uma aula de graça de qualquer coisa que você queria aprender, dando em troca uma aula do que você faz de melhor? Isso é que é viver em rede, de forma comunitária! Existe até opção de doar dinheiro ou pegar um empréstimo! É o que faz a Zopa, disponível apenas no Reino Unido.
Eu estou em grupos e sites de troca e compra e venda de produtos e já consegui um livro, uma coleção de DVDs e um porta quebra-cabeça de pessoas que não os queriam mais. Este último foi pelo site OLX, antigo Bom Negócio, no começo deste ano. O vendedor é de Joinville, mas como a mãe dele vem frequentemente para Blumenau a trabalho, ela trouxe para mim. Nem precisei pagar frete! A oferta de produtos é cada vez maior e há uma grande chance de você achar o que procura aí mesmo na sua cidade ou região. Tem de tudo. Meu namorado, por exemplo, comprou um aparelho de ar condicionado pelo site, em perfeito estado.
Tenho conta no OLX há algum tempo e já consegui vender uma frasqueira. Tudo numa boa, sem estresse. Vale dizer que todos os produtos que eu comprei estavam ótimas condições. Além de trocar, vender ou comprar por sites e grupos em redes sociais, o seu círculo social pode ser uma ótima fonte de negócios. Uma amiga e eu já trocamos objetos que não usávamos mais e minha dinda e eu estamos sempre emprestando livros uma para a outra. Livros estes, aliás, que geralmente vêm do sebo, assim como roupas que eu tenho, que não vieram do sebo, certamente, mas de brechós ou familiares.
Claro que a venda de um objeto seu pode não acontecer, assim, imediatamente. Já anunciei peças de roupa, calçados, bolsas e livros que nunca saíram daqui de casa – ou melhor, alguns saíram sim, mas para doação (também é bom à beça, vamos combinar). Se você tem um espaço vago em casa e não tem pressa de vender, anuncie e seja feliz enquanto seu comprador não aparece.
Abaixo estão listados alguns sites – brasileiros e internacionais com presença nacional – de compra e venda, de troca, de compartilhamento e de aluguel de tudo que você quiser. Mentira, só de quase tudo:
Para alugar
Airbnb – Para anfitriões e hóspedes se encontrarem. O primeiro ganha uma graninha extra, o segundo tem acomodação na cidade por um preço baixo e os dois ainda podem se tornar amigos!
Netflix – Se você é fã de séries e filmes, esta locadora virtual é o canal. Por uma mensalidade acessível, um grande acervo disponível para você assistir a qualquer hora e quantas vezes quiser.
Spotify – É o Netflix da música. Existe a versão gratuita, mas a versão paga dá mais benefícios.
Zazcar – Não é preciso ter um carro para andar de carro. Este serviço, que é pago por horas de uso, permite usufruir as vantagens de um veículo sem arcar com os custos da posse de um. Existe também o aluguel de bicicletas, pranchas de surf e de snowboard na rede Spinlister, onde, ao contrário do Zazcar que é uma empresa, são pessoas como eu e você que colocam seus equipamentos para serem alugados. O site tem versão em português, mas o serviço ainda não chegou ao Brasil.
Joaninha e LokBrinkTrok – Aluguel de brinquedos e jogos! Para crianças – e adultos – se divertirem com sustentabilidade.
Rent for All – É um portal de locação de tudo que é coisa, com pacotes gratuito e pagos.
The Bike-sharing World Map – Não é um site, mas um mapa que mostra cidades em todo o mundo que oferecem aluguel público de bicicletas. Também mostra os locais que estão desenvolvendo seus sistemas ou que pararam de oferecer o serviço.
Para comprar e vender
Mercado Livre e OLX – Para comprar e vender o que quiser. Só tem que cuidar com lojas que possuem conta e vendem seus produtos novos, o que não tem nada de consumo colaborativo e é a mesma coisa que ir na loja comprar. A dica é procurar por vendedores individuais (pessoas físicas) e produtos usados. A diferença entre os dois é que o Mercado Livre tem sistema de pagamento e no OLX a forma de pagamento é acertada entre as partes.
Retroca – O que é, o que é: ainda está bom, mas deixa de servir em pouco tempo? Roupa infantil. Mal dá tempo de usar a peça e a criança já cresceu! Neste site, pais e mães podem vender roupas que não servem mais para seus filhos e comprar aquelas que os pimpolhos estão precisando. Economia circular e sustentável!
Enjooei – Para vender aquilo do que você enjoou, como diz o nome. Só para pessoas físicas e tem sistema de pagamento, como o Retroca.
Estante Virtual – O paraíso dos leitores. Dá para vender seus livros usados e comprar de outras pessoas ou sebos. Aqui também cabe aquele cuidado com os novos, que não entram na vibe do consumo colaborativo.
Para trocar ou compartilhar
BlaBlaCar e Tripda – Para dar e receber caronas e dividir custos com o transporte. Mais viagens, menos gastos!
Couch Surfing – Funciona como o Airbnb, mas não envolve dinheiro. A hospedagem é de graça! É só escolher o destino e procurar alguém que está oferecendo um sofá. Do outro lado, é só arrumar a cama extra ou o sofá e esperar seus hóspedes. Ótima forma de fazer amigos, conhecer novas culturas e praticar um outro idioma.
Bliive – Aqui a moeda de troca é o tempo! A descrição no site diz tudo: “Uma nova forma de viver experiências e compartilhar o que você tem de melhor”.
Tem açúcar? – Vizinhos moram tão perto e são tão distantes um do outro, não é mesmo? Esta rede relaciona todos os seus vizinhos cadastrados e que podem te emprestar aquilo que você está precisando. Lembra da furadeira do começo do post?
LivraLivro – Depois de ler seu livro, você pode colocá-lo para troca. Quando alguém solicitar, você ganha um ponto, que pode usar para pegar um novo livro. Só as três primeiras trocas são gratuitas, mas as mensalidades são uma pechincha.
Rede Colabore – Meio que uma junção das outras, para trocar, emprestar, doar, colaborar e compartilhar o que você tem e o que sabe.
Salada mista
O site Consumo Colaborativo traz estas e muitas outras plataformas de compra e venda, aluguel, troca e compartilhamento de tudo e mais um pouco, assim como o site da Rachel, que tem um diretório com mais de 1400 plataformas cadastradas. Deixe-se envolver pela magia, beleza e sustentabilidade do consumo colaborativo e corra para o abraço!
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