Última semana do Junho Verde 2016 e julho com novidade!

Por Letícia Maria Klein •
01 julho 2016
O primeiro Junho Verde de Blumenau chegou ao fim. Foram mais de 60 ações, 33 escolas envolvidas, duas mil mudas de árvores doadas e mais de cinco mil pessoas alcançadas. Nestes últimos dias, eu participei como palestrante no Centro Cultural da Vila Itoupava, onde falei para mais de 100 crianças sobre o lixo zero. Na Fundação Cultural da cidade, falei sobre consumismo, sua origem, conceitos, problemas e soluções. Por fim, teve a mesa redonda sobre unidades de conservação, que encerrou o calendário de eventos em comemoração ao ambiente.

No Centro Cultural da Vila, foram dois momentos. O primeiro, de manhã, para crianças a partir de oito anos. Já à tarde, para crianças de seis a nove. Portanto, tive que improvisar. Na primeira, consegui usar a apresentação de slides que usei na escola Visconde de Taunay. Na segunda, usei também, mas foquei na fala e aproveitei os elementos da exposição sobre recicláveis que foi montada no centro. Apesar de um pouco mais agitadas, as crianças menores são mais espontâneas e ouvem com mais atenção e interesse, sempre respondendo às perguntas e querendo participar. Foi bem bacana, gostei bastante!



Para a conversa sobre consumismo, eu me baseei na apostila “Crianças e o consumo sustentável”, do Ministério do Meio Ambiente e nos documentários “A história das coisas” e “A história secreta da obsolescência programada”. Conversamos sobre a origem do consumismo, conceitos de obsolescência programada e percebida, problemas socioambientais do consumismo e soluções.

A mesa redonda sobre unidades de conservação teve a participação de Cíntia Grüner, criadora do Projeto Carnívoros, Gioni, da Polícia Militar Ambiental e Lauro Bacca, da Acaprena – Associação Catarinense de Preservação da Natureza e foi realizada no campus da UFSC em Blumenau.

Bacca fez um resumão sobre as unidades de conservação, o SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação, quais as categorias e alguns problemas. A importância das UC está nos serviços ambientais que elas prestam ao planeta, como manutenção da biodiversidade, preservação de espécies, providência de alimentos e água, entre muitos outros. Ele também falou sobre a importância dos corredores ecológicos para ligar unidades de conservação, que funcionam como rodovias que ligam cidades. Por fim, Bacca citou alguns problemas que ocorrem em parques hoje, como acontece no Parque Nacional Serra do Itajaí. Cachorros domésticos de propriedades vizinhas, que perseguem animais silvestres e acabam matando-os de cansaço, como é o caso do veado, que não tem condições físicas para fugir por muito tempo e acaba morrendo de ataque cardíaco. Outro problema é a iluminação artificial, que mata dezenas de insetos por dia. O termo “unidade de conservação” é corretíssimo do ponto de vista técnico, mas pouco atraente ao público em geral. Desafios a superar!

Depois, a Cíntia apresentou o projeto Carnívoros, que monitora pumas no Parque Nacional Serra do Itajaí, e falou sobre como os dados obtidos com os programas e via satélite podem ajudar na preservação de espécies, na identificação de lugares para corredores ecológicos, no estabelecimento de mosaicos de UC e na tomada de decisões. No parque, existem apenas três pumas machos. Alguns dados mostram, por exemplo, qual o tamanho da área que eles percorrem. O mais jovem anda por 15 mil hectares e o mais velhinho por 11 mil! O número de pumas é tão pequeno principalmente por causa da caça, além das enfermidades transmitidas por cães, dos atropelamentos e da perda de habitat.

Por fim, o policial militar Gioni explicou que o principal papel da polícia militar ambiental é fiscalizar. Ele apresentou uma série de fotos sobre os crimes ambientais executados dentro do parque: degradação de Área de Preservação Permanente – APP, caça, corte ilegal de vegetação nativa, contrabando de palmito, mineração, poluição de solo e rios e pesca. Os crimes ambientais e as penalidades para ações em UC estão previstos na Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998), no Código Florestal Federal (12.651/2012) e no Código Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina (14.675/2009).

Da esquerda para direita: Juliana (Faema), eu, José Sommer (Faema), Cíntia (Carnívoros),
Gioni (PMA), Laruo Bacca (Acaprena), Sérgio (PNSI), Cristina (UFSC)

Na rodada de perguntas, eu questionei os três sobre quais os métodos mais eficazes para diminuir os crimes nas unidades de conservação e ampliar a proteção e efetividade das UC. Eles responderam que uma fiscalização efetiva é aquela que não cria rotina, é “aleatória”, faz rotas diferentes a cada dia. Também é preciso apoio da sociedade, patrulhamento, parcerias com instituições de ensino, empresas, organizações não governamentais e poder público, busca por conhecimento e conscientização e a educação ambiental, principalmente para crianças.

Como sempre tem pontos a melhorar, preciso dizer que o público deixou a desejar. Não sei o que acontece em Blumenau, mas algo tem. Não falta programação, mas poucas pessoas prestigiam. No dia do encerramento, alguém falou sobre um outro evento da área de tecnologia da informação que é sempre lotado de gente onde é realizado e os ingressos esgotam rápido. Aqui em Blumenau, foi diferente, como a pessoa contou. Eu mesma fui a um dos concertos de inverno da escola de música do Teatro Carlos Gomes e me surpreendi com a falta de público. Nem metade do auditório estava ocupada. Não é de ficar chateado?

Na conversa sobre o consumismo foram só duas pessoas e no encerramento foram duas pessoas de fora, que não estavam na universidade onde foi realizado. Ao todo, estavam presentes 15 pessoas, contanto organizadores e palestrantes. Desanima, sabe? Porém, o debate foi bem rico, e no fim é isso que importa: a qualidade. Acho que este é um trabalho de formiguinha. Será que faltam consideração e vontade do público? Os modelos de atividades estão ultrapassados? A educação ambiental deve ser reformulada? Questões para refletir.

Para terminar, um curta documentário que a Cíntia recomendou que mostra como lobos mudam rios. Isso mesmo! Vídeo rápido e didático sobre a importância de cada espécie na natureza e como se dá o equilíbrio nos habitats.



Ah, não esqueci da novidade, não! Nesta terça, dia 05 de julho, farei uma oficina sobre como e por que ser lixo zero no dia a dia. Mais informações e inscrições no site da IsCool, nossa parceira.

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