Home, de Yann Arthus-Bertrand [Resenha]

Por Letícia Maria Klein Lobe •
16 janeiro 2014
Que história incrível! Fantástica, perturbadora, chocante. É a história de Home, documentário sobre o planeta Terra, sua história, seus habitantes e as mudanças provocadas pelos seres humanos. Filmado inteiramente de dentro de um helicóptero, o documentário mostra apenas imagens aéreas dos mais diferentes cantos do mundo, embaladas por música e texto. O diretor francês Yann Arthus-Bertrand, que é jornalista, fotógrafo e ambientalista, nos maravilha, emociona, perturba e assombra. Um relato franco que nos faz refletir e incentiva à ação em prol da sustentabilidade. A Terra existe há cerca de 4,5 bilhões de anos e os humanos há apenas 200 mil anos. Neste tempo, já conseguimos abalar o equilíbrio que é fundamental à vida no planeta, principalmente nos últimos 50 anos, diz o filme. O ecossistema não tem fronteiras e a solução para a crise ambiental e climática que enfrentamos é trabalharmos juntos, tendo sempre em mente que o ambiente é um sistema único que interliga tudo e todos e que as espécies dependem umas das outras para existir. 


O filme foi lançado mundialmente no dia 5 de junho (Dia do Meio Ambiente) de 2009, simultaneamente nos cinemas, DVD e na internet – este é o canal do documentário no Youtube, que conta com entrevistas e making of em alguns países. Em uma hora e meia (corte do cinema, a versão estendida tem quase duas horas), que por sinal passa muito rápido, o filme nos mostra paisagens ora lindas ora tristes, passando por temas como indústria, desmatamento, aquecimento global, transporte, agricultura, pecuária, água e fontes de energia. A trilha sonora é forte e tocante, algumas vezes despertando angústia, tristeza ou revolta, outras vezes consolando, inspirando e esperançando. 

As mensagens também são fortes. A fusão entre imagens e dezenas de dados alerta para todo o mal que a humanidade causa ao planeta, utilizando seus bens naturais sem pensar no amanhã, sem pensar na coletividade, sem dar tempo da natureza repor. O filme também chama atenção para tudo que podemos perder se não mudarmos nossos hábitos, a maneira como vivemos e nos relacionamos com outras pessoas, outras espécies e o ambiente. Este é, na verdade, o principal objetivo do filme, como disse o diretor Yann numa entrevista, fazer com que as pessoas queiram fazer alguma coisa, ajudar de alguma forma. “Precisamos aprender a compartilhar e compartilhar requer muito amor”, disse Yann,  que fundou a organização GoodPlanet para encorajar pessoas a agir. E é muito fácil ajudar, gente, para todo aspecto da sua vida e da sua rotina que você olhe, há maneiras de fazer diferente, de ser sustentável e solidário. 



O documentário mal toca em temas igualmente importantes, como consumismo e a quantidade exorbitante de lixo que geramos diariamente. Talvez seja porque ele foi patrocinado pelo grupo Kering, conhecido como grupo PPR até 2013, que reúne marcas famosas de luxo. Porém, o fato do grupo investir em um documentário sobre sustentabilidade é uma amostra de que as empresas precisam se reinventar para manter-se no mercado, afinal, se elas não agirem, não haverá esperança para elas. Palavras do próprio CEO do grupo Kering, François-Henri Pinault, em entrevista.

Esse documentário deveria ser exibido em todas as escolas, universidades, na TV aberta, para pessoas de todas as idades, classes sociais e etnias. Convido você a reservar um tempo do seu dia e se surpreender com esse filme especial. Você pode assisti-lo inteiro e legendado (versão de uma hora e meia), inteiro e dublado em português de Portugal (versão estendida) ou em partes. Confira o trailer abaixo e bom filme!

2 comentários:

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