Rio, de Carlos Saldanha [Resenha]

Por Letícia Maria Klein •
26 setembro 2013

Blue e Linda vivem tranquilamente no estado de Minnesota, Estados Unidos. Companheiros a vida toda, só tem um ao outro. Mas eles não são uma dupla típica: Blue é uma ararinha-azul, que cruzou o caminho de Linda quando ela ainda era criança. Quando o ornitólogo Túlio viaja até os EUA para encontrar a ave, os dois amigos descobrem que Blue é o último macho da espécie e deve voltar ao Brasil para conhecer Jade, a última ararinha-azul fêmea que vive em cativeiro. E, como se espera dos dois, formar um casal e voltar a viver livremente na natureza. Mas até isso acontecer, muitas aventuras e perigos vão se colocar no caminho das duas aves. Só tem um detalhe: Blue não saber voar




Dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, o mesmo que dirigiu a série A Era do Gelo, o filme de animação Rio põe em pauta um grave problema, responsável pela morte de milhares de indivíduos e que pode levar à extinção de espécies na natureza: o tráfico ilegal de animais silvestres. Segundo esta reportagem do portal G1, o tráfico de animais está entre as atividades ilícitas mais praticadas, atrás do tráfico de armas, drogas e humanos. No Brasil, de cada 10 animais traficados, seis são comercializados no país e o restante é exportado. De cada 10 animais, oito são aves e de cada 10 aves traficadas, apenas uma sobrevive. As outras nove morrem de maneira cruel. Isso me dá uma tremenda dor no coração. 



Mesmo que de forma superficial, o filme mostra os animais sendo capturados, presos e traficados. É devido ao tráfico que Blue vai parar nos Estados Unidos. É por causa dele também, que Blue precisa voltar para o Brasil para ficar com Jade, pois a espécie é vítima do tráfico e hoje, no mundo real mesmo, é considerada criticamente em risco de extinção. A boa notícia é que existem projetos de reintrodução da espécie na natureza, como estes da Ararinha na Natureza e Arara-azul.




Eu gostei muito do filme. Os personagens são bem construídos, carismáticos e rendem cenas bem engraçadas, principalmente o Blue. Também tem os vilões, claro, e um deles é uma espécie de ave. Essa parte eu não gostei. Assim como falei na resenha do filme O Reino Escondido, a ideia de que existem espécies de animais malvadas é irreal (não contando, obviamente, certa quantidade de indivíduos humanos, que podem ser bem cruéis). O que também não me agradou no filme, desta vez falando de forma geral, são os estereótipos que sempre aparecem quando o assunto é Brasil: samba, futebol, praia, carnaval. Sendo o diretor um brasileiro, eu esperava que ele retratasse o país de maneira menos clichê. 


Mas no todo, o filme é ótimo, principalmente por falar do tráfico de animais silvestres. E a continuação já está em andamento, com previsão de estreia para março de 2014. E você, já viu o filme? Se viu, gostou? Fique à vontade para deixar um comentário com sua opinião sobre a animação. 

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