A palavra de ordem no II EBEA foi amor. Logo na palestra de abertura, o professor Daniel Silva falou sobre “Os fundamentos emocionais da educação ambiental”. Foi fantástica! O professor tem muito conhecimento e sabe transmitir a informação de maneira apaixonante. Ele convidou algumas pessoas da plateia para contribuir com depoimentos ao longo da explicação, o que enriqueceu muito o momento. Além da palestra, o professor também ministrou uma oficina no dia seguinte, sobre o significado da sustentabilidade, que foi igualmente enriquecedora. Como auxiliar, participei de três oficinas com temas e públicos bem diferentes, mas muito interessantes. No post anterior eu falei sobre como foi participar do II EBEA como organizadora e neste comento sobre a palestra e oficinas de que participei.
Palestra de abertura
As emoções pedagógicas são as do dia a dia da educação ambiental, que têm o objetivo de religar o humano consigo mesmo e com a natureza, estabelecendo a pertinência (noção de pertencimento ao meio) e afinidade (valorização, respeito e reconhecimento do meio e dos outros seres vivos). Por fim, as emoções estratégicas tem relação com nosso futuro. Os educadores são comprometidos com o futuro e com a futuridade. Agir em compromisso com a futuridade é realizar ações no presente para construir o futuro e ter responsabilidade, que significa responder às situações com habilidade.
Para cada emoção, o professor chamou duas pessoas da plateia, que ele já conhecia de outras ocasiões, para darem um depoimento sobre o tópico. Foi muito interessante! Uma delas, integrante do GTEA RH7, que realizou evento paralelo ao II EBEA, disse que não gosta de falar educação ambiental, pois não se separa o que é inseparável. Não é possível educar sem relacionar o ambiente em que vivemos, desde nossa residência até a grande casa Terra. Os aspectos ambientais, sociais, econômicos, políticos são parte intrínseca da educação, pois se educa para a vida como um todo. Concordo com esta visão, e você?
Além da palestra, participei de quatro oficinas, sendo três como auxiliar. A oficina do professor Daniel foi bem prática e propôs uma metodologia de trabalho a partir da leitura de um texto sobre sustentabilidade, do qual cada um extraia o que considerava mais importante. Em seguida, cada grupo de quatro ou cinco pessoas deveria formular um conceito de sustentabilidade a partir da opinião de todos os membros, culminando na elaboração de um cartaz que simbolizasse a definição estabelecida pela equipe. A dinâmica foi ótima e o aprendizado, valioso.
A oficina sobre ferramentas de mobilização, ministrada pela fundadora da Minha Blumenau, Amanda Tiedt, começou com uma dinâmica muito interessante sobre democracia participativa, que mostrou que as mesmas pessoas podem ter opiniões similares sobre determinado assunto e opiniões diferentes sobre outro, e nem por isso elas vão deixar de conversar ou manter um relacionamento. Também foi falado sobre a cidadania ativa e o conceito de rede, colaboração e canalização da ação. Para entender na prática, Amanda mostrou quais as ferramentas que a Minha Blumenau disponibiliza aos cidadãos para reivindicar posturas do governo, sugerir propostas ou mobilizar ações e depois, em grupos, nós tivemos que escolher uma causa e a melhor ferramenta para potencializá-la.
A oficina do professor Amarildo Otavio Martins foi para suscitar nos estudantes o amor, ou ao menos a curiosidade, pela química. Crítico do sistema atual de ensino, que afasta os estudantes das ciências, Amarildo atua de forma a despertar, por meio de equipamentos e instrumentos em aulas práticas, o interesse das pessoas pelas ciências, em especial a química. A oficina foi sobre determinação de metais em matrizes ambientais utilizando a espectrometria atômica. Na prática, como identificar metais potencialmente tóxicos em água, solo, plantas, entre outras matrizes, utilizando o aparelho de espectrometria, que emite chamas coloridas, sendo que cada cor está relacionada a um metal. O conhecimento desta técnica, aliado ao monitoramento desses metais, como chumbo, cádmio e mercúrio, permite o desenvolvimento de metodologias mais eficientes e com alta sensibilidade analítica.
Oficina do professor Amarildo
A MPB Engenharia, responsável pela duplicação da BR-470, ofereceu uma oficina de como fazer um abajur decorativo com imagens da Mata Atlântica. A bióloga Daiane Kafer e a engenheira ambiental Marília Machado ensinaram mais de 30 estudantes a confeccionar abajures a partir de garrafa pet. Um lado não tão bom foi que apenas a garrafa foi um material reaproveitado, todos os outros materiais utilizados para fazer o abajur foram comprados novos, o que fugiu um pouco da proposta do EBEA que era a de reutilizar o máximo de resíduos possível. De qualquer forma, a criançada gostou bastante e ficou bem entretida durante toda a oficina.
A programação deste ano do EBEA foi bem diversificada e interessante. Se você teve a oportunidade de participar, comente aqui embaixo o que achou do evento. =)
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